"Sair do banco de reservas"
São Paulo, 30 de julho de 2009 (QUINTA-FEIRA).
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Mercados:
HOJE
- A BOVESPA pode subir, tentando retomar sua trajetória ascendente após 2 pregões consecutivos de realização de lucros, acompanhando a melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e ''animada'' com a divulgação de indicadores positivos da economia brasileira.
- O DÓLAR deve cair, também retomando sua ''trajetória natural'' após 2 pregões consecutivos de ''ajuste técnico'', influenciado pelos mesmos motivos que devem levar à valorização na Bovespa e ao aumento do fluxo postivo de recursos externos.
ONTEM
- BOVESPA -1,3%, já abriu em queda e, acompanhando o forte recuo dos preços das commodities, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, também pressionada por dados macroeconômicos e corporativos ruins nos EUA e pelo temor de que ocorra uma bolha de crédito na China.
- DÓLAR 1,1% à R$ 1,90, já abriu em alta e, acompanhando a piora do ''humor'' na Bovespa, manteve a trajetória positiva ao longo de todo pregão, também pressionado no final do dia por um leilão de compra do BC.
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 0,3%, com fraco volume de negócios e destaques de alta para as ações da Nikon (6,8%), diante das ''apostas'' de recuperação da demanda pelas câmeras digitais de lente única, CHINA -5,0%, com o maior volume de negócios da história, pressionada pelo surgimento de ''temores'' de uma bolha creditícia no país, após 2 bancos locais anunciarem novas medidas para restringir a concessão de empréstimos e CORÉIA 0,1%, com destaque positivo para a Samsung Heavy Industries (4,4%), depois de anunciar que ganhou exclusividade para construir navios-plataformas para a Shell pelos próximos 15 anos.
- Na EUROPA, apesar da abertura negativa das bolsas de NY, INGLATERRA 0,4%, FRANÇA 1,0% e ALEMANHA 1,8%, marcando 11 fechamentos positivos nas ultimas 13 sessões, desta vez beneficiadas por uma série de projeções e balanços corporativos mais fortes que o previsto.
- Nos EUA, em mais um dia de realização de lucros recentes, S&-0,5%, DJ -0,3% e NASDAQ -0,4%, pressionadas pela queda nos preços de commodities, diante dos ''temores'' de que a crescimento na China possa diminuir nos próximos anos, e pelo recuo de -2,5% nas encomendas de bens duráveis às fábricas em JUN/09.
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Economia:
Corroborando com a tese de que o Brasil está saindo da recessão, Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da FIESP, afirmou que projeções da entidade apontam para um crescimento de 1,5% a 2% no PIB no segundo trimestre de 2009, ressaltando inclusive que um dos fatores mais positivos é o fato de os indicadores de emprego mostrarem uma situação preocupante apenas na indústria, o que sinaliza que não houve a contaminação de outros setores da economia.
Dando novos, e sólidos, sinais de recuperação da economia interna, em JUN/09 (1) pelo sétimo mês consecutivo, o Índice de Confiança da Indústria cresceu, desta vez 6,2%, chegando a 99,4pts, o maior nível desde OUT/08, (2) a taxa de desemprego caiu para 14,8%, ante 15,3% em MAI/09, (3) a produção industrial em SP avançou 2% também na comparação com MAI/09 e (4) a inadimplência para pessoas jurídicas foi -9,6% menor na comparação com MAI/09.
Após Mantega, ministro da Fazenda, ''prometer'' que o governo manterá suas contas ''em ordem'' em 2010, mesmo sendo ano de eleições presidenciais, o BC anunciou que em JUN/09 o setor público teve um superávit de R$ 3,4bi, resultado superior ao observado em MAI/09 (R$ 1,1bi), acumulando nos 6 primeiros meses do ano um superávit primário de R$ 32,2bi no setor público, o equivalente a 2,44% do PIB.
Apesar de registrarem um recuo de -5,59% das vendas em JUN/09 na comparação com MAI/09, a Associação Brasileira dos Supermercados melhorou, de 2,5% para 4,5%, sua previsão de aumento das vendas do setor este ano.
Ainda acreditando que a crise global vai ressuscitar a fracassada Rodada Doha, após a retomada das negociações em Genebra a Organização Mundial do Comércio afirmou que os líderes de governo e ministros do Comércio voltaram a se comprometer a concluir um acordo até final de 2010.
- A Vale caiu -1,7%, pressionada principalmente pelo recuo do minério de ferro nos mercados internacionais e, após o fechamento do pregão, a empresa anunciou que no segundo trimestre de 2009 seu lucro liquido ficou em R$ 1,5bi, montante -81,5% menor em relação ao segundo trimestre de 2008.
- A Vivo caiu -3,0%, mesmo após anunciar que seu lucro líquido ficou em R$ 172,4mi no segundo trimestre deste ano, montante 39,6% superior ao valor apurado no primeiro trimestre.
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Política:
Tornando a situação de Sarney cada dia mais insustentável, até o final do dia de ontem o Conselho de Ética do Senado já reunia 11 acusações contra o presidente da Casa, 5 por quebra de decoro parlamentar, que só podem ser feitas por partidos, e 6 denúncias, que podem ser apresentadas individualmente por parlamentares ou cidadãos.
Apesar de se saber que não se deve colocar raposas para tomar conta de galinheiros, 70% (21 de 30) dos membros do Conselho de Ética do Senado são alvos de inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal em ações penais e/ou envolvimento com nepotismo e atos secretos nos últimos anos.
Louco para ''sair do banco de reservas'' do PT, Palocci, enquanto espera o julgamento do mais complicado de seus processos, sobre a quebra de sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa, já contabiliza o arquivamento pelos ministros do Supremo Tribunal Federal de 20 das 21 acusações contra ele, na maioria dos casos por falta de provas.
Alertado sobre um risco de rebelião na sua base no Congresso, Lula determinou a liberação emergencial de R$ 1bi em emendas parlamentares para tentar acalmar senadores e deputados.
Como parte do esforço da sua equipe para aproxima-lo do eleitorado nordestino, Serra visitará Salvador 2 vezes em AGO/09 e já articula para ter como candidato a vice-presidente um político nordestino, de referencia do PMDB mas provavelmente do DEM.
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Crítica:
Como se Maradona culpasse exclusivamente o arbitro do jogo pelo gol de mão que fez na Copa do Mundo de 1986 contra a Inglaterra, o ''malandro Madoff'', que cumpre sentença de 150 anos de prisão por montar uma das maiores fraudes financeiras da história, afirmou que seu crime só foi possível porque os orgãos reguladores dos EUA "não estavam atentos" ao que ele fazia.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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