R.B. 30/DEZ/14 ''Um Brasil mais republicano''


R.B.

"Um Brasil mais republicano"

 

São Paulo, 30 de dezembro de 2014 (TERÇA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve cair, ampliando as perdas acumuladas no ano (-1,8%), acompanhando a realização da lucros nas principais bolsas mundiais e diante das perspectivas pouco positivas para a economia brasileira em 2015 e (2) o DÓLAR pode cair, em um ''ajuste técnico'' após a forte alta do pregão anterior, influenciado pelos leilões de venda do BC, porem deve-se ressaltar que a tendência da moeda norte-americana segue sendo de alta.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 1,2%, com baixo volume de negócios (R$ 3,1bi), acompanhando o desempenho positivo das bolsas dos EUA, beneficiada pelo anuncio de novas medidas de estímulo à economia chinesa e com destaques de alta para BRFS (2,2%) e para Pão de Açúcar (2,2%) e (2) o DÓLAR subiu 1,2% à R$ 2,707, com investidores ainda aguardando detalhes sobre o programa de intervenção do BC, que será estendido no ano que vem, em uma sessão marcada por poucos negócios a poucos dias do feriado de Ano Novo.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão -0,5%, prejudicadas por preocupações em torno de um possível caso de ebola no país, mesmo após o primeiro-ministro japonês aprovar no sábado um pacote de estímulo de US$ 29,2bi que tem como objetivo incentivar o consumo e a atividade econômica e China 0,3%, próxima do maior nível em quase 5 anos, impulsionada por novas medidas de relaxamento monetário, desta vez com o objetivo de aumentar o montante de capital que as instituições financeiras concedem em empréstimos, (2) da EUROPA, conseguindo reverter parte das perdas observadas na abertura, causadas pela notícia de que o parlamento grego não conseguiu eleger o presidente do país, Inglaterra 0,4%, França 0,5% e Alemanha 0,1%, aliviadas após o FMI divulgar que a Grécia não precisa de financiamento adicional imediato e (3) dos EUA, com poucos negócios e próximas da estabilidade, S&P 0,1%, DJ –0,1% e NASDAQ 0,1%, mas com o S&P fechando no maior patamar da história pela 53ª vez no ano, o que mostra a enorme solidez do mercado acionário norte-americano.

 

Dando um ''presente de grego'' para os trabalhadores na virada do ano, que é um período no qual o mercado financeiro e os sindicalistas preveem que haja demissões e aumento do desemprego, ontem o governo Dilma anunciou medidas para frear as despesas com benefícios trabalhistas, como o aumento do tempo de contribuição para obter o seguro-desemprego, as mudanças na pensão por morte e a limitação do auxílio a pescadores.

 

Por conta da enorme incapacidade técnica do governo Dilma, em NOV/14 as contas do governo federal voltaram a ficar, já que nos mês passado as despesas superaram as receitas em R$ -6,7bi, elevando com isto o resultado negativo acumulado no ano para R$ -18,3bi, o que representa o pior desempenho já registrado nas estatísticas oficiais, iniciadas em 1997, tanto para meses de novembro e como para o acumulado do ano.

 

-    Apresentando mais um sinal do estouro da bolha imobiliária no Brasil, em NOV/14 o volume de financiamentos para aquisição e construção de imóveis foi -11,2% menor que em NOV/13 e –11,6% inferior ao resultado de OUT/14.

 

Ainda bastante pessimista, o ''mercado aposta'' que em 2015 no Brasil (1) a economia vai crescer 0,55%, (2) a inflação medida pelo IPCA vai ficar em 6,53%, estourando assim o teto da meta (6,5%), (3) o dólar vai atingir R$ 2,80 até o dia 31/DEZ/15 e (4) a taxa básica de juros, atualmente em 11,75%, terminará o próximo ano a 12,50%.

 

-    Já influenciado pelo aumento da taxa de juros e pela redução da atividade econômica, o IGP-M subiu 0,62% em DEZ/14 e com isso fechou o ano com inflação de 3,69%, o que representa a menor taxa desde 2009.


Política:
 
Defensor da proposta de regulamentação da mídia no Brasil, algo que praticamente faz a censura voltar ao país, o petista Ricardo Berzoini sairá da Secretaria de Relações Institucionais e assumirá o ministério das Comunicações, o que obviamente agradou os petistas.
 
Falando mal das decisões da futura chefa antes mesmo de assumir o cargo, o senador Eduardo Braga, Ministro indicado de Minas e Energia indicado pelo PMDB, criticou os subsídios dados pelo governo para evitar aumentos nas contas de luz nos últimos meses e, apesar de prometer fazer "transformações necessárias" na Petrobras, defendeu a permanência de Graça Foster na presidência da empresa.
 
-    A oposição, capitaneada por DEM e PSDB, já avisou que vai tentar derrubar no Congresso as medidas provisórias que serão editadas pelo governo federal com regras que devem reduzir o pagamento de benefícios a beneficiários do INSS.
-    Com medo de perder os votos do partido, a presidenta Dilma vai manter o PDT no Ministério do Trabalho após uma tentativa frustrada de substituir o partido pelo PT e desloca-lo para o Ministério da Previdência.
 
Após uma campanha mentirosa e podre, Dilma conseguiu se reeleger, mas foi por pouco e com isto a oposição saiu das urnas revigorada por votações expressivas nos principais colégios eleitorais, agora a presidenta reencontrou a realidade e, com dificuldades para contentar aliados na formação do ministério, chega ao fim do ano desnorteada pela crise na Petrobras, com claros sinais de depressão e cada dia mais afastada de Lula.
 
Como agora as empreiteiras obviamente se recusam a pagar as contas, o PT teve que rever a expectativa de público para a posse da presidenta Dilma, no dia 1º, em Brasília, já que segundo organizadores da festa faltaram recursos para transporte e acomodação dos militantes que viajariam de seus estados de origem à capital.

Crítica:
 
''Um Brasil mais republicano'', com mais boas escolas, onde as pessoas possam ter educação de qualidade, e com menos ONGs e programas assistencialistas, como o bolsa família, este é o desejo do R.B. para 2015.
 
Afugentando investidores, faz tempo que o Brasil não é mais um país de baixo custo quando comparado com outros emergentes, principalmente China e Índia, nossa carga tributária imposta sobre a atividade produtiva é muito elevada e o governo tenta sempre aumenta-la ainda mais, as taxas de juros internas são excessivamente altas, as maiores do mundo em nível real (descontada a inflação), a política cambial está muito desfavorável aos exportadores, a Justiça é lenta, a corrupção é endêmica, a educação é uma piada e por fim faltam marcos regulatórios para dar segurança aos investimentos.

PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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