"Mais uma cota imbecil"
São Paulo, 15 de fevereiro de 2019 (SEXTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve voltar a subir, com “boas chances” de fechar o dia no maior patamar da história, ainda influencia positivamente pela proposta de reforma da Previdência apresentada por Bolsonaro e também acompanhando o movimento ascendente das principais bolsas mundiais e (2) o DÓLAR pode cair, rumo aos R$ 3,70, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e esperada manutenção do “humor positivo” na bolsa tupiniquim.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 2,3%, recuperando “com folga” as perdas do pregão anterior (-0,3%), beneficiada pela divulgação de bons resultados corporativos, como o do Banco do Brasil (5,1%), impulsionada pela valorização das commodities e animada com a definição de Bolsonaro sobre a reforma da Previdência e (2) o DÓLAR caiu -0,3% à R$ 3,74, devolvendo uma parte da forte alta registrada no pregão anterior (1,0%), acompanhando o fluxo positivo de recursos externos oriundos de exportações, captações e investimentos.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão -0,1% e China -0,1%, realizando lucros do pregão anterior, em um movimento de cautela em meio ao início da principal fase das negociações comerciais entre Pequim e Washington e após a divulgação de números melhores do que o esperado da balança comercial chinesa, (2) da EUROPA, devolvendo os ganhos da abertura, Inglaterra -0,1%, França -0,2% e Alemanha -0,7%, prejudicadas pelo anúncio de que o PIB alemão ficou estável no quarto trimestre ante o terceiro, patamar abaixo da projeção de alta de 0,1%, e pelas nova derrota da primeira-ministra britânica, Theresa May, em uma votação sobre o Brexit e (3) dos EUA, S&P -0,3%, DJ -0,4% e NASDAQ -0,1% , influenciadas negativamente pela divulgação de que as vendas no varejo do país se contraíram em -1,2% na passagem de NOV/18 para DEZ/18, contrariando as previsões de alta de 0,1%.
Corroborando com os comentários de Lael Brainard, diretora do FED (“BC” dos EUA), que ressaltou que os riscos negativos ao crescimento norte-americano "têm, definitivamente, aumentado", o que seria um ponto favorável à pausa na elevação de juros do país, várias instituições reduziram suas “apostas” para o crescimento anualizado do PIB dos EUA no quarto trimestre de 2018, como Goldman Sachs (de 2,5% para 2,0%), Citi (de 2,9% para 2,7%), JPMorgan (de 2,6% para 2,0%), Credit Suisse (de 3,5% para 2,8%) e Barclays (de 2,8% para 2,1%).
Superando “de longe” as expectativas do “mercado” (-4,1%), a China divulgou que em JAN/19 as suas exportações tiveram expansão anual de 9,1%, o que comprova que ainda existe bastante espaço e margem de negociação para a referida segunda maior economia do mundo evitar uma “guerra comercial” com os EUA.
Principal gerador de empregos no Brasil, o setor de serviços, ainda se recuperando dos malditos anos de governo Dilma, fechou o ano passado registrando a quarta retração anual consecutiva, desta vez de -0,1%, com destaque negativo para a retração de -1,9% no segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares.
“Animado”, como 99,9% do mercado financeiro tupiniquim, Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra, afirmou que a nova idade mínima para aposentadoria chancelada pelo presidente Bolsonaro, de 65 para homens e 62 anos para mulheres, tem potencial para economizar até R$ 700bi dos cofres públicos os próximos 12 anos.
Brigando “de frente” com os grandes e monopolistas bancos tupiniquins, o grupo financeiro SRM vai investir cerca de R$ 25 milhões neste ano em sua mais recente operação, a Trust, que fornece serviços como antecipação de recebíveis e empréstimos para pequenas e médias empresas.
Apesar de Salim Mattar, secretário especial de Desestatização e Desinvestimento de Bolsonaro, já ter indicado que o governo deve manter o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras fora do rol de privatizações, não é impossível que, se a opinião pública tupiniquim seguir se tornando cada dia mais liberal, estas inúteis e pouco produtivas estatais também sejam vendidas até o final do atual mandato presidencial.
- A AstraZeneca disparou 7,5% na bolsa de Londres, após a farmacêutica divulgar balanço com crescimento nas vendas em 2019.
O Banco do Brasil avançou 5,1% na bolsa tupiniquim, beneficiado pelo ótimo resultado apresentado em 2018, que foi 22% maior que o auferido em 2017, e impulsionado principalmente pela declaração de Rubem Novaes, novo presidente da referida estatal, dizendo que o banco seria mais eficiente se fosse privatizado.
Política:
Fazendo, como era de se esperar, o papel de policial bonzinho, Bolsonaro anunciou ontem, após reunião com seu ministro da economia Paulo Guedes (o policial malvado), que a reforma previdenciária estabelecerá idades mínimas de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens e que haverá um período de 12 anos de transição.
Apesar
do oportunismo covarde e raivoso da imprensa, que está indignada pois o
presidente não dá entrevista exclusiva para a TV Globo, e do corporativismo de
grupos políticos, que cometeram a mesma fraude com candidatas laranjas para
cumprir “mais uma cota imbecil”, Bolsonaro já “mandou avisar” a Gustavo
Bebianno de que ele será demitido até segunda-feira, caso não entregue o cargo
antes.
Achando que alguém ainda acredita na desculpa de “eu não sabia de nada”, Gustavo Bebianno, apesar de ser responsável direto por ser presidente nacional do partido, reafirmou em nota que não escolheu as candidatas do PSL de Pernambuco, cujas campanhas estão sob suspeita de desvio de recursos.
Criando dificuldade para vender facilidade, o Delegado Waldir, líder do PSL na Câmara, “avisou para a imprensa” que Bolsonaro não tem hoje uma base no Congresso para aprovar seu projeto de reforma da Previdência.
Mostrando mais uma vez a importância da CPI da “Lava Toga”, o Superior Tribunal de Justiça suspendeu o pedido de prisão de Marco Aurélio Garcia, irmão do vice-governador de SP (Rodrigo Garcia), que está foragido e é acusado de envolvimento na máfia do ISS.
Trabalhando para tornar a vida dos bandidos cada dia mais tranquila, as Defensorias Públicas do RJ e de SP se somaram a entidades de esquerda e que representam advogados corruptos para lançar hoje um manifesto contra o pacote anticrime do brilhante ministro Moro.
Acreditando, como a grande maioria dos tupiniquins, que é insubstituível e mais importante que todo mundo, Gustavo Bebianno buscou apoio entre a imprensa socialista, congressistas graduados, ministros de tribunais superiores e até de militares para contornar a crise em torno de sua permanência na Secretaria-Geral da Presidência.
Crítica:
Com a frieza de um assassino, Fabio Schvartsman, presidente da Vale que já deveria estar preso se o Brasil fosse um país sério, afirmou ontem em depoimento na comissão externa da Câmara dos Deputados, que a mineradora é uma “joia” e “não pode ser condenada por um “acidente”.
PAZ, amor e bons negócios;
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