R.B.
"De forma insofismável"
São Paulo, 1 de março de 2012 (QUINTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve cair, realizando lucros após fechar o primeiro bimestre do ano com uma alta de 16%, o que representou o melhor resultado no período desde 1999 (25,4%), acompanhando o mesmo movimento das demais bolsas mundiais.
- O DÓLAR pode subir, ainda pressionado pelos leilões de compra do BC e também influenciado pelos novos ''rumores'' de mais uma elevação do IOF para tentar reduzir o fluxo positivo de recursos externos.
ONTEM
- BOVESPA 0,2% (aos 65.812pts), abriu em leve alta e, em um pregão marcado pela forte volatilidade (mínima de 65.532pts e máxima de 66.661pst), fechou em leve queda e com bom volume de negócios (R$ 7,8bi), diante de um movimento de ajustes de carteira no final do mês, acumulando uma valorização de 4,3% em FEV/12 e de 16% nos dois primeiros meses do ano.
- DÓLAR 1,2% à R$ 1,72 (-1,6% em FEV/12 e 7,9% em 2012), abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,68, porem passou a subir ainda na parte da manha, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e principalmente pressionado pelos leilões de compra e pelas ''ameaças'' de intervenções mais ''pesadas'' do BC.
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 0,1%, com os números de JAN/12 da produção industrial japonesa, melhores do que o esperado, ofuscados mais tarde pela realização de lucros e as pesadas vendas na Elpida Memory, que entrou com pedido de recuperação judicial, CHINA 1,0%, realizando lucros após 7 pregões consecutivos de ganhos, com destaques de queda para as ações das imobiliárias, após a Prefeitura de Xangai reverter a decisão que permitia a alguns munícipes comprar o segundo imóvel na cidade e CORÉIA 1,3%, com os fundos estrangeiros, que concentraram suas compras em ações de tecnologia, apontados como os principais responsáveis para a alta.
- Na EUROPA, revertendo uma abertura positiva, INGLATERRA 0,9%, FRANÇA 0,1% e ALEMANHA 0,5%, já que a operação de liquidez do BC, esperada pelos mercados nas últimas semanas, recebeu reação apática.
- Nos EUA, também revertendo uma abertura positiva, para fecharem em queda após 4 pregões consecutivos de alta, S&P 0,5% (4,1% em FEV/12), DJ 0,4% (aos 12.952pts e 2,5% em FEV/12) e NASDAQ 0,7% (5,4% em FEV/12), após Bernanke, presidente do Fed (''BC'' dos EUA), fazer um discurso que desapontou os investidores ao demonstrar uma visão ''morna'' da economia do país, desestimulando a idéia de que os recentes sinais positivos indicavam uma forte recuperação.
Economia:
Corroborando com a opinião de Mantega, ontem economistas do FMI divulgaram um estudo no qual afirmam que, em alguns casos, é benéfico que países emergentes interfiram nos mercados de câmbio, defendendo que os BCs destes países suavizem fortes oscilações nas suas moedas, em especial quando elas são causadas por choques econômicos externos que alimentam uma forte entrada de capital nas suas economias, exatamente como vem ocorrendo no Brasil.
Com o objetivo de ''animar'', ao menos no curto prazo, o ''humor'' da região, ontem o BC Europeu emprestou cerca de R$ 1,2bi para 800 bancos da zona do euro em condições muito favoráveis, valor que superou levemente as previsões e que é o maior volume que o BC Europeu emprestou até agora em uma única operação.
Provando ''de forma insofismável'' como foram importantes os programas de distribuição de renda, que ajudaram na ascensão social dos brasileiros, segundo uma pesquisa da Fecomercio SP a classe média será a principal responsável por sustentar um crescimento acumulado de 40% projetado pela entidade para a economia brasileira de 2012 até 2020.
Impulsionado principalmente pelo saldo positivo registrado pela União (R$ 20,2bi), que por sua vez foi reflexo principalmente do aumento na arrecadação de impostos, em JAN/12 o setor público brasileiro teve resultado positivo recorde de R$ 26,01bi, possibilitando o primeiro superávit nominal desde setembro de 2010.
- A Marfrig subiu 4,5%, ainda reagindo aos detalhes divulgados sobre a nova estrutura organizacional da empresa e ''apostando'' na entrada de um novo sócio-investidor.
- A Gafisa caiu 7,0%, após informar que recusou uma proposta da GP Investimentos e da Equity International para aquisição de certos ativos da companhia.
Alfredo Sequeira Filho