R.B.
"Distribuindo fartamente"
São Paulo, 19 de maio de 2015 (TERÇA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subir, recuperando as perdas do pregão anterior, influenciada positivamente pela melhora do "humor" nas principais bolsas mundiais, principalmente da China que é o país que mais importa produtos do Brasil e (2) o DÓLAR pode voltar a subir, ainda acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e também influenciado pela redução do volume de vendas do BC brasileiro.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –1,8%, revertendo uma abertura positiva, na qual chegou a avançar 0,6%, com bom volume de negócios (R$ 10,7bi) e pressionada pelo recuo das ações da Petrobrás (-2,0%) e da Vale (-4,6%) e (2) o DÓLAR subiu 0,8% à R$ 3,01, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana, diante do aumento das "apostas" de que a taxa de juros dos EUA pode subir em JUN/15 e da redução das "apostas" de que o BC brasileiro seguirá na ponta vendedora.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, ainda sem uma tendência única, Japão 0,8% e China –0,6%, divididas entre a divulgação de dados melhores do que o esperado positivos da economia japonesa e a expectativa de novos IPOs na bolsa chinesa, (2) da EUROPA, recuperando as perdas da abertura, Inglaterra 0,1%, França 0,4% e Alemanha 1,3%, com os investidores analisando positivamente os resultados das empresas, como Porsche (3,1%) e Volkswagen (3,2%), e beneficiados pela melhora do "humor" na Grécia e (3) dos EUA, S&P 0,3%, DJ 0,1% e NASDAQ 0,6%, beneficiadas pelo anúncio de que o investidor bilionário Carl Icahn mandou uma carta para o presidente da Apple pedindo que a empresa aumente seu programa de recompra de ações e pela declaração de Charles Evans, presidente do FED Chicago, que afirmou que o BC norte-americano poderá olhar para uma subida das taxas em JUN/15, se indicadores da economia se mostrarem fortes o suficiente.
Ciente de que é urgente preparar e lançar a agenda pós-ajuste e passar a conjugar mais os verbos antidepressivos para atenuar o discurso conservador dominante no país, o governo Dilma vai anunciar hoje a assinatura de mais de 30 acordos bilaterais com a China, principalmente nas áreas de infraestrutura e logística, que somados devem chegar a R$ 70bi.
Ressaltando que a economia brasileira é uma das mais fechadas do mundo, Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute do centro de pesquisas Woodrow Wilson, em Washington, afirmou que o setor privado do país é muito dependente do dinheiro publico e que é só se abrindo que o Brasil vai se tornar mais competitivo.
Diante da divulgação de dados negativos para a economia brasileira, como a redução da participação no comércio global de 1,3% para 1,2%, da queda de -0,8% da produção industrial em MAR/15 e aumento do número de empresas inadimplentes em 1,8% em ABR/15, em MAI/15, pelo quinto mês consecutivo, o índice de confiança do comércio apresentou queda, dessa vez de -6,3% em relação ao mês anterior e de -22,1% frente ao mesmo mês do ano passado.
Durante a reunião de domingo passado, a presidenta Dilma acertou com sua equipe econômica que o corte do Orçamento deve ser de, no mínimo, R$ 70bi, porem Joaquim Levy, ministro da Fazenda, ressaltou ontem que o valor final pode ser maior a depender do resultado da votação do projeto de lei que reduz os benefícios da desoneração da folha de pagamento para os empresários.
Prejudicando o empregador doméstico, com o objetivo de proteger as contas da previdência, a presidenta Dilma foi recomendada por sua equipe econômica a vetar a redução da alíquota de contribuição previdenciária do setor de 12% para 8% e o recolhimento mensal de 3,2% destinado a uma espécie de "poupança" para pagamento futuro da multa de 40% do FGTS a esses trabalhadores.
Ontem, no mesmo dia em que foi anunciado que, com menos brasileiros dispostos a comprar imóveis, 6 das 13 maiores incorporadoras de capital aberto do país decidiram não lançar empreendimentos novos nos 3 primeiros meses do ano, algo que não ocorria desde pelo menos 2007, o empresário Rubens Menin, sócio-fundador da MRV, "garantiu" que não há bolha no mercado imobiliário brasileiro e que o mercado de baixa renda ainda tem muito a crescer.
- Abaixo do resultado auferido na primeira quadrissemana do mês (1,04%), o IPC de São Paulo teve alta de 0,83% na segunda quadrissemana de MAI/15.
- Com os pátios lotados de carros, a Mercedes-Benz anunciou ontem que vai demitir 500 funcionários da fabrica de São Bernardo do Campo e que vai colocar outros 7.000 em ferias coletivas.
- A Vale caiu -4,6%, acompanhando o recuo de –3,0% do minério de ferro negociado no mercado à vista da China, que é o principal destino das exportações da companhia brasileira.
- A Petrobrás caiu –2,0%, revertendo uma abertura positiva, na qual chegou a avançar 4,0%, influenciada negativamente (1) pelas preocupações com o elevado endividamento da empresa, (2) pelo rebaixamento de sua "nota" por um banco dos EUA, (3) pela abertura de um novo processo contra a empresa no exterior e (4) pelas novas denuncias na Operação Lava Jato.
- "Cobrando a fatura" dos elogios que tem feito de forma descarada à presidenta, ontem o apresentador Jô Soares foi recebido por Dilma no Palácio do Planalto e prometeu ir em breve ao seu programa na TV Globo.
- Líderes da oposição têm se queixado de falta de articulação entre os partidos para a chegada da marcha do Movimento Brasil Livre a Brasília, na próxima quarta, quando parte do PSDB quer apresentar o pedido de impeachment de Dilma.
Justamente no ano em que o governo da presidenta Dilma adotou como slogan "Pátria Educadora", o Fies ficou sem dinheiro, as universidades públicas penam sem dinheiro para funcionar a contento e os professores ameaçam entrar em greve por melhores salários e, para piorar ainda mais, ao que tudo indica que vem por aí uma greve nacional de professores de instituições federais, a princípio marcada para começar no dia 28/MAI/15.
Se aproximando de um importante aliado do PT, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, determinou ontem a quebra de sigilo bancário e fiscal do senador Fernando Collor de Mello, do PTB de Alagoas, que é suspeito de ter cometido lavagem de dinheiro e de ter recebido cerca de R$ 3mi em propina em um negócio da BR Distribuidora.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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