R.B. 3/JAN/17 "Trump tupiniquim"



"Trump tupiniquim"

São Paulo, 3 de janeiro de 2017 (TERÇA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, recuperando as perdas do pregão anterior, beneficiada pelo avanço das commodities e acompanhando o movimento ascendente das demais bolsas mundiais e (2) o DÓLAR pode voltar a subir, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americano e influenciado pelo crescente aumento das “apostas” de redução maior do que o esperado da taxa básica de juros da economia tupiniquim.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -1,1%, com baixo volume de negócios (R$ 1,9bi) por conta do feriado em NY, realizando lucros após 6 pregões consecutivos de alta, com os investidores avaliando que 2017 será um ano desafiador para a economia tupiniquim e (2) o DÓLAR subiu 0,9% à R$ 3,28, começando a iniciar um movimento de recuperação das perdas auferidas ao longo de todo ano passado (-21,8%), diante das expectativas de queda da Selic no Brasil e alta dos juros nos EUA.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão e China não tiveram pregão por conta do feriado de ano novo, (2) da EUROPA, com poucos negócios, Inglaterra não teve pregão, França 0,4% e Alemanha 1,0%, impulsionadas por dados positivos da indústria na Alemanha e na zona do euro e por notícias favoráveis ao Deutsche Bank e ao Monte dei Paschi e (3) dos EUA, S&P, DJ e NASDAQ também não tiveram pregão por conta do feriado do ano novo.

Começando o ano mais otimista, o “mercado” (1) reduziu de 10,50% para 10,25% suas “apostas” para o patamar Selic, atualmente em 13,75%, no final de 2017, (2) elevou de 4,85% para 4,87%, suas projeções para o IPCA de 2017 e (3) manteve em 0,5% suas expectativas para o desempenho do PIB neste ano que se inicia.

Como já era de se esperar, após anos de crescimento estratosférico e incentivos ficais e financeiros surreais, em 2016 o mercado automotivo tupiniquim fez uma viagem de volta no tempo e, acumulando uma queda de -20,2% nas na comparação com 2015, foram licenciados no ano passado “apenas” 2,05 milhões de veículos, o que representa o mesmo patamar auferido em 2006.

Se antecipando à provável recuperação da economia tupiniquim, em 2016 a Bovespa, alem de acumular uma alta de 38,9% no seu principal índice, fechou o ano com um aumento de 10,5% no volume financeiro total negociado na comparação com 2015, atingindo R$ 1,85tri e revertendo assim 2 anos seguidos de retração.

Enquanto os trabalhadores em geral festejam o fato de 2017 ser um ano repleto de feriados que podem ser “emendados”, os empresários do setor varejista tupiniquim já projetam que somente por conta disto as vendas serão R$ -10,5bi menores, porem, indicando que existe uma luz no final do túnel, em DEZ/16 o índice de confiança dos empresários do comércio da cidade de SP teve alta de 1,9% ante NOV/16 e avançou 32,2% na comparação com DEZ/15.

Podendo indicar que DEZ/16 foi o “fundo do poço” da economia tupiniquim, segundo um estudo elaborado e divulgado ontem pela consultoria IHS Markit, no mês passado, devido a quedas no volume de produção, no emprego e em encomendas, o Índice de Gerentes de Compras do Brasil atingiu 45,2pts, abaixo do patamar de NOV/16 (46,2pts) e do de DEZ/15 (45,6pts).

Como no ano passado as importações, prejudicadas pela crise econômica interna, caíram -20,1% na comparação com 2015 e as exportações, prejudicadas pela falta de competitividade global dos produtos brasileiros, recuaram “apenas” -3,5% na mesma base de comparação, em 2016 a balança comercial tupiniquim registrou um superávit de US$ 47,7bi, o que representa o melhor patamar da história.

Colhendo os frutos de uma administração petista que preferia fazer acordos comerciais com base na ideologia ao invés do lucro, no ano passado o agronegócio tupiniquim, mesmo com a recuperação global dos preços agrícolas, perdeu fôlego, já que 8 dos 10 principais produtos de exportação do setor tiveram receitas menores do que em 2015.

Política:

Com planos para criar um “Trump tupiniquim”, a possibilidade de Roberto Justus, empresário, celebridade e apresentador de TV, entrar no PMDB para tentar disputar a Presidência da República já causa ruídos no partido e temor de caciques de outras legendas, do PT ao PSDB.

Preocupado, com toda a razão, em resolver assuntos internos, o presidente Temer decidiu que, por conta da aproximação da eleição à sucessão da Câmara dos Deputados, não vai comparecer ao Fórum Econômico de Davos, marcado para o final deste mês, e mandará Meirelles, o prestigiado ministro da Fazenda, como seu representante.

Mostrando que não se importa em ter mais um ano de embates entre legislativo e judiciário, ontem, no primeiro dia útil do ano, Rodrigo Maia, presidente da Câmara que tenta mudar as regras para se manter no cargo, afirmou que o imbróglio jurídico sobre a possibilidade de ele disputar a reeleição é uma questão interna da Casa.

Embalado pelo início do mandato à frente da Prefeitura de SP, o prefeito tucano Doria já programa uma série de agendas casadas com Alckmin, o governador do Estado e seu principal fiador político, porem é bom lembrar que na política a coisa mais comum é a criatura, quando cresce, tentar superar o criador.

Cada dia mais pressionado por seus “comparsas” a assumir o comando do PT para evitar uma diáspora de insatisfeitos rumo a outros redutos de esquerda, o ex-presidente Lula já esboça um plano de reestruturação da sigla e defende criar cinco vice-presidências regionais para ajudá-lo na inglória tarefa de resgatar o petismo das cinzas.

-    Sonhando com o apoio do PT à candidatura de Ciro Gomes, Carlos Lupi, Presidente nacional do PDT, afirmou que duvida que Lula seja candidato à presidente nas próximas eleições.
-   Indicando que Haddad pode estar “tucanando”, o que seria inédito na política tupiniquim, os vereadores do PT ficaram incomodados com os elogios do agora ex-prefeito ao tucano Doria na transmissão do cargo.

Crítica:

Mostrando que o Brasil começa 2017 exatamente com os mesmos problemas de 2016, (1) em MG, mesmo com o Estado quebrado, o governador petista usou um helicóptero do Estado para buscar seu filhinho mimado e vagabundo em uma festinha, (2) em Manaus uma rebelião no presídio deixou mais de 60 mortos, já que os criminosos continuam tendo acesso à armas, (3) no RJ um PM matou o embaixador da Grécia, (4) em SP, Dória, fazendo demagogia, foi varrer uma rua no seu primeiro dia no cargo e (5) o presidente Temer se deixou fotografar tomando sol na praia enquanto temos 12 milhões de desempregados.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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