R.B. 12/JUL/17 "Um enorme avanço para a modernização e para o aumento da produtividade do país"



"Um enorme avanço para a modernização e para o aumento da produtividade do país"

São Paulo, 12 de julho de 2017 (QUARTA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, com os investidores “comemorando” a aprovação da reforma trabalhista e também impulsionada pelo anuncio de que a Petrobrás aprovou a abertura de capital da BR Distribuidora e (2) o DÓLAR pode cair, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e pressionado pela expectativa de aumento do fluxo positivo de recursos externos.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 1,3%, impulsionada pela alta dos preços das commodities e “animada” com a aprovação da reforma trabalhista, porém ainda com baixo volume de negócios (R$ 5,9bi) por conta do conturbado cenário político doméstico e (2) o DÓLAR caiu -0,2% à R$ 3,25, para fechar o pregão no menor nível desde 1º/JUN/17, acompanhando o “humor” positivo da bolsa brasileira e diante da expectativa de aumento dos ingressos de recursos de estrangeiros para Ofertas Públicas Iniciais de ações previstas para JUL/17.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão 0,6%, com destaques de alta para as exportadoras e China -0,3%, prejudicada pelo desempenho ruim das ações de empresas de siderurgia e mineração, (2) da EUROPA, mesmo com a valorização das commodities, Inglaterra -0,5%, França -0,5% e Alemanha -0,1%, com destaques de queda para as ações dos bancos, como Barclays (-0,9%)e BNP (-0,5%) e (3) dos EUA, também sem uma tendência única, S&P -0,1%, DJ 0,0% e NASDAQ 0,2%, divididas entre o bom desempenho das ações das empresas do setor de energia, diante da valorização do petróleo (1,8%), e o aumento da tensão política após o anúncio de que o filho mais velho do presidente Trump participou da interferência russa na campanha presidencial norte-americana do ano passado.

Como os músicos do Titanic que seguiam tocando enquanto o navio afundava, Meirelles, ministro da Fazenda, afirmou ontem, apenas para ajudar Temer, que dados preliminares da atividade econômica em JUN/17 apontam uma “firme” recuperação e “garantiu” que a crise política não atinge a economia.

Ontem, durante a cerimônia de lançamento do Plano Safra 2017/2018, Blairo “motosserra” Maggi, ministro da agricultura, afirmou que, após uma colheita recorde de quase 240 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas em 2016/17, o Brasil está pronto para colher uma nova safra abundante na temporada atual, que desta vez será “turbinada” por um maior volume de recursos para financiamentos e juros menores.

Responsável por atuar como a “Xerife” do mercado financeiro tupiniquim, investigando crimes e infrações cometidas em operações, a CVM terá um novo presidente, que será o advogado Marcelo Barbosa, indicado ontem pelo Ministério da Fazenda e cujo nome deve ser aprovado em breve pelo Senado.

Com captação líquida positiva tanto em MAI/17 e quanto em JUN/17, os fundos de ações no Brasil encerraram os primeiros seis meses deste ano de 2017 com cerca de R$ 500mi de saldo positivo entre aplicações e resgates, valor que certamente crescerá bastante caso a crise política seja reduzida com o fim do governo Temer.

Por conta da Operação Carne Fraca da Polícia Federal, o setor tupiniquim de carnes termina o semestre com redução no volume exportado, com as vendas externas de carnes de aves recuando -6,4% e as de carne suína -2,8%, ambas na comparação com o primeiro semestre de 2016.

-    A Person, que é uma das maiores e mais antigas empresas de educação do mundo, caiu -5,1% na bolsa de Londres, em meio a temores de redução dos seus dividendos após ela reduzir sua participação na Penghin Random House.
-    A Petrobrás subiu 2,9%, beneficiada pela valorização do petróleo e, após o fechamento do pregão, conselho de administração da empresa aprovou a abertura de capital da BR Distribuidora, sua maior subsidiária, o que faz parte do seu plano de desinvestimentos, com o qual a estatal pretende levantar US$ 21bi até 2018.

Política:

Envergonhando mais uma vez o país, “atentando contra a democracia” e quebrando o decoro parlamentar, ontem, para impedir a votação da reforma trabalhista, 3 senadoras do PT e 1 senadora do PCdoB decidiram ocupar a mesa diretora do Senado e só saíram de lá após quase 8 horas de negociação.

Representando “um enorme avanço para a modernização e para o aumento da produtividade do país”, na noite de ontem o Senado aprovou, por 50 votos contra 26, a Reforma Trabalhista, cujos 2 principais pontos são (1) a negociação coletiva passa a prevalecer, na maioria das vezes, sobre a CLT e (2) o imposto sindical passa a ser facultativo.

Pensando especificamente no imposto sindical, que Temer “prometeu” para as Centrais Sindicais salvar, Rodrigo Maia, presidente da Câmara, já “avisou” que vai engavetar qualquer medida provisória proposta pelo presidente Temer para fazer ajustes na reforma trabalhista aprovada ontem no Senado.

Como o presidente Temer sempre precisa, mesmo que de forma descarada, “comprar apoio” para se manter no poder, já em 2016 a verba congelada no orçamento da Câmara Casas foi de -2,4% e do Senado de -1,85%, porem o programa de saneamento básico, cujo orçamento é menor, teve -13% dos gastos contingenciados, e o de cultura sofreu um corte de -22,4% da verba total.

Apesar de Doria e Alckmin ainda trabalharem para manter o partido na base aliada do seu comparsa Temer, o deputado Ricardo Tripoli, líder dos tucanos na Câmara, afirmou que a maior parte da bancada do PSDB é a favor da admissibilidade da denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente.

Provavelmente comprado com uma parcela minúscula dos bilhões roubados dos cofres públicos, o procurador da República Ivan Cláudio Marx, do Ministério Público Federal no Distrito Federal, pediu à Justiça o arquivamento da investigação sobre a articulação do ex-presidente Lula com senadores para atrapalhar a Operação Lava Jato, conforme denunciou o ex-senador e ex-petista Delcídio do Amaral.

Crítica:

Transformando seu gabinete em um balcão de negócios, o ministro do STF Gilmar Mendes, que já teve encontros extraoficiais com o presidente Temer, recebeu em audiência, apenas no último mês, 18 deputados, senadores, ministros e outras autoridades, quase todas sem acompanhamento de advogados ou assessores nem referência a uma pauta específica.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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