R.B. 2/JAN/13 ‘’Correr mais riscos em 2013’’


R.B.

"Correr mais riscos em 2013"

 

São Paulo, 2 de janeiro de 2013 (QUARTA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA deve subir, rumo aos 85.000pts no final deste ano de 2013, no curto prazo ''animada'' com a aprovação de um pacote para evitar o ''abismo fiscal'' nos EUA e com os sinais positivos da economia da China e no médio prazo sustentada pelos investimentos no setor produtivo da economia brasileira, por sua vez impulsionados pelo baixo patamar da taxa básica de juros (7,25%).

-    O DÓLAR pode cair, para fechar 2013 próximo dos R$ 1,90, no curto prazo influenciado pela redução dos temores externos e no médio prazo seguindo o fluxo positivo de recursos externos oriundos de exportações, captações e ''investimentos''.

 

SEXTA-FEIRA

-    BOVESPA 0,9% (aos 60.952pts), já abriu em alta e, com bom volume de negócios (R$ 6,1bi) para o último pregão do ano, manteve a trajetória ascendente ao longo de toda sessão, para fechar 2012 avançando 7,4%, o que representa o melhor desempenho desde 2009, mesmo diante das incertezas sobre as negociações e a solução para o "abismo fiscal" nos EUA e impulsionada pelas ações de siderurgia e do setor financeiro.

-    DÓLAR 0,1% à R$ 2,04 (9,4% em 2012), já abriu ''de lado'' e, com baixo volume de negócios, fechou o último pregão do ano em leve alta, com o ''mercado'' esperando mais uma atuação do BC na ponta compradora, o que efetivamente não ocorreu.

 

SEGUNDA-FEIRA

-    Na ÁSIA, com poucos negócios, JAPÃO e CORÉIA estavam fechadas por conta do feriado de final de ano e CHINA 1,1%, após o governo chinês divulgar bons dados sobre o seu índice dos gerentes de compras para DEZ/12, o que ajudou a limitar as perdas..

-    Na EUROPA, com liquidez reduzida, em uma sessão mais curta às vésperas do feriado de Ano Novo, INGLATERRA –0,5% (5,8% ano ano), ALEMANHA (19,1% no ano) não operou devido a feriado e FRANÇA 0,6% (15,2% no ano), sem uma direção única, divididas entre bons dados divulgados pela China e o pessimismo em relação à possibilidade de o Congresso dos EUA fechar um acordo que evite o chamado ''abismo fiscal''.

-    Nos EUA, também com poucos negócios, S&P 1,7% (13,4% em 2012), DJ 1,3% (7,3% em 2012) e NASDAQ 2,0% (16,9% em 2012), revertendo uma abertura negativa após Obama, presidente do pais, e Mitch McConnell, o líder republicano no Senado, indicarem que um acordo para evitar "o abismo fiscal" estava próximo.


Economia:

 

2012 foi mais um ano de incertezas na economia mundial, com isto, pelo terceiro ano seguido, o ouro foi a aplicação que mais subiu no período (15,3%), já o dólar avançou 9,42% no ano passado, pressionado por leilões de compra e por medidas do governo para elevar a competitividade das exportações brasileiras, por último a Bovespa, prejudicada principalmente pelo ''pífio'' desempenho da Petrobrás (-7,9% em 2012), avançou 7,4% no último ano, o que ao menos supera a inflação (cerca de 5,7% no ano) e representa o melhor desempenho anual desde 2009.

 

Com o cenário de juros baixos no país, atualmente até empatar com a inflação está mais difícil para os mais conservadores, o que pode estimular e até ''obrigar'' o investidor a ''correr mais riscos em 2013'', principalmente diante do aquecimento da economia brasileira, das medidas para amenizar a crise na Europa e de um acordo no Congresso norte-americano para evitar que o país entre em recessão.

 

Na última pesquisa focus de 2012 o ''mercado'' reduziu, de 1,0% para 0,98%, suas ''apostas'' para o crescimento da economia brasileira no ano passado e elevou, desta vez de 5,69% para 5,71%, suas previsões para a inflação no mesmo período.

 

Dando novos sinais positivos da economia brasileira (1) o nível de inadimplência das empresas brasileiras diminuiu em -3,4% em NOV/12 na comparação com OUT/12, (2) em NOV/12, pela primeira vez em 5 meses, o consumo de energia pela indústria brasileira cresceu 0,2% na comparação com NOV/11 e (3) em OUT/12 as ações judiciais referentes a não pagamento de aluguel em SP caíram -3,75% em relação a SET/12.

 

O aumento no volume de empréstimo para o consumo e investimento é a aposta da equipe econômica para reverter o baixo crescimento, porem o governo teme que as novas regras para fortalecer os bancos, definidas no acordo internacional de Basileia 3, sejam usadas pelo setor privado como motivo para não acelerar a concessão do crédito em 2013.

 

Como a taxa de desemprego está abaixo dos 5%, o que para alguns significa que o Brasil está no ''pleno emprego'', apesar do desempenho pífio da economia em 2012, com crescimento que deve ficar abaixo de 1%, segundo uma pesquisa recente 44% dos brasileiros acreditam que em 2013 a economia vai melhorar, 38% acreditam que ficará como está e 13% acham que vai piorar.

 

Como o Brasil está sofrendo com uma enorme falta de mão de obra qualificada, o que prejudica a competitividade e a produtividade do país, o governo brasileiro quer fazer do Brasil um país mais aberto a imigrantes estrangeiros do que nações como Canadá e Austrália, famosas por buscar ativamente esse tipo de mão de obra.


Política:

 

Ontem, após passar o cargo de prefeito de SP para o petista Haddad, em um evento que ''estranhamente'' não teve a presença de Lula, Kassab, agora ex-prefeito de SP, fez um discurso emocionado, fazer um balanço "positivo" da sua gestão e ''avisou'' que vai alçar novos voos e cantar em outras freguesias.

 

A presidenta Dilma chega à metade do mandato com popularidade recorde, base partidária intacta e um cardápio de medidas para aquecer a economia, porem nada permite antever um 2013 tranquilo para o governo e para o PT, já que (1) o desfecho do mensalão ainda está distante, (2) existem ainda as pendências da Porto Seguro, que está prestes a divulgar e-mails apreendidos no escritório e na casa da ex-assessora íntima de Lula e (3) o PMDB como sempre vai cobrar mais espaço no governo e já faz o papel de ouvidor dos setores insatisfeitos da economia.

 

Agora que já tem 82 anos e que desde 1995, quando se elegeu deputado pela primeira vez, já ''mamou bastante nas tetas do governo'', o ex-presidente Sarney, atualmente presidente do senado e que é um dos mais longevos políticos brasileiros, afirmou que defende uma mudança na lei para impedir ex-presidentes da República de se candidatarem a a qualquer cargo eletivo.


Crítica:

 

Dando mais um exemplo de sustentabilidade e diversificando ainda mais a matriz energética brasileira, a Eletrobrás anunciou que vai colocar em operação, neste ano de 2013, 535,1 megawatts de geração eólica, aumentando em 30% a capacidade instalada dessa energia renovável no país, hoje em 1.800 megawatts, ou 1,5% do total.

 

Apesar de ser 5 anos mais velho que o mensalão petista, o caso do chamado mensalão mineiro, que envolve políticos do PSDB, não será julgado pelo Supremo Tribunal Federal em 2013, e provavelmente entrará na pauta da referida corte em 2014, ano da próxima eleição presidencial.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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