R.B.
"Não existe solução milagrosa"
São Paulo, 12 de junho de 2012 (TERÇA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando uma recuperação após a queda de ontem, acompanhando a leve melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e influenciada pelas ''apostas'' de que, com a inflação controlada e a economia perdendo ''força'', a taxa básica de juros da economia brasileira seguirá em queda.
- O DÓLAR pode cair, influenciado pelos prováveis leilões de venda do BC, acompanhando a provável melhora do ''humor'' na Bovespa e também em um ''ajuste técnico'' após a forte alta do pregão anterior.
ONTEM
- BOVESPA 0,8%, abriu em alta, para na máxima avançar 1,8%, ''animada'' com o anuncio do pacote de resgate da União Européia aos bancos da Espanha, porem foi ''sangrando'' ao longo do dia e passou a cair na parte da tarde, com baixo volume de negócios (R$ 5,4bi) e pressionada pelo recuo das commodities no mercado internacional.
- DÓLAR 1,6% à R$ 2,08, abriu em queda, para na mínima recuar 0,3%, porem logo passou a cair, mesmo com um leilão de venda do BC, acompanhando a nova piora de humor no cenário externo, já que o plano de ajuda aos bancos espanhóis não convenceu os mercados.
- Na ÁSIA, recuperando as perdas acumuladas na sexta-feira, JAPÃO 2,0%, CORÉIA 1,2% e CHINA 1,1%, com destaques de alta para as ações dos bancos, ''aliviados'' com o pacote de resgate da União Européia aos bancos da Espanha.
- Na EUROPA, devolvendo todos os ganhos acumulados na abertura, INGLATERRA 0,1%, FRANÇA 0,3% e ALEMANHA 0,1%, diante da análise de que o plano de resgate aos bancos da Espanha não resolve definitivamente os problemas da região, que volta agora suas atenções para a endividada Itália e para as eleições da Grécia.
- Nos EUA, revertendo uma abertura positiva, S&P 1,3%, DJ 1,1% e NASDAQ 1,7%, já que o pacote de ajuda da Europa a bancos espanhóis teve pouco efeito para aliviar as preocupações de investidores com as finanças da região e com a desaceleração da economia mundial.
Diante da instabilidade da economia mundial, o ''mercado'' reduziu, (1) pela quinta semana consecutiva, suas ''apostas'' para o PIB deste ano, desta vez de 2,72% para 2,53% e (2) pela terceira semana consecutiva, a sua projeção para o IPCA de 2012, desta vez de 5,15% para 5,03%.
Também com um ''otimismo moderado'', a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas prevê um crescimento de 4,5% nas vendas do varejo para este Dia dos Namorados, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Com o consumidor brasileiro se endividando cada dia mais, incentivado pela queda da taxa de juros e pelas medias do governo Dilma de estimulo ao consumo em ao crédito, em MAI/12 o índice de cheques devolvidos atingiu 2,15%, o que representa o maior patamar desde JUL/09, quando o referido índice bateu 2,17%.
Se tornando uma boa opção em tempos de baixo patamar da taxa básica de juros e de instabilidade nas bolsas, as ações do índice de dividendos da BM&FBovespa acumulam na média uma alta de 9% no ano, contra uma queda de -4,1% do Ibovespa no mesmo período.
Dando mais um importante sinal de controle da inflação, a primeira prévia do IGP-M de JUN/11 ficou em 0,68%, o que representa uma desaceleração na comparação com a alta de 0,89% registrada no mesmo período de MAI/12.
Confirmando, pela enésima vez, a real vocação do Brasil, em MAI/12, mesmo com a intensificação do ''problemas'' nas principais economias do mundo, o agronegócio brasileiro conseguiu seu melhor resultado em exportações da história, com vendas de US$ 10,26bi, o que representa um crescimento de 21,2% na comparação com MAI/11.
''Lutando'', com legitimidade, pelos seus direitos, o Brasil vai questionar na OMC o que suspeita ser massivos subsídios ilegais do governo chinês para seus diversos setores industriais e agrícolas, prática que estaria distorcendo o comércio mundial e dando vantagens desleais para as exportações de Pequim.
- A Petrobras recuou -2,6%, mesmo após anunciar que em 7/JUN/12 bateu seu recorde histórico de refino diário.
- A Vale caiu -1,2%, mesmo após a divulgação de dados acima do esperado de exportação da China.
- A Gafisa subiu 8,5%, ainda refletindo o anúncio da semana passada de emissão de ações para compra dos 20% de participação que ainda não detém na Alphaville Urbanismo.
Alfredo Sequeira Filho