R.B. 20/OUT/16 "Tremendo nas bases"



"Tremendo nas bases"

São Paulo, 20 de outubro de 2016 (QUINTA-FEIRA).

Mercados e Economia:

Hoje (1) a BOVESPA deve cair, ainda realizando lucros recentes, acompanhando pelo recuo das commodities, prejudicada pela intensificação das tensões políticas e “frustrada” com a redução de “apenas” -0,25% da Selic e (2) o DÓLAR pode subir, em um “ajuste técnico” após fechar o pregão anterior no menor patamar em 2 meses e influenciado pelos mesmos motivos que devem derrubar a bolsa brasileira.

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -0,4%, revertendo uma abertura positiva, na qual chegou a avançar 0,5%, para realizar lucros depois de 4 sessões consecutivas de ganhos, usando como “desculpa os temores” de que a prisão de Eduardo Cunha possa leva-lo a fechar um acordo de delação premiada que atinja diretamente o presidente Temer e (2) o DÓLAR caiu -0,4% à R$ 3,16, em linha com o movimento das moedas ligadas a economias emergentes e commodities, diante da valorização das commodities e pela perspectiva de que o aperto monetário do Fed (“BC” dos EU) será gradual.

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,2%, com destaque de alta para a Mitsubishi Motors (7,9%), diante de “rumores” de que o brasileiro Carlos Ghosn, executivo-chefe da Renault-Nissan, deverá se tornar o presidente do conselho da empresa e China 0,1%, sustentada pela divulgação de que o PIB do país teve expansão anual de 6,7% no terceiro trimestre, em linha com a previsão de analistas e repetindo o ritmo de crescimento dos três meses anteriores, (2) da EUROPA, após alguma volatilidade, Inglaterra 0,3%, França 0,2% e Alemanha 0,1%, beneficiadas pelo avanço do petróleo (2,0%), que impulsionou as ações das empresas do setor de energia, como BP (0,9%) e E.ON (0,6%), pela forte alta das ações do Carrefour (4,7%), que informou que no terceiro trimestre deste ano suas vendas globais foram 1,1% maiores que no mesmo período de 2015 e (3) dos EUA, S&P 0,2%, DJ 0,2% e NASDAQ 0,1%, também ajudadas pela valorização do petróleo (2,0%) e pela divulgação de bons resultados corporativos, como Morgan Stanley (2,0%) e da Halliburton (4,3%).

Ontem, após 4 anos de elevações ou manutenções da Selic, o Copom, ressaltando que a inflação está caindo e exaltando a provação da PEC do teto dos gastos públicos, decidiu de forma unanime cortar em -0,25% a taxa básica de juros da economia brasileira, que agora está em 14% ao ano, frustrando as expectativas de quem esperava uma redução de -0,5% e ainda bem distante de outros países emergentes como Rússia (10%), México (4,75%) e África do Sul (7%).

O processo de corte dos juros básicos iniciado ontem, que deve continuar na próxima reunião do Copom dos dias 29 e 30/NOV/16, era a medida mais esperada por empresários, economistas, investidores e consumidores há muito tempo, já que pode ajudar na recuperação da confiança e na retomada da economia tupiniquim.

Ajudando ao mesmo tempo no controle das contas publicas e na redução das pressões inflacionárias, (1) nos 8 primeiros meses deste ano, por conta de um maior volume de chuvas nos rios que abastecem as hidroelétricas brasileiras (especialmente no Sudeste), as térmicas que usam gás natural para gerar energia consumiram -40% metros cúbicos a menos do que no mesmo período do ano passado e (2) o valor pago por mais de 6 milhões de consumidores de energia em SP e em Goiás cairá de -8% a -30% ainda neste mês.

Em um fenômeno que ocorre no mundo todo, por conta de fatores como o envelhecimento da população e os avanços tecnológicos, a inflação médica no Brasil, que engloba todos os custos com saúde, deverá ser de 18,6% neste ano, mais do que o dobro da inflação oficial auferida pelo IPCA, que segundo previsão mais recente do Boletim Focus para este ano é de 7,0%.

Apesar de ter logrado êxito em desfazer a palhaçada diplomática deixada por Dilma, que cancelou por 2 vezes seguidas uma visita oficial ao país, a ida de Temer ao Japão ainda não convenceu 100% os empresários japoneses a ampliarem seus investimentos no Brasil, e os principais motivos alegados são um ambiente de investimento fechado, as tarifas e custos elevados, a falta de infraestrutura e as rígidas leis trabalhistas.

Política:

“Tremendo nas bases” por conta do medo de uma eventual delação premiada do agora detento Eduardo Cunha, ontem a base aliada de Temer não conseguiu nem reunir o quorum de 257 dos 513 deputados para concluir a votação do projeto que altera as regras de exploração do pré-sal, uma das prioridades do governo para 2016.

No pedido de prisão feito contra o ex-deputado peemedebista Eduardo Cunha, os procuradores da República da Operação Lava Jato afirmaram que o político (1) ainda mantém influência nos seus correligionários, tendo participado de indicações de cargos políticos do governo Temer e (2) não poupou esforços para embaraçar as investigações.

Facilitando a modernização do Estado brasileiro, ontem, mostrando que o tema já não é mais um tabu, o Senado aprovou uma medida provisória que facilita privatizações e altera regras do setor elétrico, o que permite que o governo viabilize a venda de distribuidoras de energia da estatal federal Eletrobrás.

Repetindo uma inescrupulosa tática petista, que na campanha à reeleição de Dilma usou descaradamente a infraestrutura dos Correios para fazer propaganda eleitora, Marcelo Freixo, candidato do PSOL à prefeitura do RJ, usou o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal Fluminense para produzir e bancar seu material de campanha.

Crítica:

Preparando, de forma ágil e eficiente, seu banco para entrar neste “jogo”, Roberto Setubal, presidente do Itaú, afirmou que o avanço das start-ups do setor financeiro, companhias iniciantes conhecidas também como fintechs e que trabalham com custos menores, vai pressionar as margens do setor e obrigá-lo a passar por uma revolução interna.

Confirmando o que todos que precisam dela já sabem, segundo Relatório do Tribunal de Contas da União a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem graves problemas na fiscalização dos medicamentos comercializados, colocando em risco a saúde da população brasileira.

PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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