R.B.
"Refém dos desejos do mercado"
São Paulo, 31 de maio de 2013 (SEXTA-FEIRA).
Mercados:
HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando uma recuperação após acumular uma baixa de –10,4% ano ano e fechar o pregão de quarta-feira com o pior desempenho diário desde 15/ABR/13, se ajustando a melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais durante o feriado no Brasil.
- O DÓLAR pode cair, reduzindo parte da forte alta acumulada nos últimos pregões, influenciado pela decisão do Copom de elevar a Selic em 0,5%, ao invés dos 0,25% esperados, o que aumenta a taxa real de juros da economia brasileira e consequentemente atrai mais ''investimentos'' para o Brasil.
QUARTA-FEIRA
- BOVESPA –2,5%, já abriu em queda e, prejudicada pela divulgação de que o PIB brasileiro avançou apenas 0,6% no primeiro trimestre deste ano, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, também pressionada pelo clima negativo nos mercados externos.
- DÓLAR 1,5% à R$ 2,10, já abriu em alta e, com o mercado testando os limites do BC, manteve-se em território positivo ao longo de todo pregão, para fechar o dia no maior patamar desde 4/DEZ/12, acompanhando a piora do ''humor'' na Bovespa.
ONTEM
- Na ÁSIA, seguindo o fechamento negativo das bolsas da Europa e dos EUA na quarta-feira, JAPÃO –5,1%, CORÉIA –0,2% e CHINA –0,3%, com destaques de queda para as exportadoras, diante do recuo do dólar frente às moedas locais e com os investidores temendo que o Fed (''BC'' dos EUA) reduza seu programa de estímulos econômicos.
- Na EUROPA, recuperando as perdas de quarta-feira, INGLATERRA 0,4%, FRANÇA 0,6% e ALEMANHA 0,8%, impulsionadas pelas ações de empresas do setor de mineração e com a divulgação de dados econômicos ruins dos EUA levando os investidores a esperar que o Fed (''BC'' dos EUA) não diminua de imediato as medidas de estímulo econômico.
- Nos EUA, também recuperando parte das perdas de quinta-feira, S&P 0,4%, DJ 0,2% e NASDAQ 0,7%, depois que dados econômicos ruins aliviaram as preocupações de que o BC local poderia começar a reduzir gradualmente sua política de estímulos ao crescimento.
Apesar do PIB menor que o esperado e de Dilma ter afirmado recentemente que não permitiria o uso dos juros no combate à inflação, na quarta-feira à noite o Copom, mostrando que segue ''refém dos desejos do mercado'', decidiu de forma unânime elevar a Selic em 0,5%, de 7,50% para 8,00%, com um comunicado com termos duros sobre o combate à inflação neste e no próximo ano.
''Vivendo em outro planeta'', (1) Mantega, ministro da Fazenda, afirmou que o governo não vai adotar novas medidas de estímulo econômico e (2) Luciano Coutinho, presidente do BNDES, afirmou que está feliz com o desempenho do investimento no PIB.
Irresponsável, como de costume, Mantega, ministro da Fazenda, afirmou que a valorização da moeda americana não é uma preocupação para o governo e que o câmbio não será usado como ferramenta para combater a inflação.
Trabalhando no feriado, principalmente para responder aos críticos do aumento de 0,50% da Selic, Tombini, presidente do BC, afirmou ontem que a partir de agora o "carro-chefe do crescimento deve ser o investimento", e não o consumo, confirmando também que o BC, como um ''refém das vontades do mercado'', decidiu ''apertar" a política monetária para reforçar a confiança no órgão no combate à inflação.
Confirmando mais uma vez a força do agronegócio brasileiro, o setor agrícola, que cresceu 9,7% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o trimestre anterior, também foi o principal responsável pelo crescimento de 10% nas vendas de jatos, turboélices e helicópteros no Brasil nos 3 primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2012.
Revelando um descontrole das contas publicas, a economia do governo federal para o pagamento dos juros da dívida pública, o chamado superávit primário, foi de R$ 7,2bi em ABR/13, o que representa (1) o pior resultado para o mês desde 2004, (2) apenas 1,77% do PIB e (3) um saldo 40% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando somou R$ 45bi ou 3,24% do PIB.
Com mais burocracia, mais corrupção, mais impostos, menos educação e menos infraestrutura, o Brasil, pelo terceiro ano consecutivo, perdeu posições no Índice de Competitividade Mundial 2013, ocupando agora o 51º do ranking numa lista de 60 países.
Focado em fazer alianças com países como Argentina e Venezuela, Marco Aurélio Garcia, assessor internacional da Presidência, afirmou recentemente que a Aliança do Pacífico, formada por Colômbia, Chile, Peru e México, "não tira o sono" do governo brasileiro, porem o bloco preocupa, e muito, as empresas do país que trabalham com comércio exterior.
Política:
Com Aécio Neves como sua estrela principal, ocupando mais de 90% do tempo que o partido tinha, o PSDB usou seu horário na TV para, de forma profissional e emotiva, criticar o governo Dilma e tentar passar ao eleitor brasileiro a imagem de que o partido está unido e foi responsável por tudo de bom que aconteceu no Brasil nos últimos 20 anos.
Mostrando sua ''força'', o ''nobre'' senador Fernando Collor, do PTB de Alagoas, usou seu prestígio político no governo Dilma para intermediar um patrocínio de R$ 1mi da Caixa Econômica Federal ao clube ASA de Arapiraca, do interior do seu estado.
Apesar da resistência do comando do Supremo Tribunal Federal, que com toda a razão alega que a medida vai elevar os gastos públicos de forma desnecessária, o vice-presidente do Congresso, deputado André Vargas, do PT do Paraná, planeja promulgar na próxima semana a emenda constitucional que cria 4 novos tribunais regionais federais.
Crítica:
Zombando das ordens judiciais e contando com a conivência do governo Federal que não mete medo nem em barata, cerca de 140 baderneiros que se intitulam índios, coisa que realmente quase não existe mais no Brasil, ocuparam novamente o canteiro de obras da hidroelétrica Belo Monte, no Pará, e agora ameaçam por fogo em caminhões e equipamentos.
Como fruto de um país que investe muito pouco em educação, segundo uma pesquisa feita com cerca de 40.000 empregadores em 42 países e regiões durante o primeiro trimestre de 2013, no Brasil 68% dos empresários tem dificuldade para preencher vagas em suas empresas, patamar que é quase o dobro da média mundial (35%).
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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