R.B. 11/DEZ/08 "Tentando reanimar"

São Paulo, 11 de dezembro de 2008 (QUINTA-FEIRA).

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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve cair, realizando uma pequena parte dos lucros acumulados no mês (5,2%), usando como ''desculpa'' para isto a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros em 13,75%, porem deve-se ressaltar que o patamar ainda é muito interessante para investimentos de longo prazo.
- O DÓLAR pode cair, pressionado pelos leilões de venda do BC e também influenciado pela manutenção da Selic em 13,75%, que faz com que a taxa real de juros da economia brasileira permaneça muito atraente (cerca de 7%).

ONTEM
- BOVESPA 2,7%, já abriu em alta e, sustentada pelo desempenho positivo das ações da Petro (9,1%) e da Vale (6,7%), manteve a trajetória positiva ao longo de todo pregão, com bom volume de negócios (R$ 5,0bi), também influenciada pelo movimento ascendente das bolsas de NY e pela ''esperança'', frustrada após o fechamento do pregão, de redução da Selic.
- DÓLAR -1,6% à R$ 2,43, abriu em alta, para na máxima atingir R$ 2,51, porem, em mais um pregão marcado pela forte volatilidade, passou a cair ainda na parte da manhã, influenciado (1) pelo desempenho positivo das bolsas mundiais, (2) pelo recuo o risco-Brasil (-2,0%) e (3) pelos ''agressivos'' leilões de venda do BC.
- Na ÁSIA, JAPÃO 3,2%, com destaques de alta para as montadoras, como Toyota (6,5%) e Honda (10,1%), diante das crescentes esperanças de um socorro ao setor automobilístico nos EUA, CHINA 2,0% (10,6% nos 4 últimos pregões), diante das crescentes expectativas de um anúncio governamental, com medidas de estímulo econômico e redução do aperto monetário e CORÉIA 3,6%, com destaque positivo para as ações de empresas do setor financeiro, como KB Financial Group (6,9%) e Shinhan Financial Group (3,3%), diante das ''apostas'' de um corte na taxa básica de juros pelo BC local.
- Na EUROPA, sem uma tendência única, INGLATERRA -0,3%, diante de declarações do ministro de Finanças do Reino Unido, Alistair Darling, de que o cenário econômico está cercado de incertezas e FRANÇA 0,7% e ALEMANHA 0,5%, com destaques de alta para ArcelorMittal (4,0%), Renault (3,2%) e Volkswagen (1,0%), acompanhando o movimento do mercado de ações norte-americano e na expectativa de progressos em relação a um pacote de auxílio às montadoras dos EUA.
- Nos EUA, diante do otimismo gerado com a perspectiva de aprovação, confirmada após o fechamento do pregão, de um pacote de US$ 15bi para evitar quebras no setor automobilístico, S&P 1,2%, DJ 0,8% e NASDAQ 1,2%, também beneficiadas pelos anúncios de queda nos estoques no atacado e de recuo nos pedidos de hipoteca.
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Economia:

Mostrando, pela enésima vez que tem autonomia e que por isto não cede à pressões políticas, ontem o Copom, conforme esperava mais de 70% do ''mercado'', decidiu manter a taxa básica de juros inalterada em 13,75% ao ano, apesar de ressaltar em sua nota que chegou a discutir a possibilidade de reduzir a Selic.

''Tentando reanimar'' seus eleitores após Meirelles contrariar novamente sua ''vontade'' e não reduzir a taxa básica de juros, hoje Lula anunciará um pacote de redução de impostos cujo objetivo será aquecer o consumo e tentar atenuar os efeitos da crise financeira em 2009.

Corroborando com a tese de que o Brasil sairá maior e mais fortalecido da atual crise financeira internacional, (1) a agência de classificação de riscos Moody's acredita que, em 2009, a economia brasileira não entrará em recessão, já que demonstrou uma ''sólida resistência" ao impacto da crise internacional e, com o mercado interno estimulado por medidas fiscais, houve muito pouca contaminação da sua economia real e (2) com a expansão de 0,6% da sua economia na comparação entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano, a economia brasileira foi a única entre as 20 maiores do mundo que teve avanço nesta base de comparação.

Apesar de apresentar uma retração de -0,2% na comparação com SET/08, o nível de atividade na indústria brasileira cresceu 2,6% na comparação entre os 10 primeiros meses de 2008 e o mesmo período de 2007.

Com o brasileiro aprendendo cada vez mais sobre o mercado de ações, de acordo com o último balanço divulgado pela BM&F Bovespa, apesar da crise financeira internacional que causou a queda do Ibovespa nos últimos 6 meses, o número de investidores de varejo saltou de 456.557 em todo ano de 2007, para 548.706 no acumulado de 2008, o que representa um aumento de mais de 20% no período.

Nos 5 primeiros dias de DEZ/08, contrariando as ''apostas e a tradição'' para esta época do ano, o fluxo cambial ficou positivo pela primeira vez desde o início de OUT/08, influenciado principalmente pela substancial redução na saída de recursos da conta financeira do País.

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Política:

Apesar de publicamente defenderem o corte dos gastos públicos para combater a crise financeira internacional, ontem os ''nobres senadores'' aprovaram, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, uma proposta de emenda constitucional que aumenta em 7.554 o número de vereadores no país e retiraram do texto o artigo que reduzia os percentuais de repasse das receitas dos municípios para as Câmaras.

Podendo atrapalhar a candidatura de Temer, do PMDB de SP, o deputado Milton Monti, do PR de SP, já começou a ''trabalhar'' para ser eleito o novo presidente da Câmara, porem até agora o adversário mais ''temido'' pelos aliados do peemedebista é o deputado Ciro Nogueira, do PP do Piauí.

Odiado pelos ''amigos de Dantas'', ontem o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, ex-coordenador da Operação Satiagraha, recebeu ontem a Medalha do Mérito Legislativo, no Salão Negro da Câmara dos Deputados.

Após afirmar que em 2009 viajará pelo Brasil para divulgar suas idéias, o tucano Aécio Neves, governador de MG, ''avisou'' que pôs seu nome à disposição do partido para a disputa presidencial de 2010.

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Crítica:

Quando tudo caminhava para uma decisão favorável aos índios, que na pratica querem a independência de uma parte do Brasil, o Supremo Tribunal Federal suspendeu, até FEV/09, o julgamento sobre a demarcação de terras na reserva Raposa/Serra do Sol, em Roraima.

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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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