R.B.
"Independente e fiel"
São Paulo, 18 de abril de 2013 (QUINTA-FEIRA).
Mercados:
HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando recuperar uma parte das perdas acumuladas no mês (-4,2%) e no ano (-11,4%), beneficiada pela valorização das commodities e também pela elevação da Selic, que indica que o BC brasileiro segue independente e comprometido com as metas de inflação.
- O DÓLAR pode cair, em um movimento de realização de lucros após fechar o pregão anterior no maior patamar desde 4/ABR/13, também influenciado pela elevação da taxa básica de juros, de 7,25% para 7,50%, que em tese atrai ''investimentos'' para o mercado brasileiro de juros.
ONTEM
- BOVESPA –2,0% (aos 52.881pts), já abriu em queda e manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, para fechar o dia no menor patamar desde o final de JUL/12, prejudicada (1) pelo rebaixamento da ''nota'' da Alemanha, (2) pelo recuo das commodities e (3) pelos ''temores'' com o forte aumento da dívida publica da China.
- DÓLAR 0,3% à R$ 2,00, já abriu em alta e, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana, manteve-se em território positivo ao longo de todo pregão, mesmo com as ''apostas'' de elevação da Selic na reunião do Copom.
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 1,2%, beneficiada pela recuperação do dólar ante a moeda local (o iene), que por sua vez impulsionou as ações de exportadoras, como a Honda (2,4%) e a Toyota (1,8%), porem CHINA –0,1% e CORÉIA –0,1%, já que fracos números da economia e as tensões com a Coréia do Norte continuaram a pesar sobre as ações locais.
- Na EUROPA, em queda pela quarta sessão consecutiva, INGLATERRA –1,0%, FRANÇA –2,3% e ALEMANHA –2,3%, prejudicadas pela divulgação de dados negativos sobre as economias da região, como o aumento do desemprego no Reino Unido e a forte queda nas vendas de automóveis na Europa, e pelas declarações do presidente do BC alemão de que a crise de dívida da Europa vai levar cerca de uma década para ser superada.
- Nos EUA, devolvendo quase todos os ganhos do pregão anterior, S&P –1,4%, DJ –0,9% e NASDAQ –1,8%, já que o FMI reduziu suas previsões para o crescimento global e as preocupações foram reforçadas hoje por indicadores econômicos fracos na zona do euro e por balanços corporativos desanimadores.
Economia:
Mostrando, ou até tentando mostrar, que segue ''independente e fiel'' aos seus princípios, ontem o BC elevou, de 7,25% para 7,5%, a taxa básica de juros da economia brasileira, porem esta decisão não foi unanime, já que 2 diretores votaram pela manutenção da Selic, o que indica que a autoridade monetária acredita que a inflação já está perdendo forças e que não quer sacrificar o crescimento da economia.
Como desde 2007 a bolsa brasileira tem passado por mais momentos ruins do que momentos bons, o mercado financeiro brasileiro está perdendo altos executivos para a outras setores produtivos, já que segundo uma pesquisa recente a cada ano uma média de 10% dos profissionais migram para outros setores, principalmente para o mercado de bens de consumo, que representou 56% das migrações.
Se ''esquecendo de criar a infraestrutura necessária, como portos e estradas, o governo Dilma ''lutou com afinco'' para levar o dólar a um patamar que tornasse as exportações brasileiras mais competitivas, porem a estratégia parece ter surtido pouco efeito, já que segundo dados da ONU as exportações tupiniquins caíram -5,3% em 2012, ano em que a média mundial cresceu 0,2%, o que deu ao Brasil uma desconfortável posição de quarto pior resultado no comércio exterior entre as 20 maiores economias do mundo no ano passado.
Com o objetivo principal de ajudar a combater a inflação, Haddad, prefeito petista de SP, afirmou ontem que há espaço para desonerar os serviços de transporte público, ressaltando que entre as possibilidades estudadas pela Fazenda está o fim da incidência de PIS e Cofins da folha de pagamento do setor.
Dando sinais positivos da economia brasileira, (1) em MAR/13 a demanda de passageiros por transporte aéreo internacional cresceu 9,5% na comparação com MAR/12 e (2) no ano passado o número de transações bancárias por meio de smartphones e tablets cresceu 333,1% na comparação com 2011.
Política:
Inviabilizando qualquer critica oportunista da oposição contra a elevação da taxa básica de juros pelo governo Dilma, ontem, horas antes da decisão do Copom, FHC afirmou que o combate à inflação "não se resolve com bravatas'' e sim com uma política baseada em aumento do juros.
Partindo para o ataque, ontem Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, afirmou que presidente Dilma foi eleita como uma grande especialista em gestão, mas na prática faz uma administração extremamente centralizadora e com isto o seu governo não anda.
Em defesa da manutenção dos status quo, ontem, por 240 votos a 30, o plenário da Câmara aprovou o texto-base do projeto que limita os direitos dos novos partidos ao fundo partidário e ao tempo de propaganda eleitoral na rádio e na TV, o que afeta diretamente os planos da ex-senadora Marina Silva de criar um novo partido e se lançar à presidência do Brasil em 2014.
Conforme já se esperava, ontem o PPS e o PMN, que vinham negociação uma fusão, oficializaram a união dos dois partidos dando origem a uma nova agremiação partidária chamada Mobilização Democrática (MD), que vai manter o número 33, que era utilizado no registro do PMN, que já tem 13 deputados federais, 58 estaduais, 147 prefeitos e 2.527 vereadores e que será presidida pelo deputado federal Roberto Freire, de SP.
Crítica:
Livre para descumprir a lei, ontem o MST bloqueou dezenas de rodovias em 10 Estados brasileiros como parte das manifestações do "Abril Vermelho", no qual o referido movimento anárquico cobra a aceleração da reforma agrária e o assentamento de 150 mil acampados em todo o País.
Como se não tivesse nada mais importante para fazer, ontem José Eduardo Cardozo, o ministro brasileiro da Justiça, foi para a Bolívia se reunir com autoridades do governo boliviano para questionar a situação em que se encontram os 12 corintianos presos em Oruro há quase dois meses.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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