R.B. 27/SET/13 ‘’Enorme capacidade de afugentar investidores’’


R.B.

"Enorme capacidade de afugentar investidores"

 

São Paulo, 27 de setembro de 2013 (SEXTA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA pode voltar a cair, para fechar em território negativo pelo quarto pregão consecutivo, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais e ainda influenciada negativamente pela piora das perspectivas externas para a economia brasileira, causada principalmente pela incompetência do atual governo em se comunicar com o ''mercado'' e em executar os projetos pactuados e prometidos.

-    O DÓLAR deve subir, acompanhando o pessimismo na Bovespa e também a trajetória internacional da moeda norte-americana, porem deve-se ressaltar que a autoridade monetária brasileira tem bastante ''bala na agulha'' para atuar na ponta vendedora.

 

ONTEM

-    BOVESPA –0,9%, abriu ''de lado'', para na máxima avançar 0,2%, porem logo passou a cair, mesmo com a alta das bolsas de NY, pressionada pelo forte recuo das ações da OGX (-16,2%) e também influenciada negativamente pela matéria de capa da revista britânica The Economist.

-    DÓLAR 0,8% à R$ 2,24, já abriu em alta e, diante da percepção de que o BC não quer a divisa abaixo de R$ 2,20, após não ter vendido a oferta integral de swaps no dia anterior, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, também influenciado pelo inicio da ''briga'' entre comprados e vendidos para a formação da taxa de fechamento de SET/13.

-    Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 1,2%, em um movimento de recuperação após 3 dias seguidos de queda, com as exportadoras, como Kyocera (3,0%) e Fuji (3,7%), beneficiadas pela valorização do dólar frente a moeda local (o iene), CHINA –1,9%, em um movimento de realização de lucros antes de um longo feriado no país e CORÉIA –0,3%, seguindo as perdas das bolsas de NY no dia anterior.

-    Na EUROPA, novamente sem uma direção única, INGLATERRA 0,2%, FRANÇA –0,2% e ALEMANHA –0,1%, divididas entre a divulgação de indicadores econômicos positivos nos EUA e a apreensão com o noticiário político da Itália, já que parlamentares do partido de Silvio Berlusconi ameaçam renunciar em massa diante das acusações contra o ex-primeiro-ministro.

-    Nos EUA, interrompendo uma sequencia de 5 baixas consecutivas, S&P 0,3%, DJ 0,4% e NASDAQ 0,7%, impulsionada pela divulgação de dados positivos da economia do país, como o recuo acima do esperado dos pedidos de seguro desemprego, e pelo discurso de uma autoridade do Fed (''BC'' local) indicando que vai continuar a apoiar os esforços para criar um ambiente de acomodação monetária e ajudar a recuperação por meio das compras de ativos.


Economia:

 

Em uma alusão contrária à sua matéria de capa de 2009, que colocava o cristo redentor, que representava o Brasil, como um foguete que decolava rumo ao sucesso, a revista britânica The Economist desta semana traz na sua capa novamente o referido símbolo do pais, porem desta vez como uma nave espacial desgovernada, que neste caso representa o enorme fracasso do governo Dilma em (1) se comunicar com o ''mercado'', (2) enfrentar problemas estruturais do país e (3) atrair investidores estrangeiros.

 

Segundo Paulo Nogueira Batista, diretor executivo para o Brasil e mais 10 países no FMI, o atual pessimismo com o Brasil é exagerado e isto ocorre pois a imprensa estrangeira se baseia muito no mercado financeiro dos países para classificar se o país está indo bem ou mal.

 

Dando 3 sinais positivos da economia brasileira, (1) a taxa brasileira de desemprego caiu de 5,6% em JUL/13 para 5,3% em AGO/13, (2)a Associação Brasileira de Supermercados elevou, de 3,5% para 4,0%, sua projeção de crescimento real das vendas neste ano e (3) a renda do trabalhador brasileiro cresceu 1,5% de JAN/13 até AGO/13.

 

Com uma ''enorme capacidade de afugentar investidores'', o governo Dilma tem boa chance de manter no edital do leilão dos aeroportos de Confins, em MG, e Galeão, no RJ, a regra de restrição à participação das atuais concessionárias aeroportuárias privadas nacionais no controle das futuras concessões.

 

Diante da falta de interessados, a presidenta Dilma e o ministro Mantega anunciaram ontem que o governo vai rever o processo de concessão da rodovia BR-262, que liga Espírito Santo a Minas Gerais, para transforma-lo em Parceria Público-Privada ou torna-la simplesmente uma obra pública.

 

Se livrando da ''ancora'', que no caso é a OGX, o novo Ibovespa, que passa a valer em 2014, vai mudar a composição setorial do índice da Bolsa, com os bancos assumindo a primeira posição, que hoje é do setor de petróleo, e com siderúrgica e construção perdendo peso.

 

-    A OGC caiu –16,2%, diante dos ''temores'' de que a empresa não conseguirá honrar o pagamento de cupons de bônus externos a vencerem já na semana que vem e assim entrar com recuperação judicial.

-    A Petrobrás caiu –1,1%, mesmo diante de ''rumores'' de que a empresa teria avaliado em 1 bilhão de barris de petróleo a capacidade da bacia Sergipe-Alagoas, que é uma das maiores apostas da empresa na costa brasileira.


Política:

 

Aliviando a pressão sobre Dilma e aumentando a pressão sobre Aécio Neves, que não decola, e sobre Eduardo Campos, que percebe cada dia mais que tem muito menos voto do que imagina, segundo a ultima pesquisa de intenções de voto para presidente, a atual presidenta do Brasil subiu de 30% para 38%, Marina Silva, que ainda não tem seu partido formado, caiu de 22% para 16%, o ex-governador de MG e atual senador tucano caiu de 13% para 11% e o governador de Pernambuco e presidente do PSB caiu de 5% para 4%.

 

Após anunciar que seu partido está saindo da base aliada do governador peemedebista do RJ Sergio Cabral, Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, anunciou que Romário, uma das principais estrelas do "feirão" de deputados para as eleições de 2014, está de volta aos quadros do partido para disputar a Prefeitura do RJ em 2016 e comandar o diretório do PSB no estado.

 

Ontem, após uma visita ao ministro do Tribunal Superior Eleitoral Marco Aurélio Mello, a ex-senadora Marina Silva disse que a #Rede deve ter seu registro de partido aprovado pela corte devido à sua "legitimidade social".


Crítica:

 

Sem nenhuma ideologia politica, as negociações dos dois novos partidos políticos do Brasil, o Solidariedade e o Pros, para filiar cerca de 50 deputados federais envolvem a entrega a eles do comando político das siglas nos Estados e a promessa de um generoso rateio do dinheiro do Fundo Partidário, algo entre R$ 3 e R$ 3,80 por voto recebido pelos congressistas.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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