R.B. 18/MAI/12 ''Coragem''


R.B.

"Coragem"

 

São Paulo, 18 de maio de 2012 (SEXTA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA pode voltar a cair, para fechar em território negativo pelo 9º pregão consecutivo e assim ampliar as perdas acumuladas no mês (-12,6%), já que apesar do patamar estar muito atrativo para compras, poucos devem ter ''coragem'' de virar o final de semana comprados.

-    O DÓLAR deve cair, após fechar o pregão anterior no maior patamar desde JUL/09, influenciado pelo inicio da pressão de alguns setores da economia para que o governo reverta as medidas adotadas no começo do ano para conter a então valorização do real.

 

ONTEM

-    BOVESPA -3,3%, abriu em alta, para na máxima avançar 0,7%, porem, com bom volume de negócios (R$ 8,3bi), novamente inverteu a trajetória e passou a cair ainda na parte da manhã, para fechar o dia no menor patamar desde 20/OUT/11 (aos 54.038pts), ainda prejudicada pela crise política na Grécia e por um possível contágio em países como Espanha e a Itália.

-    DÓLAR 0,2% à R$ 2,01, abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,99, porem passou a subir na parte da tarde, mais uma vez acompanhando a piora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais.

-    Na ÁSIA, tentando uma recuperação após vários dias de perdas, que levaram os índices para os menores patamares em mais de 5 meses, JAPÃO 0,9%, CORÉIA 1,3% e CHINA 1,4%, porem com os investidores vendo poucos motivos para correr riscos em meio à crescente turbulência na Grécia e temores de que outras economias em crise da zona do euro sejam contaminadas.

-    Na EUROPA, revertendo uma abertura positiva, para fecharem em queda pela quarta sessão consecutiva, INGLATERRA -1,2%, FRANÇA -1,2% e ALEMANHA -1,2%, novamente com destaques de queda para as ações de bancos, desta vez prejudicados (1) pelo novo rebaixamento da ''nota'' de Grécia, (2) pelas declarações e provocações do líder da oposição grega e (3) pelo aumento dos ''temores'' com a crise bancária na Espanha.

-    Nos EUA, nos menores patamares dos últimos 4 meses, S&P -1,5%, DJ -1,2% e NASDAQ -2,1%, acompanhando a piora do ''humor'' na Europa e também prejudicadas por mais uma rodada de dados fracos sobre a economia local, como o índice que mede a atividade econômica futura que em ABR/12 caiu pela primeira vez em 7 meses.


Economia:
 
Preocupada com a deterioração do cenário internacional e atenta a alta do dólar, a presidenta Dilma tem dito a interlocutores que seu governo não irá perder o controle da inflação e que, se ela der sinais de alta no médio prazo, sua equipe vai agir prontamente para combate-la.
 
Com ''apostas'' de que pode dobrar de valor nos primeiros dias de negociação e por outro lado também com ''temores'' de que pode criar uma nova bolha no setor de tecnologia, ontem  o Facebook finalizou seu processo de abertura de capital, que foi o 10º maior dos últimos 25 anos, levantando US$ 16bi com seu novos sócios.
 
Ressaltando que Petrobrás e Vale, que são as 2 maiores empresas do País, estão priorizando o alinhamento com o governo em detrimento dos demais acionistas, a revista britânica The Economist ''alertou'' na sua reportagem de cada desta semana que os investidores estrangeiros podem trocar o Brasil por outros países latino-americanos se a economia crescer a um ritmo inferior a 4% ao ano.
 
''Temendo'' uma pressão inflacionaria, ontem a FecomercioSP divulgou uma nota à imprensa em que pede a revogação das medidas adotadas pelo governo para conter a valorização do real.
 
Dando 3 sinais positivos da economia brasileira, (1) em MAR/12 as vendas do comércio varejista subiram 12,5% na comparação com MAR/11, (2) nos 4 primeiros meses deste ano a comercialização de hortifrútis na Ceagesp aumentou 9% na comparação com o mesmo período de 2011 e (3) em ABR/12 foram criadas 216.974 vagas com carteira assinada no Brasil.
 
Certamente ajudando no controle da inflação, segundo Edvaldo Santana, diretor da Aneel, uma possível redução em encargos que incidem sobre o preço da energia, o que aliás está em processo final de decisão no governo Dilma, pode causar imediatamente uma redução na conta de luz.
 
Apesar de prejudicar os planos de quem pretende fazer turismo no exterior, a alta de 7,36% do dólar frente ao real em 2012 deve beneficiar empresas brasileiras dos setores de mineração, aeroespacial, papel e celulose e alimentos, mas prejudicar as aéreas e companhias com maiores dívidas na moeda norte-americana.

Política:
 
Através das lentes de uma câmera indiscreta de um cinegrafista do SBT, ontem o deputado federal Cândido Vaccarezza, do PT de SP, foi flagrado enviando uma mensagem de celular, durante sessão da CPI do Cachoeira, garantindo blindagem do PT ao governador peemedebista do RJ, Sérgio Cabral, que corria risco de ser convocado a depor na referida comissão.
 
Conforme já era de se esperar, ontem o DEM formalizou o apoio a Serra, o candidato tucano à Prefeitura de SP, ressaltando que o maior "avalista" dessa união foi Alckmin, o governador tucano de SP.
 
''De olho'' no apoio do partido de Netinho, que inclusive pode ocupar a posição de vice em sua chapa para disputar a prefeitura de SP, ontem o petista Fernando Haddad se reuniu por 3 horas com o comando do PC do B em sua residência.
 
Tentando intimidar a imprensa investigativa, ontem o ''nobre'' senador Fernando Collor, que aliás foi o único presidente da história da República a ser cassado por corrupção, apresentou um requerimento pedindo à Polícia Federal todos os diálogos entre Carlinhos Cachoeira e Policarpo Júnior, chefe da sucursal de VEJA em Brasília e um dos redatores-chefes da revista.

Crítica:
 
Com o objetivo de reduzir o fluxo de veículos na cidade para minimizar os transtornos para a população e garantir a segurança e o sucesso do evento, o RJ terá feriado escolar nos 3 dias da reunião de cúpula da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
 
Sem se preocupar com o trânsito das grandes cidades, para ajudar a desovar os estoques das montadoras, o governo Dilma estuda liberar parte do dinheiro que os bancos são obrigados a manter depositados no BC para aumentar o financiamento de automóveis.
 
Confirmando que o discurso de não ter austeridade era ''conversa fiada de campanha'', Hollande, o novo presidente francês, decidiu reduzir o seu salário e o salários de seus ministros em -30%.
PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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