R.B.
"Carteirinha do fã clube do Brasil"
São Paulo, 29 de agosto de 2012 (QUARTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve seguir em alta, com ''boas chances'' de fechar o dia acima dos 59.000pts, diante (1) das ''apostas'' de corte de –0,5% na Selic na reunião do Copom que termina hoje, (2) da elevação do preço das commodities e da gradativa melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais.
- O DÓLAR pode subir, mesmo após fechar o pregão anterior no maior patamar desde 2/AGO/12, influenciado pela provável redução da taxa básica de juros, que tornará menos atraente a taxa real de juros da economia brasileira para atrair ''investimentos'' externos.
ONTEM
- BOVESPA 0,5%, abriu em queda, para na mínima recuar –0,1%, porem logo passou a subir, em um movimento de recuperação após fechar os 3 últimos pregões no vermelho, com investidores mostrando um pouco mais de apetite por ações ligadas à economia doméstica enquanto crescem as ''apostas'' de que o ciclo de queda de juros no Brasil pode se estender até OUT/12.
- DÓLAR 0,6% à R$ 2,04, já abriu em alta e manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, num movimento descolado do cenário externo, com investidores sob a expectativa de eventual rolagem, pelo BC, dos contratos de swap cambial que vencem no dia 3/SET/12.
- Na ÁSIA, realizando uma pequena parte dos lucros recentes, JAPÃO –0,6%, CORÉIA –0,4% e CHINA –0,1%, diante da cautela do investidor antes do encontro de membros de BCs e economistas em Jackson Hole, nos EUA, que ocorrerá no final da semana e que pode sinalizar planos futuros de estímulo.
- Na EUROPA, registrando as piores quedas diárias das últimas 5 sessões, INGLATERRA –0,1%, FRANÇA –0,9% e ALEMANHA –0,6%, em meio a preocupações sobre a economia global e a crise da dívida da zona do euro, com destaque negativo para o panorama sombrio na Espanha, após a divulgação de dados mostrarem que o país afundou ainda mais em recessão e que uma região economicamente importante da Catalunha precisa acessar fundos de Madri.
- Nos EUA, sem uma tendência única, após mais um pregão com poucos negócios e pouca volatilidade, S&P –0,1%, DJ –0,2% e NASDAQ 0,1%, já que dados econômicos mistos deram a investidores motivos reduzidos para transferir o foco do discurso de sexta-feira de Bernanke, o presidente do Fed (''BC'' local).
Economia:
Hoje termina a reunião do Copom e, diante de um cenário de desaceleração da economia brasileira e de manutenção da crise financeira nos países do ''primeiro mundo'', mais de 85% do ''mercado aposta'' que o Copom vai reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira em –0,5%, dos atuais 8% para 7,5%, o que aliás será novamente o menor patamar da história da Selic.
Mostrando sua ''carteirinha do fã clube do Brasil'', Bill Clinton, ex-presidente dos EUA, afirmou ontem que a economia brasileira tem as melhores perspectivas no longo prazo entre as potências econômicas emergentes, ressaltando que isto ocorre graças (1) a sua estrutura política estável, (2) aos amplos recursos naturais e (3) ao bom relacionamento com os vizinhos.
Podendo ajudar, e muito, no controle da inflação, (1) Dilma deve sancionar em breve uma medida provisória referente à desoneração de 22 alimentos que, segundo projeções da Associação Brasileira de Supermercados, causará uma redução de -6% no preço de venda da cesta básica e (2) a última versão do plano de redução do custo de energia elétrica, que deve ser anunciado em SET/12, prevê um corte médio de -20% nas contas das indústrias e de 10% nas dos consumidores domésticos.
''Apostando no Brasil'', ontem a Nokia Siemens Networks anunciou que vai abrir uma linha de montagem no País, junto com a fabricante Flextronics International, para construir a próxima geração de redes de telefonia móvel.
Seguros da ''boa vontade'' do governo Dilma, empresários do setor automotivo se reúnem hoje com representantes do Ministério da Fazenda para discutir a prorrogação do corte da alíquota do IPI para veículos por pelo menos mais 2 meses, alegando principalmente que várias fabricantes de caminhões e ônibus paralisaram a produção por períodos determinados em função da retração no mercado.
Como fruto da alta do dólar, que se aproxima de 9% neste ano, e da desaceleração da economia brasileira, o setor de importação de máquinas e equipamentos registrou queda de -20% nas vendas nos primeiros 7 meses do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
- A PDG subiu 4,6% e a Cyrela valorizou-se 3,6%, já que esses papéis tendem a se beneficiar da provável queda de juros no país.
Política:
Alfredo Sequeira Filho