R.B. 1/ABR/19 "Entrando nos trilhos"



"Entrando nos trilhos"

São Paulo, 1 de abril de 2019 (SEGUNDA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, para zerar as perdas registradas no mês passado (-0,2%) e ampliar os ganhos acumulados no ano (8,6%), beneficiada pela valorização das commodities e das principais bolsas mundiais e também impulsionada pelo novo aumento das “apostas” de aprovação da nova Previdência e (2) o DÓLAR pode cair, tentando devolver parte da forte alta acumulada em MAR/19 (4,3%) e zerar os ganhos acumulados no ano (0,7%), influenciado pelos mesmos móvitos que devem impulsionar a bolsa tupiniquim e consequentemente elevar o fluxo positivo de recursos externos.

Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 1,1%, aliviada pela redução das tensões políticas internas, acompanhando a valorização das commodities, que impulsionou a CSN (3,6%) e a Usiminas (3,7%), e beneficiada pelo movimento ascendente das principais bolsas mundiais e (2) o DÓLAR caiu -0,1% à R$ 3,91, seguindo a melhora do “humor” na bolsa tupiniquim e também influenciado pelo aumento das “apostas” de corte dos juros nos EUA.

Também sexta-feira, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,9% e China 3,2%, “animadas” com os sinais que de Pequim e Washington chegarão à um acordo comercial, (2) da EUROPA, Inglaterra 0,6%, França 1,0% e Alemanha 0,9%, beneficiadas pela valorização das commodities e pela divulgação de dados positivos da economia alemã, onde as vendas do varejo subiram 0,9% em FEV/19 ante JAN/19 e (3) dos EUA, com o DJ registrando uma valorização de 11,1% no primeiro trimestre, o que representa a maior alta no período desde 2013, S&P 0,7%, DJ 0,8% e NASDAQ 0,8%, impulsionadas pela normalização da curva dos Treasuries, pelos avanços nas negociações comerciais do país com a China e pelo aumento das “apostas” de corte de juros pelo FED (“BC” local).

Mostrando que o fim da “guerra comercial” entre as 2 maiores economias do mundo pode estar próximo, Steven Mnuchin, o Secretário do Tesouro norte-americano, afirmou que está ansioso para receber na próxima semana o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, em Washington, para continuar o diálogo comercial entre os 2 países.

Exemplo de país moderno e liberal a ser seguido pelo Brasil, o Chile, cuja pujança econômica atual deve muito a Paulo Guedes, o superministro da economia de Bolsonaro, anunciou na sexta-feira a manutenção da sua taxa básica de juros em 3,0% ao ano, menos da metade da praticada por aqui (6,5% ao ano).

Otimista, You-Na Park, que é analista em Frankfurt do mercado de moedas do banco Commerzbank, afirmou que há exagero na preocupação do mercado com a Previdência e ressaltou que “aposta” que a moeda norte-americana não deve voltar a superar o nível de R$ 4,00.

Espécie de “imperador da Fiesp”, já que não larga o cargo desde 2004, Paulo Skaf, presidente da referida Federação das Indústrias do Estado de SP, criticou a “nova” política do presidente Bolsonaro, ressaltando que ela não pode significar falta de diálogo entre Executivo e Congresso.

Criticado por uns e elogiado por outros, Bolsonaro afirmou neste final de semana que, como forma de estimular uma agenda positiva, sua equipe econômica estuda apresentar uma reforma tributária que vai reduzir tributos sobre empresas para estimular a geração de empregos e em troca passará a taxar dividendos.

A excelente ideia de Bolsonaro abrir um escritório de negócios em Jerusalém, em vez de transferir para lá a embaixada, surgiu numa conversa do presidente com o próprio embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, em NOV/18.

Ligeiramente abaixo do esperado pelo “mercado” (12,5%), porem acima do registrado nos 3 meses até NOV/19 (11,6%), a taxa de desemprego no Brasil fechou em 12,4% nos três meses até FEV/19.

Pressionando a inflação, mas também ajudando a Petrobrás a “sair do buraco”, nos 3 primeiros meses de 2019 o preço do petróleo no mercado internacional subiu 27%, o que representou a maior alta trimestral em 10 anos e foi causado principalmente por sanções dos EUA sobre Irã e Venezuela.

Com o Brasil finalmente “entrando nos trilhos”, passado o leilão da Norte-Sul, que foi um enorme sucesso, a próxima prioridade no setor ferroviário deve ser a Ferrogrão, que ligará Sinop (MT) a Miritituba (PA), que terá um investimento de cerca de R$ 12,7bi e deve ficar pronta para licitação em SET/19.

Política:

Preocupados com o futuro do país, muito mais do que defender qualquer governo, um grupo de grandes empresários tupiniquins, com expoentes como Flávio Rocha (Riachuelo), Luciano Hang (Havan), Sebastião Bomfim (Centauro) e João Apolinário (Polishop), decidiu ir de vez para o “corpo a corpo” para garantir votos suficientes para aprovar a nova Previdência, bancando campanhas nas redes sociais, pressionando deputados e senadores e inclusive abrindo um escritório de lobby em Brasília.

As vezes liberal, as vezes socialista e as vezes de direita, Dória, governador tucano de SP que na verdade é somente mais um populista, anunciará o fechamento de 4 grandes estatais paulistas ainda no primeiro semestre, como a nefasta CDHU.

Extrapolando seus poderes, já que sua função é fiscalizar o cumprimento das leis e não cria-las ou pior ainda contraria-las, o órgão de gestão de pessoas do nefasto Supremo Tribunal Federal contrariou uma medida provisória do presidente Bolsonaro e recomendou o desconto das taxas sindicais diretamente nos salários dos servidores da corte.

Bastião da racionalidade na mais elevada corte tupiniquim, Luís Roberto Barroso, ministro do STF, afirmou eu o pacote anticrime de Moro não ser deixado para segundo plano e ressaltou que a reforma da Previdência é urgente porque, senão, o país vai quebrar.

O PSL, que se recusava a relatar a reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça por receio de a proposta ser rejeitada já no primeiro embate, decidiu abraçar a missão após ser informado de que Maia costurou acordo com líderes para tentar aprovar a proposta no colegiado dia 17/ABR/19.

Na tentativa de fazer uma contraposição ao presidente Bolsonaro, que deve atuar como um cabo eleitoral nas próximas disputas municipais, siglas de esquerda como PT, PDT e PSOL querem a formação de uma frente de oposição, em um ensaio para uma coalizão partidária em 2020.

Crítica:

Com a primeira-ministra Theresa May mostrando um enorme apego ao cargo e/ou uma gigantesca incapacidade de perceber que o problema é ela, na sexta-feira o Parlamento do Reino Unido rejeitou, pela terceira vez seguida, o acordo de retirada do Brexit, agora por 344 votos a 286.

PAZ, amor e bons negócios;

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