R.B.
"Com classe e sem dó"
São Paulo, 28 de março de 2014 (SEXTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, acompanhando o movimento ascendente das demais bolsas mundiais e com os investidores ainda ''comemorando'' a queda da popularidade do governo Dilma e (2) o DÓLAR pode seguir em baixa, influenciado pelas intervenções de venda do BC e pela perspectiva de entrada maior de recursos externos no país nos próximos dias.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 3,5% (aos 49.646pts), fechando o dia com a maior alta percentual em 7 meses, com o ''mercado comemorando'' a queda da popularidade da presidenta Dilma, o que prova definitivamente que os investidores estão muito insatisfeitos com o atual governo e (2) o DÓLAR caiu –1,8% à R$ 2,27, atingindo o menor patamar desde 20/NOV/13, acompanhando o otimismo visto na Bovespa.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão 1,0%, impulsionada pelas exportadoras, e China –0,8%, ainda pressionada por preocupações com a desaceleração da economia do país, (2) da EUROPA, Inglaterra –0,2%, França –0,1% e Alemanha 0,1%, sem uma tendência única e após uma sessão volátil, pressionados por papéis do setor financeiro e por outro lado beneficiadas pelo anuncio de que o FMI chegou a um acordo para liberar até US$ 18bi para a Ucrânia e (3) dos EUA, S&P –0,2%, DJ –0,1% e NASDAQ –0,5%, prejudicadas pena noticia de que o Fed (''BC'' local) rejeitou planos de intenção de pagamento de dividendos e recompra de ações de alguns dos grandes bancos do país, entre eles o Citigroup, cujas ações recuaram –5,4%.
''Condenado'' a segurar a qualquer custo o crescimento da economia brasileira e assim ajudar na campanha pela reeleição de Dilma, o BNDES, apenas nos 2 primeiros meses deste ano, desembolsou R$ 28,5bi em empréstimos, principalmente para o segmento de infraestrutura, o que representa uma alta de 35% ante o mesmo período de 2013.
Indicando que, apesar do rebaixamento da ''nota'' do Brasil pela S&P, o ''apetite'' dos investidores externos com o país continua o mesmo, ontem o Tesouro Nacional captou 1bi de euros nos mercados europeu e norte-americano, em operação de emissão de bônus que foi concluída pagando um taxa de juros de 2,9%, o que representa o menor custo de captação externa da história feita pelo governo brasileiro em euros.
Mostrando que não tinha motivos para reclamar do rebaixamento da ''nota'' do Brasil pela S&P, ontem o governo Dilma divulgou um enorme buraco das contas do Tesouro Nacional, já que em FEV/14 os gastos federais com pessoal, programas sociais, custeio administrativo e investimentos superaram em R$ 3,1bi as receitas.
Apesar de ter ''garantido'' no começo deste mês que não haverá racionamento de energia no Brasil, Edson Lobão, ministro de Minas e Energia, afirmou que, caso as reservas das hidrelétricas não aumentem nos próximos meses, o governo poderá pedir à população que reduza voluntariamente o consumo de energia para garantir o fornecimento durante a Copa do Mundo.
Ainda ''apostando'' no mercado imobiliário brasileiro, a construtora e incorporadora carioca Calçada investirá R$ 350mi em dois empreendimentos no RJ, com lançamentos previstos para ainda este ano.
Em FEV/14 a taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,1%, o que representa o menor nível para o mês desde 2003, porem, diante da dispensa de 111mil trabalhadores do setor de comércio neste período, ocorreu um aumento desta taxa na comparação com o resultado de JAN/14 (4,8%).
Como que atuando em um ''cartel autorizado'', a multinacional Cargill e a brasileira Copersucar anunciaram um acordo para combinar suas atividades globais de comercialização de açúcar em uma joint venture que irá originar, comercializar e vender açúcar bruto e refinado.
Indicando pela ''enésima vez'' qual é a ''vocação'' do Brasil, no ano passado o abate de bovinos no país, que já é o maior exportador de carne do mundo, subiu 10,6% na comparação com 2012, registrando assim mais um recorde histórico pelo segundo ano consecutivo.
- A Petrobras disparou 8,1%, porem já perdeu mais de metade do seu valor no governo Dilma e mesmo com esta alta ainda acumula uma baixa de 8,8% em 2014, pois é usada politicamente pela presidenta para empregar ''companheiros'' e para segurar artificialmente o preço dos combustíveis para não prejudicar a inflação do país.
- A OI caiu –3,9%, após anunciar que vai fazer um aumento de capital até que o valor alcance R$ 34,0bi.
Política:
Novamente fazendo os petistas sonharem com a volta de Lula e a oposição com a vitória nas eleições presidenciais deste ano, ontem foi divulgada uma pesquisa que indicou que a aprovação do governo Dilma caiu de 43% em NOV/13 para 36% atualmente.
Além da forte queda na sua popularidade, ontem Dilma deve ter ido dormir muito irritada, pois no final do dia, em seu programa partidário gratuito de rádio e TV, o PSB e o REDE, representados por Eduardo Campos e Marina Silva, repetindo várias vezes as palavras União, mudança e esperança, apresentaram um novo modelo de se fazer politica e principalmente bateram ''com classe e sem dó'' na presidenta, ressaltando que seu governo retrocedeu quase todas as conquistas do governo Lula e está sendo o pior da história da democracia brasileira.
Tentando se mostrar chateado, mas certamente no intimo feliz em saber que ''a batata da Dilma está assando'', ontem o peemedebista Renan Calheiros, presidente do Senado, disse que, como a oposição conseguiu as assinaturas necessárias, "não há mais o que fazer" e que agora vai combinar com os líderes da Casa a instalação da CPI para investigar a Petrobras.
Por 8 votos a 1, ontem o Supremo Tribunal Federal decidiu enviar o processo contra o ex-deputado Eduardo Azeredo, do PSDB de MG, um dos réus do chamado mensalão tucano, de volta para a Justiça de primeira instância em MG, o que fará com que o caso provavelmente prescreva antes de ser julgado.
Alfredo Sequeira Filho
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