R.B.
"Quer vassalos e não aliados"
São Paulo, 13 de março de 2014 (QUINTA-FEIRA).
Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, dando sequencia ao movimento de recuperação iniciado na terça-feira e influenciada pela valorização dos preços das commodities e (2) o DÓLAR pode cair, acompanhando a esperada melhora do ''humor'' na Bovespa e pressionado pelos leilões de venda do BC.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 0,4%, revertendo uma abertura negativa, em um movimento de ''caça de barganhas'' para descolar por mais um dia da tensão que paira no exterior, impulsionada pelo bom desempenho da Vale (1,1%) e da Petrobrás (1,4%) e (2) o DÓLAR caiu –0,3% e fechou a R$ 2,36, acompanhando a melhora do ''humor'' na Bovespa e em um ''ajuste técnico'' após 4 altas seguidas.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão –2,6%, registrando a maior baixa em 5 semanas, com destaques de queda para as exportadoras e China –0,2%, ainda pressionada pelas preocupações em relação ao seu crescimento econômico, (2) da EUROPA, Inglaterra –1,0%, França –1,0% e Alemanha –1,3%, diante da divulgação de um desempenho mais fraco que o esperado da indústria na zona do euro e a situação ainda indefinida na Ucrânia e (3) dos EUA, S&P 0,5%, DJ –0,1% e NASDAQ 0,4%, sem uma direção única, em um pregão marcado pela ausência de indicadores econômicos relevantes.
Reforçando a tese de que ''o pior já passou'', ontem Jan Hatzius, economista-chefe do Goldman Sachs e uma das vozes mais influentes do mercado financeiro mundial, ''avisou'' que a política de redução de estímulos pelo Fed (''BC'' dos EUA) não deve causar mais grandes efeitos colaterais nos países em desenvolvimento e que a taxa de juros norte-americana só deve começar a subir em 2016.
Segundo Armínio Fraga, ex-presidente do BC (inclusive no começo do governo Lula), o controle do preço dos combustíveis feito pelo atual governo para tentar conter a inflação é um crime econômico e ambiental, pois inibe novos investimentos no setor de energia e incentiva o consumo de combustíveis fósseis.
Diante do forte calor na maior parte do país, em FEV/14 o consumo de energia no Brasil foi 7,8% maior que em FEV/13 e, diante da falta de chuvas nas regiões Sul e principalmente Sudeste, o Ministério de Minas e Energia, mostrando que ''o gato já está subindo no telhado'', elevou de baixíssimo para baixo o risco de racionamento no país.
Superando levemente a média das ''apostas do mercado'', que estavam em 0,65%, e o resultado de JAN/14 (0,55%), em FEV/14 o IPCA, índice oficial de inflação, acelerou para 0,69%, o que reforça a tese de que na sua próxima reunião o Copom pode elevar a Selic em mais 0,25%.
- O Itaú recuou –1,2%, diante das expectativas sobre o julgamento no Superior Tribunal de Justiça para a definição da forma de reajuste sobre as indenizações dos planos econômicos.
Mostrando que Dilma, por culpa exclusivamente própria, não está conseguindo controlar a base aliada, o que é bom para os candidatos da oposição, ontem a Câmara dos Deputados provocou pedidos de esclarecimentos a 10 ministros e, também, da presidente da Petrobras, Graça Foster.
Convocado pela presidenta Dilma para mais uma vez tentar conter a crise na base aliada, Mercadante, ministro da Casa Civil, cometeu a deselegância de não comparecer a um sofisticado almoço marcado para recepcionar o Príncipe das Astúrias e herdeiro da Coroa espanhola.
A Câmara criou uma comissão externa para acompanhar investigações sobre denúncias envolvendo a Petrobras e a empresa holandesa SBM, o que significou uma derrota significativa para Dilma na noite de anteontem, porem agora o governo, para não perder o controle da situação, quer controlar o número de integrantes e sua composição.
Embora sem anúncio oficial do Palácio do Planalto, dois novos ministros, filiados ao PMDB, foram escolhidos na noite desta quarta-feira como titulares das pastas da Agricultura e do Turismo.
Resumindo muito bem a situação atual, que aliás se repete em várias empresa privadas, segundo o tucano José Serra, que desta vez está coberto de razão, a crise na base aliada ocorre pois Dilma, assim como um chefe incompetente e inseguro, ''quer vassalos e não aliados''.
Crítica:
Mais uma vez prejudicando os empresários para melhorar artificialmente as contas fiscais, o que obviamente desestimula os investimentos e reduz a credibilidade do país, o governo Dilma tem atrasado deste o início deste ano os pagamentos às empresas que constroem as habitações destinadas às famílias de renda mais baixa inscritas no Minha Casa, Minha Vida, o principal programa da presidenta.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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