R.B. 17/MAR/14 ‘’A má política, que é a política do confronto"


R.B.

"A má política, que é a política do confronto"

 

São Paulo, 17 de março de 2014 (SEGUNDA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve subir, tentando uma recuperação após acumular perdas de -12,7% no ano, beneficiada pelo anuncio de um novo plano de urbanização na China e (2) o DÓLAR seguir em queda, para fechar o dia abaixo do ''suporte'' dos R$ 2,35, acompanhado a redução das tensões externas.

 

Sexta-feira, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –1,1%, para fechar no menor patamar desde 22/ABR/09 (aos 44.965pts), acompanhando o aumento da aversão ao risco no exterior e internamente prejudicada pelo pacote de medidas para o setor elétrico, que terá um novo impacto negativo sobre as contas públicas e também sobre a Petrobrás, cujas ações despencaram –2,5% e (2) o DÓLAR caiu –0,6% à R$ 2,35, na ''contra-mão'' da piora do ''humor'' apresentado pela Bovespa, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado por relatos sobre entrada de recursos no País durante o dia.

 

Também sexta-feira, com as principais bolsas prejudicadas pelas preocupações sobre a situação política da Ucrânia, (1) na ÁSIA, Japão –3,3% e CHINA –%, também diante do aumento dos temores com a desaceleração econômica chinesa, que ganhou força após a publicação de dados de comércio exterior que revelaram que as exportações do país recuaram -18,1% em FEV/14 na comparação com FEV/13, (2) na EUROPA, Inglaterra –0,4%, França –0,8% e Alemanha –0,1%, com os investidores aguardando o referendo sobre a eventual independência da região da Crimeia na Ucrânia e (3) nos EUA, S&P –0,3%, DJ –0,3% e NASDAQ –0,3%, também prejudicadas pela divulgação de dados econômicos decepcionantes, como o que mostrou que em MAR/14 a confiança do consumidor do país recuou para o menor patamar desde NOV/13, contrariando previsões de alta.

 

Segundo Antoine Halff, chefe da divisão de Mercados da Agência Internacional de Energia, o Brasil tem potencial para ser um grande fornecedor mundial de etanol e petróleo no futuro, porem atualmente o controle do preço da gasolina é um dos responsáveis pelo retrocesso do setor de etanol no país.

 

Motivadas pelo aumento da renda do brasileiro de classe mais baixa, as seguradoras têm lançado produtos chamados "populares" para ganhar clientes num mercado ainda pouco desenvolvido no país, o que inclui uma oferta maior de apólices de menor custo, que podem custar até R$ 3,50 por mês e que oferecem indenização por morte do principal provedor da casa, invalidez por acidente e danos à residência.

 

Em 2013 o agronegócio brasileiro representou 22,8% do PIB nacional e também foi responsável por 32% dos empregos do país e este ano, diante das condições climáticas, da crescente demanda chinesa e, mais recentemente, a tensão na Ucrânia, os preços de inúmeros produtos agrícolas estão subindo bastante, o que pressiona a inflação no Brasil e também representa lucros maiores para os produtores e ajuda nas exportações tupiniquins.

 

Como no Brasil as malhas ferroviária e hidroviária são precárias e a grande maioria dos produtos transportados ainda seguem pelas rodovias, para amenizar um problema crônico de falta de mão de obra, as empresas do Paraná estão buscando caminhoneiros na Colômbia para trabalhar nas estradas brasileiras.

 

Como em 2013 a dívida líquida da empresa subiu para mais de 3,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), o que representa um nível mais de 40% acima da sua meta, a Petrobrás, segundo seu Conselho Fiscal, precisa fazer fortes esforços para cortar sua dívida ou arriscar um corte na sua ''nota'' de crédito, o que certamente prejudicará seus planos de investimento.

 

-    A Cemig caiu –6,0%, a Copel recuou -3,6% e a Eletrobrás caiu -3,4%, um dia depois de o governo ter anunciado medidas para aliviar o caixa das distribuidoras que aumentaram a desconfiança com o lado fiscal do Brasil e reforçaram a tese de que o governo Dilma está única e exclusivamente preocupado não prejudicar a campanha eleitoral para a reeleição de Dilma em 2014, postergando para 2015 os problemas.


Política:

 

Dando ''uma forçona'' para o governo Dilma, que só pensa na reeleição da presidenta, segundo o ultimo ''recado'' enviado pela agencia de classificação de risco Moody's, que é uma das 3 gigantes do setor, o rebaixamento da ''nota'' do Brasil, se vier, só deverá ocorrer após as eleições presidenciais, cujo primeiro turno está marcado para OUT/14.

 

Como sempre é mais fácil colocar a culpa nos outros, segundo o petista Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, falta sinceridade e responsabilidade ao governo do tucano Alckmin para gerenciar a crise de água no Estado.

 

Cobertos de razão, o pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, e sua provável vice, Marina Silva, afirmaram no sábado, ao se referirem aos recentes embates do Planalto com o PMDB, que a aliança que sustenta o governo Dilma é marcada por loteamento de cargos e chantagens no Congresso, ressaltando que no fim o governo se curva e fica na mão daqueles que querem se apropriar do que é do povo e botar no bolso.

 

Segundo fontes petistas, a crise entre o Palácio do Planalto e o PMDB, maior aliado do governo no Congresso, levou a presidenta Dilma a questionar a validade dessa relação, chegando inclusive a afirmar, obviamente de maneira reservada, que prefere perder a eleição a ter que se sujeitar as chantagens dos peemedebistas.

 

Obviamente por conta do ''poder político'' do PSDB em MG, um inquérito aberto em 2005 para investigar contratos do governo tucano de Aécio Neves com as agências de publicidade do empresário Marcos Valério está parado nas gavetas do Ministério Público mineiro.

 

Verbalizando o que muitos aliados do governo dizem nos bastidores, segundo Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara e pivô da mais tensa crise de Dilma com o Congresso, a presidenta faz política ''a má política, que é a política do confronto".


Crítica:

 

Culturalmente ligada à Rússia, a Crimeia, conforme esperado, votou ontem de forma quase unanime na anexação da região ao país de Putin, porem EUA e União Europeia não querem aceitar o desejo da população e o principal motivo obviamente são interesses comerciais, principalmente no setor energético, já que atualmente 42% do gás natural usado pelos europeus vem da Rússia e 60% da arrecadação do governo russo deriva da venda de petróleo e gás, abundantes na Crimeia.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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