R.B. 22/MAI/09 ''Muito menos pior''

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R.B.

"Muito menos pior"

São Paulo, 22 de maio de 2009 (SEXTA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando uma recuperação após 3 pregões consecutivos de perdas, para ampliar a valorização acumulada na semana, com o mercado acionário antecipando um quadro de recuperação da economia brasileira previsto apenas para o final do ano.
- O DÓLAR pode cair, retomando sua ''trajetória natural'' após a alta do pregão anterior, ''testando o suporte'' dos R$ 2,00, influenciado pela melhora do ''humor'' nas bolsas mundiais e pelo ''crescente e constante'' fluxo positivo de recursos externos.

ONTEM
- BOVESPA -2,3%, já abriu em queda e, realizando lucros recentes, manteve a trajetória negativa ao longo de todo pregão, com baixo volume de negócios (R$ 4,6bi) e acompanhando a trajetória descendente das bolsas de NY.
- DÓLAR 0,5% à R$ 2,04, abriu em queda, para na mínima recuar -0,3%, porem, seguindo a piora do ''humor'' nas bolsas mundiais, passou a subir no final do pregão, também influenciado pela alta do risco-Brasil (1,3%) e pelos leilões de compra do BC.
- Na ÁSIA, seguindo as perdas das bolsas de NY no dia anterior, JAPÃO -0,9%, com destaques de queda para as exportadoras, como Canon (-2,4%), Nikon (-2,5%), Honda (-1,5%) e Toshiba (-3,7%), diante da valorização da moeda local (o iene) frente ao dólar, CHINA -1,5%, o segundo dia consecutivo de declínio, desta vez com destaques de queda para papéis de empresas do setor siderúrgico, como Maanshan Iron & Steel (-2,5%) e Wuhan Iron & Steel (-1,8%) e CORÉIA -1,0%, pressionada pelas perdas nas ações da empresa de construção Daewoo Engineering & Construction (-6,7%).
- Na EUROPA, após a agência de classificação de risco S&P reduzir sua perspectiva da ''nota'' da economia britânica de "estável" para "negativa", INGLATERRA -2,7%, FRANÇA -2,6% e ALEMANHA -2,7%, pressionadas principalmente por ações dos setores financeiro e petrolífero, como HSBC (-3,7%), Commerzbank (-4,6%), Royal Dutch Shell (-2,2%) e Total (-3,4%).
- Nos EUA, ainda realizando lucros, apesar do departamento de trabalho ter anunciado uma redução de -22.000 nos pedidos de seguro-desemprego, S&P -1,7%, DJ -1,5% e NASDAQ -1,9%, diante do aumento das incertezas sobre a reativação do consumo e a conseqüente e esperada recuperação do mercado imobiliário.
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Economia:

Após ''garantir'' que a economia brasileira não terá recessão este ano, ressaltando que isto ocorrerá devido aos bilhões de investimentos e desonerações já promovidas pelo seu governo, Lula, diretamente da Turquia, afirmou que está ''esperançoso'' de que o Brasil irá para 2010 em uma posição muito melhor.

Corroborando com a opinião do governo brasileiro, segundo um artigo na edição mais recente da revista britânica The Economist, as grandes e menos endividadas economias emergentes, principalmente Brasil, China e Índia, se recuperarão mais rapidamente da crise econômica do que os EUA.

Indicando que a economia interna está ''muito menos pior'' do que se esperava, entre MAR/09 e ABR/09 a taxa de desemprego no Brasil, após 3 meses consecutivos em alta, manteve-se ''congelada'' em 8,9%, com isto o número de pessoas empregadas (20,913 milhões) já é 0,2% maior do que em ABR/08.

Estimulando a economia, em MAI/09, como fruto das recentes reduções da Selic, as taxas médias de juros bancários do empréstimo pessoal e do cheque especial caíram pelo quinto mês consecutivo, respectivamente de 5,74% para 5,57% ao mês e de 9,03% para 8,89% ao mês.

Dando mais um sinal de que ''o pior já passou'', segundo uma nova pesquisa do Serasa o risco de crédito dos consumidores retomou patamares semelhantes aos vistos no período anterior à pior fase da crise mundial, atingindo um patamar de 79pts no primeiro trimestre de 2009, ante 79,5pts no mesmo período de 2008 e 78,8pts no trimestre final do ano passado.

Mostrando um dos lados positivos da valorização do real frente ao dólar, em ABR/09 a dívida pública federal, também beneficiada pelo vencimento de títulos públicos, caiu -1,0% na comparação com MAR/09.

Diante do substancial aumento na demanda por seus motores elétricos, causado principalmente pela redução do IPI para eletrodomésticos, a fabricante de motores WEG decidiu cancelar o acordo para redução de jornada de trabalho e salários, aprovado em ABR/09.

- A Embraer caiu -4,9% e, após o fechamento do pregão, anunciou que assinou um contrato de venda de 20 jatos modelo 190 com a companhia aérea Austral, subsidiária da Aerolineas Argentinas.
- A Vale caiu -2,9% e, após o fechamento do pregão, anunciou que revisou para baixo a previsão de investimentos em 2009, de US$ 14,2bi para US$ 9,0bi, o que representa uma queda de -36,5%.
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Política:

Com suas ações contrariando seus discursos, o que aliás é algo comum em Brasília, os 2 peemedebistas ''rebeldes'' que assinaram o requerimento de criação da CPI da Petrobras, que são os senadores Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon, atacaram duramente o próprio partido por, antes mesmo da instalação da comissão, usar a investigação para tentar ampliar seu espaço de influência dentro da estatal.

Mostrando que a CPI da Petrobrás pode ser mais um ''tiro no pé'' dos tucanos, ontem cerca de 2.500 integrantes de movimentos sociais ligados à base governista realizaram uma passeata contra a CPI da Petrobras no centro do RJ, na qual foram entoadas palavras de ordem acusando os tucanos, principalmente Serra e FHC, de quererem deixar a estatal em uma situação vulnerável para então privatiza-la.

Após Lula refutar veementemente a possibilidade de mudar a lei para se candidatar a um terceiro mandato, cresce no Planalto o sentimento de que as articulações de integrantes do PMDB neste sentido tem como ''objetivo oculto'' enfraquecer a candidatura presidencial de Dilma.
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Crítica:

Tentando acabar com as liberdades individuais e com qualquer tipo de oposição, Chavez, o ditador da Venezuela, mandou a polícia invadir a casa do presidente do canal de televisão Globovision, opositor ao seu governo.

Na surdina, Temer, presidente da Câmara, está devolvendo aos ''nobres colegas'' as mamatas e, trabalhando neste sentido, ontem decidiu liberar aos deputados viagens internacionais pagas com dinheiro da cota a que os parlamentares têm direito.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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