R.B.
"Ajudando a esvaziar a bolha que ajudou a criar"
São Paulo, 28 de abril de 2015 (TERÇA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve cair, acompanhando as perdas das principais bolsas mundiais, seguindo o recuo das commodities e ainda realizando lucros acumulados no mês (8,6%) e no ano (11,1%) e (2) o DÓLAR pode subir, influenciado pela esperada piora do "humor" na Bovespa e em um "ajuste técnico" após 5 pregões consecutivos de baixa.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –1,9%, devolvendo os ganhos registrados na abertura (0,6%), realizando lucros recentes, com bom volume de negócios (R$ 7,5bi), acompanhando as perdas das bolsas de NY e com destaque de queda para as ações da Petrobrás (-5,1%), que teve sua "nota" rebaixada pelo Morgan Stanley e (2) o DÓLAR caiu –1,3% à R$ 2,92, revertendo uma alta na abertura, quando na máxima chegou a avançar 0,4%, influenciado pela trajetória internacional da moeda norte-americana e pelas expectativas de que esta semana a taxa básica de juros vai subir no Brasil.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão –0,2%, em meio a um sentimento de aversão ao risco que toma conta do mercado, que está no aguardo pelas reuniões dos comitês de política monetária dos BCs dos EUA e do Japão previstas para esta semana e China 3,0%, influenciada positivamente pelas expectativas de reformas no setor corporativo chinês, (2) da EUROPA, com os índices acionários não muito abaixo dos recordes recentes, Inglaterra 0,5%, França 1,3% e Alemanha 1,9%, impulsionadas pela diminuição dos temores com a Grécia e com destaques de alta para as ações da Volkswagen (5,3%), impulsionadas pela notícia da saída de Ferdinand Piech do cargo de presidente do conselho administrativo da empresa, e para as ações do HSBC (+3,1%), diante da notícia de que a instituição deseja transferir a sua sede para fora do Reino Unido e (3) dos EUA, realizando lucros recentes, S&P –0,4%, DJ –0,2% e NASDAQ –0,6%, com destaques de queda para as ações do subíndice de biotecnologia, que recuou -4,1%.
Apresentando um pessimismo crescente, mais uma vez o "mercado" reduziu, agora de –1,03% para 1,10%, suas "apostas" para o desempenho do PIB brasileiro em 2015 e elevou, desta vez de 8,23% para 8,25%, suas expectativas para a inflação medida pelo IPCA neste ano, patamar cada dia mais distante do topo da meta do BC (6,5%).
- Dando mais um motivo para o Copom elevar a Selic na reunião desta semana, o IPC de SP avançou 1,07% na terceira quadrissemana de ABR/15, patamar superior aos 0,88% da segunda quadrissemana do mês.
- Segundo projeções de especialistas do setor presentes na Agrishow, o agronegócio, que vem contribuindo para evitar um PIB ainda pior, deve sofrer estagnação neste ano, o que se confirmado será o pior resultado dos últimos 10 anos.
Num esforço para mostrar que o país tem boas oportunidades no setor, Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, reapresentou ontem a investidores nacionais e estrangeiros um pacote de investimentos no setor de concessões que o governo já havia lançado, e obviamente não executado, pela presidenta Dilma em 2012 e 2013.
"Ajudando a esvaziar a bolha que ajudou a criar", ontem a Caixa Econômica Federal, responsável por 70% do crédito imobiliário no país, anunciou que decidiu reduzir de 80% para 50% o valor máximo do financiamento dos imóveis usados de até R$ 750 mil com os recursos da poupança e de 70% para 40% nos imóveis com valor superior a R$ 750 mil.
- Exemplo de gestão e inovação, a Apple anunciou ontem que vendeu 61,2 milhões de iPhones nos primeiros 3 meses deste ano, um aumento de 40% em relação ao mesmo trimestre de 2014 e um recorde para o período.
- A Fibria caiu –6,7%, pressionada pelo recuo do dólar e pelo rebaixamento da sua "nota" pelo Morgan Stanley.
- A Petrobrás caiu –5,1%, prejudicada pelo anúncio de que o Morgan Stanley rebaixou sua "nota" para a empresa, porem, após o fechamento do pregão, a agência de classificação de risco Moody's confirmou sua "nota" para a empresa e mudou sua perspectiva de "sob revisão" para "estável", eliminando assim o risco de um novo rebaixamento no curto prazo.
Muito preocupada com o impacto dos atritos entre os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, na votação do ajuste fiscal, a presidente Dilma Rousseff orientou sua equipe a evitar tomar partido na disputa e tentar acalmar os ânimos no Congresso.
Com cartazes contra a presidenta Dilma, o ex-presidente Lula e o PT, cerca de 80 pessoas acabaram fazendo com que o vice-presidente Michel Temer e a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, cancelassem ontem seus discursos e abreviassem sua presença na cerimônia de abertura da Agrishow 2015.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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