R.B.
"Aconselhando e ameaçando"
São Paulo, 15 de março de 2012 (QUINTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA pode subir, mostrando que ainda existem ''boas chances'' de fechar o primeiro trimestre do ano próxima dos 70.000pts, impulsionada pelas perspectivas de redução dos problemas nos países do ''primeiro mundo'' e de bom desempenho da economia brasileira.
- O DÓLAR deve cair, já que, mesmo com as medidas e os leilões de compra do BC, enquanto a taxa real de juros do Brasil seguir como a maior do planeta (atualmente em 4,2%), seguirá ''crescente e constante'' o fluxo positivo de recursos externos.
ONTEM
- BOVESPA 0,2%, abriu em alta, para na máxima avançar 0,8%, porem, novamente com bom volume de negócios (R$ 7,2bi), perdeu ''forças'' e passou a cair na parte da tarde e fechou em leve queda, em um movimento de realização de lucros após avançar 3,0% no pregão anterior.
- DÓLAR 0,4% à R$ 1,81, já abriu em leve alta e manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e influenciado pela incerteza sobre as próximas medidas do governo.
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 1,5% (no maior patamar em 7 meses) e CORÉIA 1,0% (também no maior patamar em 7 meses), seguindo o ''humor positivo'' das demais bolsas mundiais no dia anterior, porem CHINA 2,6%, a maior queda desde 30/NOV/12, após o primeiro-ministro do país afirmar que o governo não pode relaxar sua política de aperto no setor imobiliário, à medida que os preços dos imóveis permanecem longe do razoável.
- Na EUROPA, nos maiores patamares desde AGO/11, INGLATERRA 0,1%, FRANÇA 0,4% e ALEMANHA 1,2%, novamente com destaques de alta para as ações de bancos, como Natixis (5,0%) e Credit Suisse (4,9%), ''animados'' pela substancial queda nos custos de empréstimos da Itália em um leilão.
- Nos EUA, mantendo a estabilidade ao longo de todo pregão, S&P 0,1%, DJ 0,1% e NASDAQ 0,1%, o que mostra que o mercado está digerindo vários indicadores econômicos e tomando fôlego depois de ter atingido picos no pregão anterior.
Hoje será divulgada a ata da ultima reunião do Copom, quando a autoridade monetária brasileira teve a ''ousadia'' de contrariar o ''mercado'' e reduzir a Selic em 0,75%, e não em 0,5%, o que mexer tanto com a curva de juros quanto com o Ibovespa.
Ontem, após se reunir com Dilma e com Mantega, Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, ''prometeu'' que o BB vai ajudar na "agenda permanente" de redução do "spread" bancário no Brasil, que aliás em JAN/12, mesmo com as reduções da Selic, avançou para 27,8% contra 26,9% em DEZ/11.
Confirmando a enorme atratividade da economia brasileira, segundo um estudo realizado pela consultoria KPMG, a cidade de São Paulo é a quarta no mundo que mais recebeu investimentos estrangeiros em 2011, com um crescimento de quase 55% na comparação com 2010 e ficando somente atrás de Londres, Xangai e Hong Kong.
Ajudando a segurar a cotação do dólar e mesmo com a recente elevação do IOF, segundo o BC nos 9 primeiros dias de MAR/12 o fluxo de dólares para o Brasil ficou positivo em US$ 5,1bi, elevando o saldo positivo acumulado no ano para US$ 18,1bi.
Supostamente por acreditarem que as importações do Brasil não oferecem mais uma ameaça aos seu ineficientes produtores locais, ontem a Comissão de Comércio Internacional dos EUA revogou as medidas protecionistas contra o suco de laranja brasileiro que estavam em vigor desde 2006.
Alfredo Sequeira Filho