R.B. 10/DEZ/12 ''Criatura moribunda''


R.B.

"Criatura moribunda"

 

São Paulo, 10 de dezembro de 2012 (SEGUNDA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA pode cair, testando o agora ''suporte'' dos 58.000pts, voltando a ser influenciada negativamente pelas incertezas com relação a negociação do abismo fiscal nos EUA, porem o baixo patamar da taxa básica de juros indica que o patamar é interessante para compras de médio e longo prazos.

-    O DÓLAR deve voltar a subir, acompanhando a provável piora do ''humor'' na Bovespa e a trajetória internacional da moeda norte-americana e com o ''mercado testando'' a ''resistência'' dos R$ 2,10 para saber se o BC entra novamente atuando na ponta vendedora.

 

SEXTA-FEIRA

-    BOVESPA 1,4%, abriu em leve queda, para na mínima recuar –0,1%, porem logo passou a subir e fechou o dia no maior patamar em 1 mês (aos 58.487pts), ''animada'' pela divulgação de dados melhores que o esperado de emprego nos EUA e impulsionada pelas ações das siderúrgicas e das construtoras, como Usiminas (4,5%) e PDG (4,4%).

-    DÓLAR 0,6% à R$ 2,09, já abriu em alta e, em um ''ajuste técnico'' após a maior sequência de baixas desde o início de AGO/12, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, puxado por um aumento no volume de compras após a moeda cair -2,44% nos 4 primeiros dias da semana.

-    Na ÁSIA, nos maiores patamares em 16 meses, JAPÃO 0,2%, CORÉIA 0,4% e CHINA 1,6%, com investidores esperando os dados sobre a criação de empregos fora do setor agrícola nos EUA e ''animados'' com os sinais de que a economia da China está se estabilizando.

-    Na EUROPA, sem uma tendência única, INGLATERRA 0,2%, FRANÇA 0,1% e ALEMANHA –0,2%, devolvendo os ganhos da abertura, após uma sessão agitada pelas preocupações de que políticos norte-americanos possam falhar no acordo para evitar o abismo fiscal do país.

-    Nos EUA, também sem uma tendência única, S&P 0,3%, DJ 0,6% e NASDAQ –0,3%, com o setor de tecnologia prejudicado pelas perdas nas ações da Apple (-2,6%) e os outros setores beneficiados pelo relatório de emprego no país, que superou as expectativas do mercado mostrando a geração de 146 mil postos de trabalho em NOV/12.


Economia:
 
Cada dia mais responsabilizado pelo péssimo resultado da economia brasileira, Mantega, ministro da Fazenda de Dilma, é pessimamente avaliado pelo ''mercado'' e pode ser também o responsável pelo provável fracasso do governo da patroa caso não seja demitido na reforma ministerial que a presidenta prepara para o início de 2013.
 
Com Mantega ''na berlinda'' após o desastroso crescimento do PIB, o Ministério da Fazenda é apontado como uma instituição de 3 cabeças em que ninguém manda de fato, já que além do ministro titular da pasta, Arno Augustino, o chefe do Tesouro e Nelson Barbosa, o secretário-executivo, possuem acesso direto e independente ao Palácio do Planalto.
 
Além de fazer o ''mercado pedir a cabeça de Mantega'', o fraco desempenho do PIB levou a presidenta Dilma a adotar medidas para acelerar a economia, mas ao menos oficialmente está fora dos planos do governo voltar a reduzir a taxa de juros e forçar uma desvalorização mais acentuada do real.
 
Defendendo seu ministro da Fazenda, classificado como uma "criatura moribunda" pela revista britânica "The Economist", a presidenta Dilma afirmou que, apesar de ser a favor da liberdade de imprensa, "em hipótese alguma o governo brasileiro eleito pelo voto direto, secreto, vai ser influenciado por uma opinião de uma revista que não seja brasileira.
 
Apesar da intenção positiva do governo Dilma de reduzir o preço da energia elétrica, que é bem mais cara no Brasil do que nos países do ''primeiro mundo'', o debate em torno da renovação dos contratos de concessão para gerar e transmitir energia elétrica teve impacto negativo no mercado, já que as ações das empresas do setor caíram mais de 50% e foi gerada insegurança ao investidor.
 
Como fruto do aumento da renda e também das ondas de violência como a que ocorre na região metropolitana de SP, neste ano de 2012 o segmento de carros blindados, cujos preços caíram, deve crescer cerca de 10% na comparação com 2011.
 
Para estimular a concorrência e também ajudar no crescimento da economia brasileira, o Tesouro Nacional injetou R$ 390,1bi nos três bancos controlados pelo governo federal, que são BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, entre DEZ/06 e OUT/12, com isto a participação destas instituições financeiras públicas no crédito total da economia saltou de 36,8% para 46,6% no referido período.
 
-    A Gafisa avançou 6,6% e PDG subiu 4,4%, beneficiadas pelo pacote para estimular o setor anunciado pelo governo e pelo aumento das apostas de novas quedas da taxa básica de juros do Brasil no ano que vem.

-    A Eletrobrás subiu 0,4%, mesmo após ter sua ''nota'' rebaixada pela agencia de classificação de risco Fitch.


Política:
 
Apontada pela oposição, que ao que tudo indica ainda não entende a cabeça do eleitor brasileiro, como amante de Lula, Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em SP, foi indiciada pela Polícia Federal por formação de quadrilha.
 
Membro do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, o juiz Marlon Reis afirmou que para que o Brasil avance no combate à corrupção, é preciso que seja implementada a reforma política no país, ressaltando que a sociedade deve se mobilizar com esse objetivo, como fez para conquistar a aplicação da Lei da Ficha Limpa.
 
Se preparando para ir para a cadeia, Dirceu, condenado a mais de 10 anos pelo Supremo Tribunal Federal por formação de quadrilha e corrupção ativa, tenta há semanas organizar eventos com militantes do partido em sua defesa, porem ele não esperava era que seu prestígio estivesse tão baixo dentro da legenda onde construiu sua trajetória política e onde alcançou posto de líder influente, já que os 3 primeiros atos organizados até agora foram esvaziados e não produziram nenhum barulho.
 
Segundo o petista Marco Maia, que é presidente da Câmara dos Deputados, o Brasil está "muito próximo" de uma crise institucional, já que ele ''garante'' que não irá cumprir a decisão do Supremo Tribunal Federal de cassar mandatos dos parlamentares condenados na Ação Penal do Mensalão.

Crítica:
 
Confirmando mais uma vez que ''alguém precisa classificar as agencias de classificação de risco'', os bancos brasileiros BVA e Cruzeiro do Sul, que quebraram recentemente, eram considerados "seguros" por LF Rating, Austin Rating e Fitch Ratings.

PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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