R.B.
"Estourarem depois da eleição"
São Paulo, 7 de março de 2014 (SEXTA-FEIRA).
Mercados:
HOJE
- A BOVESPA pode seguir em alta, reduzindo mais uma parte das perdas acumulada no ano (-8,6%), acompanhando o movimento ascendente das principais bolsas do mundo e também beneficiada pelo crescente sentimento de que o patamar atual é muito atraente para investimentos de longo prazo.
- O DÓLAR deve cair, devolvendo os ganhos acumulados no pregão anterior, acompanhando a provável melhora do ''humor'' na Bovespa, beneficiado pela redução dos índices de inflação e também influenciado pelos leilões de venda do BC.
ONTEM
- BOVESPA 1,1%, já abriu em alta e, em movimento de recuperação após fechar o pregão anterior no menor patamar em 1 mês, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo dia, sustentada por ganhos firmes das ações da Petrobras (1,1%) e dos bancos, sobretudo Bradesco (3,8%).
- DÓLAR 0,2% à R$ 2,32, abriu em queda, para na mínima atingir R$ 2,30, acompanhando a melhora do ''humor'' na Bovespa, porem passou a subir na parte da tarde, diante da divulgação de dados negativos do fluxo cambial e da balança comercial.
- Na ÁSIA, JAPÃO 1,6%, no maior nível em 5 semanas e com o maior volume de negócios da semana, com as exportadoras beneficiadas pela valorização dólar ante a moeda local (o iene) e CHINA 0,3%, sustentada por ações de empresas do setor imobiliário, como China Vanke (8,3%) e China Merchants Property Development (6,1%).
- Na EUROPA, recuperando as perdas do pregão anterior, INGLATERRA 0,2%, FRANÇA 0,6% e ALEMANHA 0,1%, depois que o BC Europeu e o BC da Inglaterra mantiveram suas políticas monetárias inalteradas, em linha com as expectativas de analistas.
- Nos EUA, sem uma tendência única, apenas do S&P fechar em um novo recorde histórico de alta pela 50ª vez nos últimos 12 meses, S&P 0,2%, DJ 0,4% e NASDAQ –0,1%, com os dois primeiros índices reagindo positivamente ao indicador de pedidos de auxílio desemprego e o Nasdaq prejudicado pela realização de lucros das ações do setor de biotecnologia, como Gilead Sciences (-3,6%) e Vertex Pharmaceuticals (-3,6%).
Economia:
Na ata da sua reunião da semana passada, na qual a taxa básica de juros subiu de 10,50% para 10,75% ao ano, o Copom, apesar de deixar aberta a possibilidade de promover em ABR/14 pelo menos mais um aumento de 0,25% na Selic, reforçou que o ciclo de alta iniciado em MAR/13, quando a Selic estava em 7,25%, já mostra resultados, pois a inflação está perdendo força.
Depois da frustração com o resultado das contas públicas em JAN/14, o governo Dilma, fazendo mais uma ''maracutaia'' para cumprir suas metas de superávit primário sem cortar gastos públicos, decidiu reforçar seu caixa com o resgate de R$ 2bi em títulos públicos que estavam no BNDES.
Indicando que a Copa do Mundo de Futebol, que obviamente durante seu acontecimento só vai atrair para o país quem tem interesse ou está envolvido com o evento, pode ser prejudicial para o turismo brasileiro, já em FEV/14 a ocupação média dos resorts brasileiro ficou em 60%, patamar abaixo dos 62,1% registrados no mesmo período de 2012.
Em meio a um cenário de juros em elevação e perda de dinamismo da economia, em FEV/14 (1) 151 companhias fizeram a requisição de falência no Brasil, número 21,8% superior a JAN/14 e (2) a saída de dólares do País superou a entrada em US$ -1,9bi, o que representa o pior desempenho para o mês desde FEV/02.
Preocupadas com a forma leniente, e até certo ponto irresponsável, com que o governo Dilma está tratando o tema e buscando saber a real situação energética do país, principalmente no que tange aos reservatórios das usinas hidrelétricas, aos níveis de consumo e ao uso de térmicas, as associações do setor elétrico protocolaram ontem uma carta no Ministério de Minas e Energia com pedido para que aumente o diálogo e a transparência entre governo e empresas.
Em 2002 o mercado argentino absorvia 6,1% dos produtos industriais exportadoras pelo Brasil, no ano passado este percentual chegou a 19,4%, concentração que tornou ainda mais grave a queda de -16% nas exportações tupiniquins para os ''hermanos'' no primeiro bimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2013.
Mesmo com o dólar acumulando uma alta frente ao real de 18,2% nos últimos 12 meses, o que em tese deveria estimular as exportações brasileiras, o Brasil, que tem uma politica externa cada dia pior, registrou um déficit comercial de US$ -2,1bi em FEV/14, o que é o pior resultado do mês na história, e assim elevou o rombo anual da balança comercial tupiniquim para US$ -6,2, patamar que supera os US$ –5,3bi registrados no mesmo período de 2013.
Política:
Alegando, com toda a razão, que a atitude fere a legislação eleitoral, o PSDB vai protocolar uma ação no Tribunal Superior Eleitoral pedindo a aplicação de multa à presidenta Dilma por ter se encontrado com Lula, seu antecessor, e outros integrantes do comando de sua campanha à reeleição no Palácio da Alvorada em horário de expediente.
Com o recrudescimento da troca de acusações públicas entre os aliados PT e PMDB, o governo Dilma decidiu que é preciso isolar o deputado Eduardo Cunha, líder peemedebista na Câmara e principal protagonista das críticas contra o Planalto, e tentar fortalecer outros setores do PMDB, sobretudo o representado pelo vice-presidente Michel Temer.
Ameaçado por Dilma de ser isolado dentro do próprio partido, o deputado e líder peemedebista na Câmara Eduardo Cunha, dando mais um ''recado'' para a presidenta, afirmou que decidiu passar o feriadão de Carnaval em Roma para ''aprender como Nero colocou fogo em tudo".
Com as contas publicas estourando, o mercado financeiro com uma enorme crise de credibilidade e a maior cidade do país à beira de um racionamento de água, Eduardo Campos, governador de Pernambuco e possível candidato do PSB à presidência da República, afirmou que "algumas verdades devem ser ditas ao povo" e que os problemas do Brasil não podem estar sendo negligenciados, nem escondidos da sociedade para ''estourarem depois da eleição".
Crítica:
Botando ''panos quentes'' após a tensão atingir seu ápice durante o ultimo final de semana, Obama, presidente dos EUA, pediu para Putin, o ditador da Rússia, aceitar os termos de uma solução diplomática para a crise na Ucrânia, em um telefonema que durou uma hora e no qual o líder norte-americano enfatizou que a incursão russa na Ucrânia seria uma violação da soberania ucraniana e da integridade territorial do país.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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