R.B. 3/NOV/17 "A reconstrução da aliança nefasta"



"A reconstrução da aliança nefasta"

São Paulo, 3 de novembro de 2017 (SEXTA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, em um movimento de recuperação após recuar -2,8% nos 3 últimos pregões, beneficiada pelos sinais positivos da economia, pelo crescente aumento da participação de pessoas físicas na bolsa tupiniquim, pela redução das tensões políticas, pela valorização das commodities e pela indicação de Jerome Powell para ser o novo presidente do FED (“BC” dos EUA) e (2) o DÓLAR pode cair, devolvendo uma parte da alta acumulada nos últimos 30 dias (4,0%), influenciado pelos mesmos motivos que devem animar a bolsa brasileira e também pelo ótimo superávit da balança comercial do país.

Quarta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -0,6%, para fechar em território negativo pelo terceiro pregão consecutivo, em um pregão marcado pela volatilidade, já que na máxima avançou 1,2%, que desta vez foi influenciado pelos “temores” de que Trump, presidente dos EUA, escolhesse alguém com um perfil menos expansionista para comandar o FED (“BC” local) e (2) o DÓLAR caiu -0,3% à R$ 3,26, devolvendo ganhos recentes e seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana após a decisão de manutenção da taxa de juros dos EUA.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão 0,5%, com as exportadoras beneficiadas pela valorização do dólar frente a moeda local (iene) e China -0,4%, realizando lucros recentes, (2) da EUROPA, também sem uma tendência única, Inglaterra 0,9%, com as mineradoras, como Glencore (1,5%) e Rio Tinto (2,5%), beneficiadas pela desvalorização da moeda loca (livra) e pela valorização do minério de ferro, porem França -0,1% e Alemanha -0,2%, reagindo negativamente a decisão do BC Europeu de, pela primeira vez em 10 anos, elevar sua taxa básica de juros da mínima histórica de 0,25% para 0,50%, como era amplamente esperado e (3) dos EUA, sem uma direção única, apesar do DJ ter batido o 55º recorde histórico de alta no ano, S&P 0,1%, DJ 0,3% e NASDAQ 0,1%, em um movimento de cautela após a indicação de Jerome Powell para a presidência do FED (“BC” local) e à divulgação do projeto de reforma tributária elaborado por deputados republicanos.

Indicando que as coisas devem continuar como estão, ontem Trump, o presidente dos EUA, indicou Jerome Powell, que já era diretor do FED, a presidência do referido BC norte-americano, que tem um perfil desenvolvimentista e defende propostas à favor de menos regulação no sistema financeiro.

Conforme esperado, na quarta-feira o FED (“BC” dos EUA) decidiu manter a taxa de juros norte-americana inalterada, na faixa entre 1,00% e 1,25% e, em seu comunicado, destacou que as condições econômicas devem evoluir de forma a garantir um aperto monetário gradual, o que reforça as “apostas” de aumento dos juros em DEZ/17.

Recuperando um patamar perdido em SET/13, a B3, que é o novo nome da monopolista, cara e ineficiente bolsa tupiniquim, anunciou que em OUT/17 o número de pessoas físicas brasileiras negociando ações atingiu 610 mil e, diante do baixo patamar da taxa básica de juros, da tendência de alta do mercado acionário e da expectativa de novas ofertas públicas, as “apostas do mercado” são de que este número seguirá crescendo.

Por questões políticas, por momento de mercado ou por mudança de foco, a Itaúsa e a Dow, que eram cogitadas pelo “mercado” para disputar a compra da Braskem, anunciaram que não têm mais interesse na referida empresa química.

Dando 4 sinais positivos da economia tupiniquim, (1) em OUT/17 a venda de material de construção no varejo cresceu 6% na comparação com OUT/16, (2) em SET/17 a receita do setor óptico aumentou 9,2% na comparação com SET/16, (3) em SET/17 a base de assinantes de internet fixa no país cresceu 5,92% na comparação com SET/16 e (4) em OUT/17 os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus subiram 27,6% na comparação com OUT/16.

Dando sinais aparentemente divergentes, em OUT/17 os novos pedidos para registrar códigos de barras caíram -3,1% na comparação com SET/17, porem em SET/17 a produção industrial brasileira cresceu 2,6% na comparação com SET/16, registrando o melhor resultado para o mês desde SET/13.

Tentando ocupar rapidamente o espaço deixado pela JBS, o Better Beef, frigorífico de Rancharia, anunciou que, para passar a exportar para a China e para a Europa, investirá R$ 84mi para ampliar suas instalações no interior de SP, elevando a capacidade de 12 mil para 29 mil animais.

Ajudando a conter a alta do dólar, que é de apenas 0,4% no ano, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 5,2bi em OUT/17, o que representa o melhor para o período desde o início da série histórica em 1989 e, com exportações 31% maiores que no mesmo período de 2017, o saldo positivo acumulado n ano já está em US$ 58,5bi, o que representa uma alta de 51,8% sobre igual período de 2016.

Após uma queda de -24% em SET/17, causada por mudanças de regulamentação na China, o Bitcoin subiu 46% em OUT/17, atingindo seu maior patamar da história (US$ 7.000,00) porém ainda bem distante do valor que os entusiastas da moeda digital acreditam ser possível (US$ 1mi).

-    A Apple subiu 0,7% na bolsa de NY e, após o fechamento do pregão a empresa anunciou que, na véspera do lançamento do iPhone X, o mais esperado dos últimos anos, sua no terceiro trimestre do ano foi de US$ 52,6bi, valor 12% acima do registrado 1 ano antes.
-    A Eletrobras caiu -5,9%, refletindo dúvidas do “mercado” quanto à possibilidade de atraso no cronograma de privatização da companhia.
-    A Renault caiu -0,2% na bolsa da França, após o governo do referido país anunciar que está vendendo parte de sua participação na empresa, depois de comprar ações há 2 anos para bloquear os esforços da montadora para mudar suas regras de participação.

Política:

Para a alegria do mercado financeiro tupiniquim, Meirelles, atualmente ministro da Fazenda, afirmou pela primeira vez que é um presidenciável, ressaltando que será um candidato do centro e que está preparado para enfrentar os discursos populistas.

Certamente seguindo ordens do presidente Temer e com o objetivo de jogar a sujeira para baixo do tapete, o Ministério da Transparência anunciou que suspendeu por 2 anos a investigação de desvios praticados pela Engevix na Petrobras, usando a “desculpa esfarrapada” de que a empreiteira propôs um acordo de leniência.

Rendendo-se à realidade dos fatos, apesar dos esforços do Planalto para aprovar uma reforma da Previdência mais enxuta, cada dia mais integrantes do governo Temer veem um ambiente contaminado no Congresso e já admitem que a votação desta importante matéria não será concluída neste ano.

Indicando que, já unidos para aniquilar a Lava Jato e conseguir cada dia mais dinheiro do fundo eleitoral, PT e PMDB caminham à passos largos para “a reconstrução da aliança nefasta” nas eleições de 2018, Luiz Marinho, candidato petista ao governo de SP, afirmou que no ano que vem seu partido deve permitir alianças com partidos que apoiaram “o golpe” contra a ex-presidenta Dilma.

Mostrando que o péssimo exemplo de Aécio está se espalhando pelo país, a decisão do STF de que medidas cautelares contra parlamentares podem ser derrubadas por Legislativos tem levado Câmaras Municipais e Assembleias tupiniquins a revogar decisões judiciais contra vereadores e deputados acusados de corrupção.

Crescendo enquanto o PT encolhe, o DEM, que em 2010 Lula afirmou que estava morto, conseguiu equacionar a divisão de poderes no Mato Grosso, que era o último Estado que ainda oferecia resistências à entrada de 9 parlamentares do PSB no partido.

Rodrigo Maia, presidente da Câmara e um dos principais líderes do DEM, foi o escolhido pelos partidos da base aliada para apresentar, na próxima semana, o ultimato para que o governo Temer antecipe a reforma ministerial, ressaltando que sem isto nada vai passar nada no Legislativo.

Ganha força entre dirigentes do PSDB a tese de que qualquer disputa, neste momento, pode agravar a divisão do partido e assim cresce articulação para que Tasso Jereissati, do Ceará, e Marconi Perillo, de Goiás, acertem um revezamento na presidência da sigla.

Cobertos de razão, já que a dobradinha seria um fracasso, aliados de Alckmin se esforçam para dissuadir o prefeito Doria da ideia estapafúrdia de sair candidato a vice-presidente em uma chapa pura tucana e paulista.

Perdendo uma ótima oportunidade de ficar calada, Luislinda Valois, tucana e Ministra dos Direitos Humanos, afirmou que não abriria mão de receber a aposentadoria de desembargadora e o salário de ministra, que somados superam os R$ 61mil, alegando que a época da escravidão acabou.

Crítica:

Tentando fazer o que pode com os poucos recursos que tem, o governo de Roraima improvisou em um ginásio um abrigo para cerca de 400 venezuelanos que estava vagando ilegalmente pelas ruas da cidade, porém, sem apontar nenhuma solução viável, o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União entraram com uma ação civil pública alegando que a “remoção foi forçada”.

Podendo representar uma das mais profundas mudanças na história da Igreja Católica, o papa Francisco autorizou abrir discussão sobre a suspensão parcial do celibato de padres, atendendo pedido do brasileiro Dom Cláudio Hummes, prefeito emérito da Congregação para o Clero.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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