R.B.
"Sem medo das panelas"
São Paulo, 5 de maio de 2015 (TERÇA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve cair, realizando lucros após acumular uma alta de 14,7% no ano, influenciada pelas noticias negativas da economia brasileira e acompanhando o movimento descendente das principais bolsas mundiais e (2) o DÓLAR pode seguir em alta, com "boas chances" de fechar o dia acima dos R$ 3,10, diante da valorização internacional da moeda norte-americana e da esperada piora do "humor" na bolsa brasileira.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 2,0%, para fechar o dia no maior patamar desde 14/OUT/14 (aos 57.353pts), com destaques de alta para a Vale (6,3%) e para a CSN (7,3%), diante das expectativas em torno da adoção de medidas de estímulos na China e novamente com bom volume de negócios (R$ 7,5bi) e (2) o DÓLAR subiu 2,6% à R$ 3,08, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pela redução do volume de vendas do BC.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, com poucos negócios, diante do feriado na bolsa do Japão, China 0,9%, com destaques de alta para as mineradoras, como BHP Billiton (2,6%), Rio Tinto (2,8%) e Fortescue Metals (3,4%), impulsionadas pelas expectativas de que a desaceleração econômica chinesa levará Pequim a adotar novas medidas de estímulos, (2) da EUROPA, recuperando parte das perdas da semana passada, Inglaterra não operou devido a feriado local, França 0,7% e Alemanha 1,4%, beneficiadas pelo desempenho melhor que o esperado da indústria da zona do euro em ABR/15 e (3) dos EUA, com o S&P se aproximando do maior patamar da história, S&P 0,3%, DJ 0,3% e NASDAQ 0,2%, desta vez sustentadas por bons resultados corporativos de empresas como Comcast, Tyson Foods e McDonald's e pelo anúncio de que, pela primeira vez após 7 meses seguidos de queda, em MAR/15 as encomendas à indústria do país subiram 2,1%, patamar acima do esperado pelo "mercado" (1,9%).
Após ressaltar que uma das reformas mais importantes é a de repensar a maneira como a infraestrutura do país é financiada, reduzindo os subsídios por meio do BNDES, Joaquim Levy, ministro da Fazenda, afirmou ontem que é preciso acelerar a execução do pacote de ajuste fiscal para que as medidas de equilíbrio das contas públicas possam ter efeito ainda neste ano na economia.
Cada dia mais pessimista, o "mercado", à luz da divulgação de dados econômicos recentes, reduziu mais uma vez, agora de –1,10% para –1,18%, suas expectativas para o desempenho do PIB brasileiro em 2015 e novamente elevou, de 8,25% para 8,26%, suas "apostas" para o IPCA, que mede a inflação oficial, desde ano.
Como fruto da falta de educação financeira dos brasileiros, do excesso de estímulo ao consumismo desnecessário, da elevação da taxa de juros e do aumento do desemprego, atualmente quase 4 em cada 10 brasileiros estão inadimplentes no país, o que é o segundo maior patamar da história e representa 55,6 milhões de consumidores adultos impedidos de obter crédito e com dívidas que somadas chegam a R$ 235bi.
- Pressionado principalmente pelo grupo habitação, em ABR/15 o IPC registrou alta de 1,10%, patamar superior ao auferido em MAR/15 (0,70%) e levemente abaixo da média das "apostas do mercado" (1,20%).
Sem argumentos para mostrar otimismo, principalmente diante das recentes medidas que dificultam a compra de imóveis usados, como a redução do valor máximo para o financiamento de imóveis usados de 80% para 40%, a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção reduziu de 1% para –2,0% sua previsão para o desempenho das vendas do setor em 2015 na comparação com 2014.
Simplesmente por conta da forte queda no volume de vendas da empresa alemã no país, ontem a Volkswagen anunciou que seus 8.000 funcionários da linha de produção da fábrica da em São Bernardo do Campo entraram em férias coletivas que terá duração de 10 dias.
Beneficiada pela queda dos preços internacionais do petróleo, pela disparada do dólar e pela desaceleração da economia doméstica, que tem reduzido a demanda dos brasileiros por produtos importados, em ABR/15 a balança comercial brasileira registrou um saldo positivo de US$ 491mi, reduzindo assim o déficit acumulado no ano para US$ -5,1bi, patamar alias ligeiramente melhor do que o registrado no mesmo período de 2014 (US$ -5,6bi).
- A Petrobrás subiu 5,7%, beneficiadas por declarações de Eduardo Braga, ministro de Minas e Energia, indicando que a estatal pode não participar de todos os leilões do pré-sal, o que aliviaria seu caixa.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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