R.B.
"Não existe solução mágica"
São Paulo, 28 de junho de 2012 (QUINTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA pode subir, acompanhando a nova e leve melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e com o mercado avaliando melhor e acreditando mais na disposição do governo Dilma de lançar medidas de incentivo ao crescimento da economia brasileira.
- O DÓLAR deve cair, finalmente em um ''ajuste técnico'' após subir por 6 pregões consecutivos e assim se aproximar da máxima do ano, influenciado pelo anuncio do governo de que fará um leilão de venda.
ONTEM
- BOVESPA -1,3%, abriu em leve alta, para na máxima avançar 0,3%, porem logo passou a cair, mesmo com o desempenho positivo das demais bolsas mundiais, pressionada principalmente pelo forte recuo das ações da OGX (-25,3%).
- DÓLAR 0,3% à R$ 2,08, abriu em queda, para na mínima recuar -0,3%, porem passou a subir ainda na parte da manhã, para fechar em alta pelo sexto pregão consecutivo, novamente com o ''mercado testando" a disposição do BC em atuar para conter a alta.
- Na ÁSIA, recuperando parte das perdas do pregão anterior, JAPÃO 0,8%, CORÉIA 0,9% e CHINA 0,2%, indicando que o momento de vender ações por pânico claramente acalmou e agora os investidores estão olhando para os preços, dada a quantidade de ações que caíram a níveis que podem ser elevados rapidamente caso os gerentes dos fundos comecem a investir dinheiro novamente.
- Na EUROPA, acompanhando a melhora do ''humor'' nas bolsas de NY, INGLATERRA 1,4%, FRANÇA 1,7% e ALEMANHA 1,5%, porem com baixos volumes de negócios diante das dúvidas de que a cúpula da União Européia desta semana resultará em soluções críveis para a crise da dívida da região.
- Nos EUA, em alta pelo segundo pregão consecutivo, S&P 0,9%, DJ 0,7% e NASDAQ 0,7%, beneficiadas por dados econômicos positivos, como o crescimento acima do esperado das vendas de bens duráveis em MAI/12, que por sua vez elevaram os preços do petróleo e de ações do setor energético.
Preocupada com a piora do cenário externo, ontem a presidenta Dilma afirmou que o Brasil possui mecanismos para enfrentar a crise e ''garantiu'' que, sem "aventuras fiscais" e sem "brincar à beira do precipício", seu governo vai tomar as medidas que forem necessárias para proteger a produção e os empregos no país.
Mais uma vez tentando mostrar otimismo, ontem Mantega, ministro da Fazenda, ''garantiu'' que o PIB brasileiro crescerá pelo menos 2,5% em 2012, ressaltando que as taxas de juros em queda e o dólar mais caro em relação ao real aumentam a competitividade da indústria brasileira, e que a massa salarial crescente aumenta a confiança da população.
Para estimular o crescimento da economia brasileira o governo Dilma divulgou ontem um novo pacote de medidas como (1) R$ 6,6bi a mais de compras da União em máquinas e equipamentos, (2) a redução, de 6,0% para 5,5%, da taxa de juros de longo prazo e (3) a prorrogação da redução do IPI para os produtos da linha branca.
Dando novos sinais positivos da economia brasileira, em MAI/12 (1) a taxa de desemprego no país apresentou leve recuo ao atingir 10,6%, ante os 10,8% verificados em ABR/12, (2) o consumo doméstico de máquinas e equipamentos cresceu 16,1% frente ao mesmo mês de 2011 e (3) as vendas dos supermercados brasileiros cresceram 9,88% na comparação com MAI/11.
''Apostando'' no Brasil, a Vale, após 8 anos esperando uma licença ambiental, anunciou que investirá R$ 40bi para explorar um segunda mina de minério de ferro de Carajás, que deve começar a produzir em 2016 e que irá gerar cerca de 30.000 empregos.
Cuidando das contas publicas com competência e parcimônia, o governo central já registra um superávit primário de R$ 46,8bi nos 5 primeiros meses deste ano, valor que é R$ 1,4bi acima do registrado no mesmo período de 2011.
Confirmando que continuam atrativos os investimentos no Brasil, elevando o saldo positivo do ano para US$ 23,8bi, patamar -40,3% menor no mesmo período de 2011, na terceira semana de JUN/12 o fluxo de dólares para o Brasil ficou positivo em US$ 706mi.
Segundo um estudo divulgado ontem, a Petrobrás, principalmente por ser controlada pelo governo, é a petroleira mais desvalorizada do mundo na Bolsa, já que é negociada a 70% do seu valor patrimonial, e também por este critério é a quarta empresa mais "descontada" entre as 100 maiores do mundo.
- A OGX caiu -25,3%, após cortar para menos da metade sua projeção de produção para 2019 e divulgar que a vazão de óleo nos seus primeiros poços perfurados na bacia de Campos é de apenas 1/3 do que se esperava.
- Marcopolo subiu 6,28% e Randon teve alta de 3,1%, já que são diretamente beneficiadas pelo pacote de R$ 8,4bi em compras governamentais divulgado pelo governo Dilma.
Alfredo Sequeira Filho