R.B.
"Abrir o bico"
São Paulo, 25 de julho de 2012 (QUARTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, respeitando o importante suporte dos 52.500pts e em um movimento de ''caça de barganhas'' após recuar -4,9% em 3 pregões consecutivos de queda, acompanhando a leve melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais.
- O DÓLAR pode cair, influenciado pela provável melhora do ''humor'' na Bovespa e também pela expectativa de que o BC virá a mercado rolar os contratos de swap cambial que vencem em 1º/AGO/12.
ONTEM
- BOVESPA -0,7% (aos 52.638pts), abriu em alta, para na máxima avançar 0,6%, porem passou a cair ainda na parte da manhã, acompanhando a nova piora do ''humor'' nas bolsas da Europa e dos EUA e também pressionada pelas perdas da Vale (-4,7%).
- DÓLAR 0,2% à R$ 2,04, abriu em queda, para na mínima recuar -0,3%, porem passou a subir no final da manhã, acompanhando a piora do ''humor'' na Bovespa e também a trajetória internacional da moeda norte-americana.
- Na ÁSIA, tentando uma recuperação após as perdas recentes, JAPÃO 0,3%, CORÉIA 0,8% e CHINA 0,4%, beneficiadas pela divulgação de que o índice preliminar de gerentes de compras da indústria chinesa subiu para uma máxima de 5 meses em JUL/12.
- Na EUROPA, revertendo uma abertura positiva, INGLATERRA -0,6%, FRANÇA -0,9% e ALEMANHA -0,4%, ainda diante dos temores de que a Espanha possa precisar de um resgate integral e com expectativa de que BCs proverão mais estímulos para ajudar economias em dificuldades.
- Nos EUA, também revertendo uma abertura positiva, S&P -0,9%, DJ -0,8% e NASDAQ -0,9%, derrubadas pelos sinais de piora da crise da dívida da zona do euro e pelas evidências de que a desaceleração na Europa está prejudicando companhias norte-americanas, incluindo a empresa-termômetro UPS, que recuou -4,6% após publicar resultados trimestrais abaixo das estimativas do mercado e reduzir suas projeções para o ano, citando como justificativa as condições econômicas mundiais incertas.
Tentando mostrar otimismo, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, afirmou que já vê sinais de aquecimento na economia brasileira em JUL/12, ressaltando que estes sinais são fruto das medidas adotadas recentemente pelo governo Dilma, como a redução de taxas de juros para estimular investimentos.
''Apostando'' em uma aceleração no segundo trimestre deste ano, ontem o FMI divulgou um relatório no qual projeta que a China terá em 2012 um crescimento econômico de aproximadamente 8%.
Impacientes com a fraca retomada do crescimento econômico dos EUA e com o elevado nível de desemprego, diretores do Fed (''BC'' dos EUA) parecem cada vez mais próximos de adotar novas medidas capazes de estimular a atividade da economia e as contratações.
Influenciada pela desaceleração econômica e pelas medidas anticrise adotadas recentemente pelo governo Dilma, como a redução do IOF, em JUN/12 a arrecadação federal de impostos foi de R$ 81,1bi, o que representa uma queda de -6,55% em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar de ponderar que a cotação do dólar em torno de R$ 2 ainda não é capaz de "salvar" a indústria, Roberto Giannetti da Fonseca, diretor da área internacional da Fiesp, afirmou que o patamar atual da moeda norte-americana ''dá um respiro'' para uma sobrevida da indústria brasileira, ressaltando que o patamar ideal seria próximo de R$ 2,25.
Influenciado pela alta do dólar, no primeiro semestre deste ano os gastos dos turistas estrangeiros no Brasil foram 6,2% maiores que no mesmo período de 2012, já os gastos dos brasileiros no exterior cresceram 4,9% na mesma base de comparação.
Dando um importante sinal de controle da inflação, o IPC da terceira quadrissemana de JUL/12 ficou em 0,19%, número que representa uma ligeira queda em relação à segunda prévia do mês (0,20%) e que também ficou abaixo da média das ''apostas do mercado'' (0,23%).
- O Itaú subiu 3,4%, já que apesar de divulgar um lucro -8,3% menor no segundo trimestre deste ano, de ''apenas'' R$ 6,7bi, agradou o mercado ao prever melhora da qualidade da sua carteira de empréstimos no segundo semestre deste ano.
- A Vale caiu -4,7%, na véspera da divulgação de seu balanço trimestral e após anunciar que Tito Martins, seu diretor financeiro, deixará a empresa.
Alfredo Sequeira Filho