R.B.
"Compensando a incompetência do Estado"
São Paulo, 5 de junho de 2013 (QUARTA-FEIRA).
Mercados:
HOJE
- A BOVESPA deve subir, na ''contra-mão'' da abertura das bolsas da Europa, influenciado positivamente por fatores internos como (1) o fim do IOF para ''investimentos'' estrangeiros, (2) o recuo da inflação em MAI/13 e (3) os bons resultados da produção industrial brasileira em ABR/13.
- O DÓLAR pode cair, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e principalmente influenciado pela decisão do governo brasileiro, anunciada ontem após o fechamento do pregão, de zerar o IOF para ''investidores'' estrangeiros trazerem dinheiro para aplicar no mercado de juros tupiniquim.
ONTEM
- BOVESPA 0,1% (aos 54.017pts), abriu em alta, para na máxima avançar 0,6% e, com alguma volatilidade, na mínima chegou a recuar –0,8%, porem se recuperou no final do pregão e fechou próxima da estabilidade, puxada pela forte valorização das ações da Oi (16,8%) e seguindo a instabilidade do mercado norte-americano.
- DÓLAR 0,5% à R$ 2,24, abriu em queda, para na mínima recuar –0,5%, porem passou a subir ainda na parte da manhã, para na máxima atingir R$ 2,15, impulsionado pelas declarações de Aldo Mendes, diretor de Política Monetária do BC, que afirmou que o Brasil terá que conviver com um real desvalorizado.
- Na ÁSIA, recuperando parte das perdas do pregão anterior, JAPÃO –2,0%, CORÉIA –0,1% e CHINA –1,2%, porem com baixos volumes de negócios, já que os investidores esperavam cautelosamente dados do mercado de trabalho dos EUA, que podem definir as perspectivas para a continuidade do programa de estímulo monetário promovido pelo Fed (''BC'' norte-americano).
- Na EUROPA, revertendo as perdas da abertura, INGLATERRA 0,5%, FRANÇA 0,1% e ALEMANHA 0,1%, impulsionadas pela redução expressiva do número de desempregados na Espanha em MAI/13 e pelas boas perspectivas de crescimento da STMicroelectronics, que elevaram os papéis de fabricantes de chips e fizeram os investidores aproveitarem a recente queda como oportunidade cautelosa de compras.
- Nos EUA, após mais uma sessão volátil, ainda em meio às incertezas com os rumos da política monetária do país, S&P –0,6%, DJ –0,5% e NASDAQ –0,6%,, com destaques de queda para as ações da Home Depot (-2,6%), da Microsoft (-1,7%) e da Alcoa (-1,6%).
Economia:
Teoricamente indesejado até bem pouco tempo atrás, o investidor estrangeiro em busca de oportunidades de curto prazo é novamente bem-vindo no Brasil, já que ontem o governo Dilma, com o objetivo de reduzir a cotação do dólar e consequentemente as pressões inflacionárias, anunciou o fim o IOF de 6,0% para os ''gringos'' que investirem nos juros brasileiros, que seguem ainda entre os maiores do mundo.
Declarações e ações muitas vezes contraditórias de membros do governo Dilma e preocupações com as perspectivas para a economia brasileira levaram investidores estrangeiros a retirarem pouco mais de R$ 1bi da Bovespa em MAI/13.
Superando em 100% a média das expectativas do ''mercado'' (0,9%), a produção da indústria brasileira cresceu 1,8% em ABR/13 na comparação livre de influências sazonais com MAR/13 e 8,4% na comparação com ABR/12.
Recebendo cada vez mais incentivos, como redução de impostos e de taxas de financiamento, o setor automobilístico continua a ser o ''queridinho do governo'' e, nos 5 primeiros meses deste ano, foram vendidos 1,4 milhões de automóveis no Brasil, o que representa um recorde histórico para o período e um crescimento de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Indicando um forte recuo da inflação, o IPC fechou MAI/13 com alta de 0,10% e com isto acumula altas de 1,57% nestes 5 primeiros meses de 2013 e de 5,11% no acumulado de 12 meses encerrados em MAI/13.
Confirmando a atratividade do setor automobilístico brasileiro, que já é o quarto maior do mundo, norte-americanos, europeus e japoneses pretendem investir cada vez mais na compra e na abertura de concessionárias de veículos no Brasil, ensinando também os empresários brasileiros do setor como é possível depender menos do sobe e desce da venda de carros novos para aprimorar resultados através de serviços e dos usados.
O risco climático nas áreas de soja nos EUA dificultou o plantio e com isto deu novo fôlego aos preços da oleaginosa em Chicago nas últimas semanas, elevando também os valores de negociações do produto no mercado brasileiro.
- A OI subiu 16,8%, após seu Conselho de Administração da empresa indicar Zeinal Bava, da Portugal Telecom, para o comando da companhia brasileira.
Política:
Certamente aumentando ainda mais os gastos públicos, ontem, com as galerias repletas de manifestantes que, de pé, aplaudiram os deputados, a Câmara aprovou, por 319 votos a favor e 32 contra, um projeto de lei complementar que reabre a possibilidade de criação de novos municípios via assembleias legislativas dos estados
Aumentando a tensão entre PT e PMDB, Paulo Becker, presidente da Juventude do PMDB na Região dos Lagos, divulgou na internet um vídeo que mostra o senador petista Lindbergh Farias, durante a campanha de 2010, declarando apoio ao vice-governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB, à sucessão estadual em 2014.
Com Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, ao lado da oposição e Carlos Lupi, ex-ministro de Dilma, ao lado do governo, o PDT está muito dividido e pode apoiar qualquer lado nas eleições presidenciais de 2014.
Crítica:
''Compensando a incompetência do Estado'', ontem a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou um projeto de lei que que autoriza o abatimento dos gastos com a compra de livros didáticos para a instrução do contribuinte ou de seus dependentes e outro projeto de lei que permite a dedução de despesas com medicamentos de aposentados e pensionistas para uso próprio ou para seus dependentes.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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