R.B. 25/JUL/14 ‘’Sorrindo para pedir, mas carrancuda para pagar o que deve’'


R.B.

"Sorrindo para pedir, mas carrancuda para pagar o que deve"

 

Santiago, 25 de julho de 2014 (SEXTA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, para ampliar a forte valorização já acumulada neste mês de JUL/14 (9,0%), beneficiada pelo bom desempenho das demais bolsas mundiais e também acompanhando a manutenção das ''apostas'' de que Dilma vai frustrar suas expectativas de reeleição e (2) o DÓLAR pode voltar a cair, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana, diante da redução das tensões no Oriente Médio e na Ucrânia.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 1,0%, para fechar o dia no segundo maior patamar do ano (aos 57.977pts), impulsionada pela divulgação de número favoráveis da Vale, cujas ações subiram 1,4%, e pelo bom desempenho dos bancos, como Itaú (1,5%) e Bradesco (1,3%), diante dos sinais de que a taxa de juros não deve cair ao menos até as eleições presidenciais deste ano e (2) o DÓLAR caiu -0,2% à R$ 2,22, acompanhando o ''humor positivo'' na Bovespa e também influenciado pelos leilões de venda do BC.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão 0,2% e China 1,3%, divididas entre o anuncio de déficit acima do esperado da balança comercial japonesa e a divulgação de dados positivos do setor de manufatura chinês, (2) da EUROPA, Inglaterra 0,3%, França 0,8% e Alemanha 0,4%, beneficiadas pela divulgação de dados positivos na região, como o indicador PMI da indústria e serviços da zona do euro que atingiu a máxima em 18 meses e (3) dos EUA, sem uma tendência única, após um pregão marcado pela volatilidade, S&P 0,1%, DJ -0,2% e NASDAQ -0,1%, diante da divulgação de resultados positivos, como o do Facebook, cujas ações avançaram 5,2%, e o anuncio de piora nos números do mercado imobiliário do país.

 

Na ata da sua reunião da semana passada, na qual a taxa básica de juros foi mantida em 11% ao no, o Copom indicou claramente que, apesar do desempenho pífio da economia brasileira, não planeja reduzir a Selic antes das eleições presidenciais, o que de certo modo é positivo já que demonstra que a autoridade monetária está relativamente preservada das pressões eleitorais.

 

Mostrando pessimismo com o Brasil, (1) apesar de prever que, na média, os países emergentes crescerão 4,6% este ano, o FMI reduziu pela quinta vez consecutiva, agora de 1,8% para 1,3%, suas ''apostas'' para o desempenho do PIB brasileiro e (2) destacando negativamente que a atividade industrial está em queda, ontem a Confederação Nacional da Indústria reduziu de 1,8% para 1,0% suas previsões para o crescimento da economia brasileira em 2014.

 

Com potencial de pressionar a inflação, a forte estiagem já reduziu em -6,1% a quantidade de cana-de-açúcar colhida na região centro-sul do país na comparação com 2013 e assim afetou a moagem para produção de etanol e açúcar na primeira quinzena de JUL/14.

 

-     Após crescer 32% em 2013 na comparação com 2012, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis com recursos da poupança avançou 7% no primeiro semestre deste ano no país e atingiu R$ 53,1bi.

-     Segundo os analistas do Banco JPMorgan a combinação de inflação elevada e crescimento econômico fraco, com risco de recessão, está afetando a percepção de investidores estrangeiros sobre o Brasil.

 

Confirmando mais uma vez a enorme incapacidade técnica e gerencial do governo Dilma, e também da grande maioria dos seus ministros, ontem foi anunciado pelo Tesouro Nacional que a dívida pública federal fechou o mês de JUN/14 em R$ 2,2tri, o que representa um crescimento de 3,8% em relação a MAI/14.

 

-     A Vale subiu 1,4%, após divulgar seu relatório de produção do 2º trimestre, em que anunciou um recorde de produção do minério de ferro no período.

-     A Fibria subiu 2,9% e a Suzano avançou 3,8%, diante das ''apostas'' de que no próximo mês a China vai retomar a demanda por celulose.


Política:

 

O deputado André Vargas, que era do PT e que agora está sem partido, reclamou ontem da condução do processo que corre no Conselho de Ética da Câmara para apurar se a sua relação com o doleiro Alberto Youssef configura quebra de decoro parlamentar.

 

A presidente Dilma Rousseff não fez propaganda eleitoral antecipada quando, num discurso no início deste mês, criticou a tentativa de mudança de nome da Petrobras durante a gestão tucana em 2000 e afirmou que as denúncias contra a estatal são parte de uma "campanha negativa para proveito político".

 

Agindo como um lacaio, Humberto Jaques de Medeiros, subprocurador-geral da República, decidiu que a presidenta Dilma não fez propaganda eleitoral antecipada quando, num discurso no início deste mês, criticou a tentativa de mudança de nome da Petrobras durante a gestão tucana em 2000 e afirmou que as denúncias contra a estatal são parte de uma "campanha negativa para proveito político".


Crítica:

 

-     De forma bem conveniente ao governo Dilma, já que certamente os números são negativos, pelo segundo mês consecutivo a suposta greve no IBGE interrompeu a divulgação do resultado completo da pesquisa mensal de emprego.

-     ''Sorrindo para pedir, mas carrancuda para pagar o que deve'', a Argentina, a menos de uma semana de um possível calote, recusou ontem, em reunião em Nova York, manter negociações diretas com os credores.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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