"A malandragem de um país inteligente"
São Paulo, 28 de março de 2016 (SEGUNDA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em queda, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais e influenciada pela crescente piora da economia e do cenário político do Brasil, porem deve-se ressaltar que o patamar é interessante para compras de quem "aposta" no impeachment da presidenta Dilma e (2) o DÓLAR pode subir, para fechar o dia acima dos R$ 3,70, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana diante do aumento das "apostas" de alta dos juros nos EUA.
Quinta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,7%, acompanhando a instabilidade das demais bolsas mundiais, prejudicada pelo recuo das commodities, como o minério de ferro (-3,1%), e ainda influenciada negativamente pelas tentativas desesperadas e pouco republicanas do PT para se manter no poder e (2) o DÓLAR subiu 0,2% à R$ 3,69, impulsionado pelos mesmos motivos que derrubaram a bolsa tupiniquim e também seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana.
Sexta-feira, nas principais bolsas da ÁSIA, com poucos negócios, já que era feriado de Páscoa na maior parte do mundo, Japão 0,6% e China 0,6%, diante de crescentes perspectivas de uma recuperação mais firme da economia dos EUA, que impulsionaram a valorização do dólar frente as moedas locais (iene e yuan) e consequentemente beneficiou as exportadoras, como Mazda (4,1%) e Kubota (4,1%).
Quinta-feira, nas principais bolsas, (1) da EUROPA, em meio à cautela dos investidores antes do feriado de Páscoa, Inglaterra –1,5%, França –2,1% e Alemanha –1,7%, pressionadas pela baixa do petróleo, diante da alta dos estoques nos EUA, que derrubou as cotações das ações das empresas do setor, como BP (-0,8%), Shell (-1,1%) e Total (-1,7%) e (2) dos EUA, sem uma direção única, S&P –0,1%, DJ 0,1% e NASDAQ 0,1%, divididas entre a divulgação de que o número de pedidos de auxílio-desemprego ficou bem abaixo do esperado e as declarações de James Bullard, presidente da regional do Federal de St. Louis, que afirmou que novas elevações dos juros "não estão longe".
Enquanto o Brasil, governado por uma presidenta sem competência e acusada de inúmeros casos de corrupção, retroage, encolhe, decepciona e envergonha cada dia mais, nos EUA, com os norte-americanos voltando a consumir, a maior economia do planeta cresceu 2,4% em 2015, superando as expectativas mais otimistas.
Indicando que poderá reduzir ainda mais sua "nota" para o país, a agência de classificação de risco Moody's chamou atenção para a "severa contração" econômica do Brasil e principalmente para a manutenção dos altos níveis de gastos obrigatórios do governo Dilma.
"Mais perdido do que cego em tiroteio e mais abandonado do que cachorro em dia de mudança", Nelson Barbosa, ministro da Fazenda, afirmou que o governo federal depende do Congresso Nacional para adotar medidas que busquem a estabilização da economia e retomada do crescimento.
Provando que, na "pátria educadora" da presidenta Dilma, o estudo pode até atrapalhar, no ano passado os trabalhadores brasileiros com ensino médio completo ou escolaridade superior tiveram uma perda salarial real (descontando a inflação) de –4,8%, valor proporcionalmente maior do que as pessoas com menos anos de estudo (-2,8%).
Dando novos sinais negativos da economia brasileira, (1) a taxa de desemprego do país disparou de 6,8% em JAN/15 para 9,5% em JAN/16, (2) nos 2 primeiros meses deste ano os pedidos de recuperação judicial foram 116% maiores do que no mesmo período de 2015 e o número de requisições de falências aumentou 7,3% na mesma base de comparação, (3) em FEV/16 o número de operações de fusão e aquisição entre as empresas de tecnologia da informação caiu -52% em relação ao mesmo mês de 2015, (4) apenas nos 2 primeiros meses deste ano o setor de eletroeletrônicos perdeu 2.545 empregos, mais da metade do que era esperado para todo ano de 2016 e (5) em 2015 foram dadas baixas em 1,67 milhão de CNPJs, um aumento de mais de 200% em relação a 2014.
Exemplo da incompetência, da burocracia e da corrupção tupiniquim, as obras da usina de Angra 3, que é a terceira unidade nuclear do país, podem ser definitivamente, e indefinidamente, paralisadas, desta vez por fraude em licitação nos contratos de montagem eletromecânica.
Com o Brasil em profunda recessão e crescente instabilidade política, cerca de 52 projetos de investimentos de variados setores (de construção de fábricas e shopping a usinas geradoras de energia) que somam cerca de R$ 318bi foram suspensos ou cancelados de ABR/15 a MAR/16.
Refutando as bravatas do líder cocaleiro Evo Morales e do ditador venezuelano Nicolás Maduro, o jurista Francisco Rezek, ex-chanceler brasileiro que estava no cargo durante a criação do Mercosul, há exatos 25 anos, garantiu que quando a presidenta Dilma perder seu emprego ela não contará com apoio externo em seu favor, ressaltando que o processo de impeachment é perfeitamente constitucional.
Com 25 partidos com representantes, sendo que os 3 maiores (PMDB, PT e PP) reúnem juntos pouco mais de 1/3 do total, a Câmara dos Deputados votará o afastamento da presidenta Dilma em meio a um nível recorde de fragmentação partidária, o que dificulta ainda mais a barganha e a compra de apoio em troca de cargos.
Após detonar mais uma guerra interna no PSDB, Alckmin, o tucano mais petista que existe e que em 2015 fez mais de 19 viagens oficiais para fora de SP, tem intensificado e antecipado cada vez mais sua pré-candidatura à Presidência em 2018, aumentando exponencialmente suas viagens pelo país e consequentemente sua exposição nacional.
Apesar de Dilma seguir acreditando em um milagre, os principais líderes de movimentos sociais já admitem, reservadamente, que a queda da presidenta é inevitável e que as manifestações, a partir de agora, são "apenas para marcar posição", cobrando a manutenção de uma agenda à esquerda no futuro governo Temer.
Diante da certeza de um desembarque do PMDB, o governo Dilma vai oferecer a partidos como PP, PR e PSD cargos hoje em poder dos peemedebistas e a promessa de terem um papel de "protagonistas" caso ocorra um milagre e a petista sobreviva ao impeachment.
Com o Brasil prestes a sediar sua primeira Olimpíada, pouca gente notou, mas o país está sem ministro do Esporte, já que o ex-ministro George Hilton, deputado do PRB e pastor da Universal, foi despejado por Dilma e em seu lugar entrou um interino, que também não deve ficar muito tempo por lá.
- Otimista, a tropa peemedebista do vice-presidente Michel Temer diz que, mesmo com os esforços dos governistas da sigla, o rompimento com o governo não terá menos de 75% dos votos na reunião do diretório nacional marcada para amanhã.
- As eleições municipais de 2016 reforçam a debandada dos partidos da base aliada, já que ninguém quer fazer a campanha deste ano ao lado de Dilma.
- Dando mais uma prova de que o Brasil é o país da piada pronta, o recém criado Partido da Mulher Brasileira tem apenas um representante no Congresso Nacional e ele é do sexo masculino.
Coberto de razão, o cientista político Carlos Pereira, da FGV, alertou que o provável impeachment da presidenta Dilma dará ao Brasil a "oportunidade histórica" de definir se continuará a ser o país dos "panos quentes" ou se premiará a competência e o combate à corrupção.
Calando a boca de Dilma, de Lula, do PT e de todos os seus críticos, segundo a prestigiada revista norte-americana "Fortune" o juiz Sérgio Moro é o 13º líder mais importante do mundo e é o único brasileiro entre os 50 nomes divulgados.
Alfredo Sequeira Filho
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