R.B. 24/FEV/15 "Parceiro da presidenta Dilma"


R.B.

"Parceiro da presidenta Dilma"

 

São Paulo, 24 de fevereiro de 2015 (TERÇA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, acompanhando o movimento ascendente das principais bolsas mundiais, beneficiada pela redução das tensões na Europa e pela valorização das commodities e (2) o DÓLAR pode cair, pressionado pelos leilões de venda do BC e em um  "ajuste técnico" após fechar o pregão anterior próximo do maior patamar desde 25/OUT/04, porem deve-se ressaltar que a tendência da moeda norte-americana segue sendo de alta.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,1%, novamente com baixo volume de negócios (R$ 5,2bi) e desta vez em um dia marcado por uma forte oscilação, já que que chegou a cair -0,7% e a subir 0,9%, e com as atenções divididas entre a forte baixa das ações da Vale (-3,6%) e a forte alta das ações da Souza Cruz (7,7%) e (2) o DÓLAR caiu –0,1% à R$ 2,87, devolvendo a valorização acumulada na abertura, quando superou os R$ 2,90, ajudado pelos leilões de venda do BC, por um alívio no cenário externo e também por operações de captação no exterior.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, China permaneceu fechada por conta do feriado de Ano Novo Lunar e Japão 0,7%, em meio a um alívio moderado dos mercados com a economia global, (2) da EUROPA, recuperando quase todas as perdas da abertura, Inglaterra –0,1%, França 0,6% e Alemanha 0,7%, aliviadas pelo anúncio de um acordo inicial firmado entre a Grécia e credores europeus, porem por outro lado com a bolsa de Londres pressionada pela divulgação de um resultado pior que o esperado do banco HSBC, cujas ações recuaram -4,6% e (3) dos EUA, próximas da estabilidade e sem uma tendência única, S&P –0,1%, DJ –0,1% e NASDAQ 0,1%, com a bolsa de tecnologia sustentada pelos ganhos nas ações da Apple (2,7%) e os demais mercados prejudicados pela queda das ações de empresas do setor de energia, diante do novo recuo dos preços do petróleo.

 

Mostrando um pessimismo crescente, o "mercado" reduziu ainda mais, desta vez de –0,42% para –0,50$, suas expectativas para o desempenho do PIB brasileiro em 2015 e elevou, agora de 7,27% para 7,33%, suas "apostas" para a inflação medida pelo IPCA também neste ano.

 

Falando para uma plateia de empresários, Joaquim Levy, ministro da Fazenda, (1) voltou a defender o avanço da responsabilidade fiscal no país, ressaltando que ela é importante para garantir a redução da taxa básica de juros e (2) afirmou que há intenção do governo em realizar ajustes em impostos, começando pelo PIS Cofins.

 

Engajados e alinhados em busca de uma solução para o problema, os ministros das Finanças da zona do euro devem realizar hoje uma teleconferência para analisar os planos de reforma econômica propostos pela Grécia, que ao que tudo indica deve conseguir aprovar um acordo para estender até JUN/15 seu plano de resgaste de 172bi de euros.

 

Colocando mais um problema na conta dos empresários e assim aumentando os desafios para se investir no Brasil, para compensar possíveis recuos nas medidas de restrição a benefícios trabalhistas e previdenciários, editadas no fim de 2014 como parte do pacote de ajuste fiscal, o governo Dilma estuda aumentar a tributação de empresas cuja taxa de rotatividade da mão de obra supere o índice médio do setor em que se enquadra.

 

Ajudando no controle da inflação, como a oferta é cada dia maior que a demanda, os contratos de aluguel residencial assinados na cidade de SP em JAN/15 tiveram alta média de 2,1%, patamar bem abaixo da inflação medida pelo IGP-M nos últimos 12 meses (4,0%).

 

-    Diante de uma combinação de redução no preço dos fretes com aumento de custos, ontem vários caminhoneiros, prejudicando ainda mais o desempenho de economia brasileira, bloquearam trechos de rodovias em 7 Estados.

 

-    A Vale caiu –3,6%, após o banco Morgan Stanley cortar sua recomendação para a compra do papel.

-    A Souza Cruz subiu 7,7%, diante do anuncio de que a British American Tobacco avalia fechar capital da empresa desembolsando mais de R$ 10bi para comparar todas as ações dos minoritários em circulação na bolsa.

-    A Estácio avançou 5,9% e a Kroton ganhou 5,9%, após o governo Dilma, mais uma vez "brincando com as regras do jogo", indicar que as mudanças no FIES são vigentes apenas para este ano.


Política:

 

Mostrando-se, ao menos por enquanto e para as câmeras, "parceiro da presidenta Dilma", ontem Michel Temer, o vice-presidente da República, afirmou, durante um jantar entre os peemedebistas e o ministro Joaquim Levy, que o governo pode contar com o PMDB para ajudar na aprovação das medidas provisórias do ajuste fiscal.

 

Indicando que, após colocar a culpa em FHC, a presidenta Dilma também pode colocar a culpa em Collor, que aliás atualmente é um aliado fiel do Palácio do Planalto, segundo o doleiro Alberto Youssef o referido senador e ex-presidente da República recebeu propina de R$ 3mi resultante de negócio da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás.

 

Agindo de acordo com os interesses do governo Dilma, ontem o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, indicou que vai recomendar que o peemedebista Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara, seja excluído da investigação da Operação Lava Jato, o que facilita sua nomeação como novo Ministro do Turismo.


Crítica:
 
Provavelmente porque algum "companheiro petista" reclamou, ontem finalmente o Ministério da Justiça, fazendo algo que deveria ser feito pelo Ministério das Comunicações, cobrou esclarecimentos das operadoras de celular Vivo, Claro, Tim e Oi sobre o bloqueio do acesso à internet móvel dos clientes após o esgotamento da franquia de dados.
 
Mostrando que, além de carecer de apoio do "mercado", também está sem apoio da "companheirada", ontem, na sua cerimônia de posse como nova presidente da Caixa, Miriam Belchior escutou o protesto de sindicalistas e representantes de movimentos de esquerda contra a possibilidade de venda de parte do capital do banco estatal para o setor privado.


PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho

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