R.B. 3/NOV/15 "Encurralando o rato"


R.B.

"Encurralando o rato"

 

São Paulo, 3 de novembro de 2015 (TERÇA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, se ajustando à valorização das commodities e à melhora do "humor" nas principais bolsas mundiais durante o feriado no Brasil e também influenciada pelo ainda pequeno, porem crescente, sentimento de que os ativos brasileiros estão baratos para os investidores externos e (2) o DÓLAR pode cair, com "boas chances" de fechar o dia abaixo dos R$ 3,85, seguindo a esperada valorização da bolsa brasileira e pressionado pela crescente expectativa aumento do fluxo positivo de recursos externos.

 

Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,5%, destoando dos mercados acionários nos EUA, com razoável volume de negócios (R$ 6,9bi), para fechar OUT/15 acumulando uma alta 1,8%, o que representou a primeira valorização mensal após 3 meses consecutivos de perdas, desta vez com destaques de alta para Petrobras (1,3%) e Vale (5,2%), que acompanharam a alta internacional das commodities e (2) o DÓLAR 0,1% à R$ 3,86, após um pregão marcado pela forte volatilidade, para fechar o mes acumulando a primeira baixa mensal (-2,6%) desde JUN/15, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana.

 

Ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, realizando lucros recentes, Japão –2,1% e China –1,7%, prejudicadas pela continuidade do enfraquecimento da economia chinesa e pela falta de novas medidas de estímulos pelos governo locais, (2) da EUROPA, recuperando as perdas da abertura, Inglaterra 0,1%, França 0,4% e Alemanha 0,9%, impulsionadas por dados positivos da economia da região, como a alta acima do esperado do índice dos gerentes de compras do setor industrial e a melhora no nível do emprego e (3) dos EUA, próximas das máximas do dia e com o DJ passando a acumular alta em 2015, S&P 1,2%, DJ 0,9% e NASDAQ 1,5%, impulsionadas por ações dos setores de energia, como a Chevron (4,0%), que foi beneficiada pela alta do petróleo, e de saúde, diante das "apostas" de que elas podem continuar apresentando forte crescimento dos lucros.

 

Confirmado o que todo mundo já suspeitava, menos Joaquim Levy, o ministro brasileiro da Fazenda, o prestigiado economista Joseph Stiglitz, que aliás já ganhou um premio Nobel, afirmou que o ajuste fiscal no Brasil pode levar a um desempenho econômico mais fraco no futuro, ressaltando que a prioridade do governo tupiniquim deveria ser reduzir a inflação e, como consequência, os juros, e cortar drasticamente os gastos públicos.

 

Tentando usar sua credibilidade para trazer investimentos para o país, o empresário Abílio Diniz, que atualmente é presidente do conselho da BRF, afirmou em um evento em NY que o "Brasil está em liquidação", principalmente para investidores internacionais, ressaltando que a crise tupiniquim é mais política do que econômica.

 

Responsável direta pela quebra de uma loja de R$ 1,99 antes de assumir a presidência do Brasil, a presidenta Dilma orientou seus assessores construírem imediatamente uma "narrativa que dê esperança" ao país de retomada do crescimento, porem dois problemas que podem se agravar em 2016 (1) a retração maior da economia e (2) uma nova perda de grau de investimento, que podem gerar dificuldades financeiras para o setor privado.

 

Contribuindo para o aumento dos índices de desemprego e retração da economia, (1) menos de 2 anos após a implantação de um programa de demissões voluntárias, a BR Distribuidora, que é o principal ativo em negociação dentro do plano de desinvestimentos da Petrobras, abriu um novo processo de enxugamento do quadro de empregados e (2) a Usiminas anunciou que iniciará imediatamente" a desativação temporária de parte de sua usina em Cubatão, o que causará o fechamento de até  4.000 postos de trabalho (diretos e indiretos), e também que deve reduzir pela metade os investimentos previstos para 2016.

 

Prevendo tempos ainda mais difíceis para o país nos próximos anos, a montadora japonesa Honda decidiu suspender por um período indeterminado o início da produção de sua segunda fábrica de automóveis no Brasil, que antes era previsto para o primeiro semestre de 2016.

 

"Apostando no Brasil", a multinacional de cosméticos Coty, uma das maiores do mundo, anunciou ontem a compra de toda a divisão de cosméticos da brasileira Hypermarcas, por cerca de R$ 3,8bi, o que abrange marcas como Risqué, Monange, Bozzano, e Cenoura & Bronze, que geraram uma receita de R$ 977,5mi em 2014.

 

Finalmente trazendo uma boa notícia para a maior e mais rapinada empresa do Brasil, Joaquim Levy, ministro da Fazenda, afirmou durante o final de semana que o governo Dilma poderá rever a obrigatoriedade de a Petrobras ter participação de ao menos 30% nos campos do pré-sal.


Política:

 

Se preocupando apenas com os votos que pode conseguir para barrar o impeachment e "se lixando" com a fala de capacidade técnica e até intelectual do indicados, o governo Dilma tem abrigado cada vez mais apadrinhados e até parentes de congressistas em cargos estratégicos da administração publica.

 

Mais antigo e considerado um embrião do mensalão petista, o mensalão tucano é apontado pelo Ministério Público Federal como um esquema de desvio de recursos de empresas públicas mineiras para financiar a fracassada campanha de reeleição de Eduardo Azeredo, em 1998, porem o caso está parado desde MAR/14, quando foi enviado do Supremo Tribunal Federal à Justiça de Minas Gerais.

 

"Encurralando o rato", se tudo ocorrer como planejado o Conselho de Ética da Câmara instaura ainda hoje o processo que vai analisar o pedido de cassação do mandato do presidente da Casa, o peemedebista Eduardo Cunha, e a partir de então, com a escolha do relator, começam a valer os prazos para apresentação de defesa, depoimentos de testemunhas e elaboração do relatório final.

 

Faltando cerca de 1 ano para as eleições municipais, o deputado federal Celso Russomanno, do PRB, tem 34% das intenções de voto na corrida pela Prefeitura de SP, seguido por Marta Suplicy, agora do PMDB, que tem 13%, do apresentador de TV José Luiz Datena, do PP, que tem 12% e do atual prefeito Fernando Haddad, do PT, que também tem 12%.

 

Desunido, como sempre, e cada dia mais fraco, o PSDB, mesmo com nenhum tucano com mais de 10% das intenções de voto na ultima pesquisa para as eleições municiais de SP em 2016, tem atualmente 7 pré-candidatos à prefeito da maior cidade do Brasil.


Crítica:

 

Escancarando cada dia mais a falta de capacidade administrativa, gerencial e de planejamento do governo Dilma, a Usina de Belo Monte, que quando pronta será a segunda maior do Brasil, continua sem licença do Ibama para começar a encher seus reservatórios e, com isso, começar a gerar energia.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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