R.B.
"Pobre filho bilionário"
São Paulo, 17 de julho de 2012 (TERÇA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA pode subir, tentando recuperar as perdas do pregão anterior, ''aliviada'' com o resultado positivo de uma rolagem da dívida da Espanha e beneficiada pela valorização das commodities.
- O DÓLAR deve voltar a cair, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e ainda com o ''mercado testando o BC'', que supostamente entraria na ponta compradora quando a cotação se aproximar dos R$ 2,00.
ONTEM
- BOVESPA -1,7%, abriu em alta, para na máxima avançar 0,2%, porem, com bom volume de negócios (R$ 9,9bi) devido ao vencimento de opções, logo passou a cair, acompanhando a nova piora do ''humor'' nas bolsas do ''primeiro mundo'', diante da divulgação de uma inesperada queda das vendas do varejo nos EUA.
- DÓLAR -0,1% à R$ 2,03, já abriu em queda e, com pouca volatilidade e baixo volume de negócios, manteve-se em território negativo ao longo de ''quase'' todo pregão, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana.
- Na ÁSIA, sem um tendência única, JAPÃO não teve pregão devido a feriado local, CORÉIA 0,2%, com analistas prevendo que o mercado pode avançar um pouco mais com algumas medidas positivas e CHINA -1,7% (no menor patamar desde 13/MAR/09), com alertas sobre o lucro de grandes empresas aumentando as preocupações sobre as perspectivas da economia doméstica.
- Na EUROPA, recuperando uma pequena parte das perdas da semana passada, porem com baixos volume de negócios, INGLATERRA 0,1%, FRANÇA 0,1% e ALEMANHA 0,1%, impulsionadas pelos ganhos das ações da SEB e do Danske Bank, embora preocupações com a economia da Espanha e perspectivas sobre resultados do segundo trimestre seguraram mais valorizações.
- Nos EUA, revertendo uma abertura negativa, S&P -0,2%, DJ -0,4% e NASDAQ -0,4%, diante das incertezas com relação a um surpreendente recuo nas vendas ao varejo do país em JUN/12 e mesmo com os resultados melhores que o previsto do banco Citigroup.
Mostrando um pessimismo maior do que em ABR/12, ontem o FMI reduziu de 3,1% para 2,5% suas ''apostas'' para o crescimento da economia brasileira em 2012, ressaltando que nos últimos 3 meses (1) a recuperação global mostrou mais sinais de fraqueza, (2) a situação de estresse partindo da zona do euro aumentou e (3) crescimento nos principais mercados emergentes também foi menor do que previsto.
Diante da piora do cenário externo, o ''mercado'', pela décima semana consecutiva, reduziu suas ''apostas'' para o crescimento da economia brasileira em 2012, desta vez de 2,01% para 1,90%, e agora elevou, após 8 semanas consecutivas de queda, suas projeções para a inflação de 2012, desta vez de 4,85% para 4,87%.
Sem acordo sobre a tecnologia a ser adotada, e principalmente sobre sua transferência para empresas do país, 1,3 anos depois do anúncio oficial do investimento da Foxconn no Brasil, as negociações entre o governo brasileiro e a empresa taiwanesa estão num impasse.
Podendo ajudar no controle da inflação, mesmo com atraso na colheita de cana na região centro-sul do Brasil, a baixa demanda das distribuidoras por etanol está fazendo o preço do combustível cair na usinas.
Enquanto diversos setores da economia sofrem com as crises internacionais, o segmento de flores e plantas ornamentais do Brasil tem resistido às marés ruins e aumentado em até 12% o volume da produção nacional e 17% o valor comercializado, movimento que é sustentado pela elevação de 66% no consumo médio da população.
Com um saldo positivo de ''apenas'' US$ 89mi na semana passada, a balança comercial brasileira, mesmo com a alta de 9,0% do dólar no ano, acumula em 2012 um superávit de US$ 7,8bi, resultado -47,5% menor do que no mesmo período de 2011 (US$ 14,8bi).
- A OGX caiu -6,2%, após a petrolífera reduzir, pela segunda vez neste mês, suas estimativas de produção e de receita e mesmo após Eliezer Batista, o papai de Eike, afirmar que o que estão fazendo seu ''pobre filho bilionário'' é uma injustiça e uma falta de civismo.
- A BR Malls subiu 3,8%, após informar que as vendas dos lojistas de seus shoppings cresceram 22,5% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
- A Petrobrás caiu -1,0%, mesmo com a alta do petróleo (1,5%) no mercado internacional e com a anuncio de uma nova descoberta de hidrocarbonetos na bacia de Sergipe.
Alfredo Sequeira Filho