R.B. 13/JAN/16 "Piorando rapidamente o clima"


"Piorando rapidamente o clima"

 

São Paulo, 13 de janeiro de 2016 (QUARTA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, em um movimento de "caça de barganhas" após 5 pregões consecutivos de baixa, acompanhando o movimento ascendente das principais bolsas mundiais e a leve recuperação dos preços das commodities e (2) o DÓLAR pode cair, influenciado pela provável leve melhora do "humor" na bolsa brasileira, porem respeitando o agora "suporte" dos R$ 4,00.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –1,1%, revertendo uma abertura positiva, na qual chegou a avançar 0,8%, para fechar o dia no menor patamar desde 17/MAR/09 (aos 39.513pts), pressionada principalmente pela Petrobrás (-9,2%) e pela Vale (-8,3%), diante do recuo do petróleo e do minério de ferro nos mercados internacionais e (2) o DÓLAR caiu -0,1% à R$ 4,04, após a China demonstrar que intensificou as ações para controlar a moeda local, diminuindo a aversão a risco do mercado.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão –2,7%, no menor patamar desde SET/15, pressionada pela fraqueza das cotações do petróleo, que operam nos patamares mais baixos em mais de 12 anos, e China 0,2%, em um dia de recuperação, após as robustas perdas do pregão anterior e em meio à estabilização da moeda local (o yuan) frente ao dólar, (2) da EUROPA, Inglaterra 1,0%, França 1,5% e Alemanha 1,6%, aliviadas com a estabilização nos mercados da China e com destaques de alta para as ações dos bancos, como Barclays (1,3%), HSBC (1,2%) e Mediobanca (2,4%) e (3) dos EUA, após uma sessão volátil, S&P 0,8%, DJ 0,7% e NASDAQ 1,0%, impulsionadas pela falta de notícias negativas e por um movimento de "caça de barganhas" após as quedas recentes.

 

É notório que o mercado de ações se antecipa à economia e a coisa na bolsa tupiniquim, que ontem fechou (em dólar) no menor patamar desde 2004, está bem feia, com isto em 2016 certamente teremos saudades de 2015, portanto as recomendações são (1) economize o máximo que puder, (2) reduza seu padrão de vida e (3) se puder invista em dólar e em títulos públicos (nesta ordem de prioridade).

 

Provando, no momento em que o governo federal planeja a volta da CPMF, que após 13 anos de governo do PT ainda são os mais pobres que pagam mais impostos no país, ontem foi divulgado um estudo da Fiesp que mostra que as famílias que ganham até 2 salários mínimos gastam uma parcela bem maior (46%) de sua renda com tributos embutidos nas despesas de consumo em relação àquelas que recebem acima de 25 salários mínimos (18%).

 

Dando mais um péssimo sinal negativo da economia brasileira, em OUT/15, sem contar a inflação (que pioraria muito mais a situação), o faturamento do varejo do Estado de SP, que tem o maior PIB do país, caiu -10,2% na comparação com OUT/14 e atingiu o menor patamar para o mês desde OUT/10.

 

Tentando manter inflada a bolha imobiliária tupiniquim e com o governo novamente cometendo o erro de intervir na economia via bancos públicos, a Caixa decidiu estimular os financiamentos para imóveis, principalmente aqueles com valores de até R$ 225 mil, que segundo suas projeções devem crescer 30% em 2016 na comparação com 2015.

 

Mostrando que, além da bolha imobiliária, a economia brasileira tem outras bolhas, segundo dados oficiais da ANATEL o país encerrou NOV/15 com 269,59 milhões de acessos móveis, o que representa uma queda de 01,53% ante OUT/15 e no sexto mês seguido de recuo da base.

 

Com o Brasil, apesar do governo, mostrando novamente sua vocação, em 2015 a safra tupiniquim de cereais, leguminosas e oleaginosas atingiu a marca recorde de 209,5mi de toneladas, superando em 7,7% o resultado obtido em 2014, e para este ano de 2016 o prognóstico do IBGE é um aumento modesto de 0,5% na comparação com o ano passado.

 

-    A Petrobrás caiu –9,2%, para fechar o dia, em reais, no menor patamar desde 17/MAR/09 (aos R$ 5,53), e em dólar, no menor valor desde MAR/04 (aos U$ 3,49), após a empresa anunciar a redução de US$ –32bi no orçamento de seu plano de negócios para o período 2015-2019.


Política:
 
Supostamente preocupado com uma articulação para retirá-lo do comando nacional do PMDB, o vice-presidente Michel Temer tem demonstrado disposição de promover uma reacomodação de forças na Executiva Nacional do partido, inclusive abrindo mais espaço para a bancada do PMDB no Senado Federal, que articula o lançamento de uma chapa alternativa, com o senador Renan Calheiros.

 

Ascendendo uma vela para Deus e outra para o Capeta, o peemedebista Gabriel Chalita teve ontem uma conversa com Michel Temer, presidente do partido, e garantiu que vai permanecer na legenda, embora tenha reiterado sua disposição de ficar ao lado do petista Fernando Haddad durante a campanha pela prefeitura de SP, que certamente terá na disputa a agora peemedebista Marta Suplicy.

 

Sem se preocupar com a capacidade técnica do postulante ao cargo, o Palácio do Planalto ofereceu um ministério à bancada do PMDB de MG para tentar selar a recondução de seu aliado, o peemedebista Leonardo Picciani, à liderança do partido na Câmara.

 

Dando motivos de sobra para a prisão do maior bandido da história do Brasil, Rodrigo Janot, procurador-geral da República, afirmou ontem que o então presidente Lula concedeu ao senador Fernando Collor, do PTB de Alagoas, a "ascendência" sobre a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, por volta de 2009, em troca de apoio político à base governista no Congresso Nacional.


Crítica:
 
"Piorando rapidamente o clima" na cidade mais bonita do Brasil, o setor de construção civil do RJ, protegido até agora pelas obras da Olimpíada, começará já neste mês de JAN/16 uma onda de demissões que, até o início dos Jogos, em AGO/16, deve atingir até 35 mil trabalhadores.

 

Mostrando que vai deixar bastante saudades, ontem Obama, em seu último discurso do Estado da União, rebateu as críticas a seu governo, afirmando que falar em declínio dos EUA equivale a "ficção" e ressaltando que vivemos uma era de extraordinária mudança, que redesenha a forma como vivemos, trabalhamos, nosso planeta e nosso lugar no mundo.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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