R.B. 19/JAN/12 ''A missão é quase impossível''


R.B.

"A missão é quase impossível"

 

São Paulo, 19 de janeiro de 2012 (QUINTA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA deve subir, acompanhando o movimento dos demais mercados mundiais e também comemorando a já esperada redução de -0,5% na Selic, que por sua vez estimula os investimentos no setor produtivo da economia.

-    O DÓLAR pode seguir em queda, ainda acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e também sem se influenciar pela redução da Selic, já que o Brasil continua na liderança mundial do ranking das maiores taxas reais de juros, com atraentes 4,9% ao ano.

 

ONTEM

-    BOVESPA 1,8%, abriu em leve alta e, seguindo a melhora do ''humor'' nas bolsas dos EUA e a valorização das commodities, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, com bom volume de negócios (R$ 7,2bi), para fechar a sessão na máxima do dia (aos 61.722pts) e no maior patamar desde 7/JUL/11.

-    DÓLAR -0,7% à R$ 1,76, já abriu em queda e, com respaldo em um cenário externo favorável aos ativos de risco, fechou em território negativo pelo terceiro pregão seguido, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana.

-    Na ÁSIA, sem uma tendência única e ainda com baixos volumes de negócios, JAPÃO 1,0%, CORÉIA -0,1% e CHINA -1,4%, com os mercados voltando a atenção para a Europa, onde Portugal testará a confiança do investidor em um leilão de títulos e a Grécia retomará as negociações para reestruturar sua dívida.

-    Na EUROPA, próximas da estabilidade, após um pregão marcado pelo baixo volume de negócios, INGLATERRA 0,1%, FRANÇA -0,2% e ALEMANHA 0,3%, com os investidores relutantes em fazer grandes apostas depois que foram retomadas as conversas necessárias para evitar um calote desordenado da dívida grega.

-    Nos EUA, ganhando forças ao longo do pregão, para fecharem nos maiores patamares desde JUL/11, S&P 1,1%, DJ 0,8% e NASDAQ 1,5%, sustentadas pela informação de que o FMI buscará amparar países atingidos pela crise da dívida da Europa e pelo lucro acima do esperado divulgado pelo Goldman Sachs, que dissipou as preocupações com os resultados de bancos.


Economia:
 
Ontem, conforme esperado por mais de 80% do ''mercado'', Copom decidiu de forma unânime reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira pela quarta vez consecutiva, desta vez de 11% para 10,5%, com o objetivo de evitar uma desaceleração mais forte da economia brasileira por conta da crise financeira internacional e ressaltando que este ajuste moderado é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012.
 
Com o corte de -0,5% da Selic, que recuou para 10,5%, o Brasil tem agora uma taxa real de juros 4,9% ao ano, se mantendo, assim como nos 25 últimos meses, na liderança do ranking dos países com maiores juros reais do planeta e superando de longe o segundo colocado, que é a Hungria com taxa real de 2,8% ao ano.
 
Na próxima semana começa o  Fórum de Davos, um dos grandes encontros econômicos mundiais, e desta vez ''a missão é quase impossível'', já que os donos do dinheiro e do poder no mundo devem buscar juntos um novo ajuste ao capitalismo como motor da economia mundial e encontrar fórmulas criativas contra a crise.
 
Atendendo aos anseios do ''mercado'', ontem o FMI ''avisou'' que vai levantar mais US$ 500bi em recursos para apoiar a economia global contra a crise da dívida na Zona do Euro, ressaltando que esta expansão do crédito foi realizada com base na necessidade de financiamento potencial de US$ 1tri nos próximos anos.
 
Confirmando mais uma vez que o governo Dilma tem controlado muito bem as contas publicas brasileiras, a Previdência Social fechou 2011 com um déficit de R$ -36,5bi, resultado que é 22,3% menor do que o registrado 2010 e que é o melhor desde 2002, quando aliás começou o governo Lula.
 
Indicando que ainda é enorme a demanda reprimida por consumo no Brasil, segundo um estudo recente o nível de poupança dos brasileiros é o sexto menor entre o grupo dos 7 maiores países emergentes, atingindo apenas 10% da renda, contra 31% dos chineses.
 
Apesar da ''choradeira'' do setor, que mesmo com ajudas constantes do governo federal projeta um ano ruim, nos 15 primeiros dias de 2012 as vendas de automóveis e comerciais leves registraram aumento de 4,68% na comparação com o mesmo período de 2011.

Política:
 
Na primeira ''dança das cadeiras'' do ano em seu ministério, Dilma tirou Fernando Haddad, que vai disputar a prefeitura de SP, do Ministério da Educação e em seu lugar colocou o também petista Aloizio Mercadante, que por sua vez será substituído no seu antigo ministério, que era o de Ciência e Tecnologia, por Marco Antônio Raupp, que era Presidente da Agência Espacial Brasileira e tem perfil técnico.
 
Fechando cada vez mais o cerco dos ''bandidos de toga'', o Coaf identificou, entre 2000 e 2010, 205 movimentações consideradas suspeitas de irregularidades entre servidores do Judiciário, familiares e magistrados.
 
Mesmo depois de meses de pressão para que entrasse na disputa pela Prefeitura de São Paulo, Serra, ex-governador, ex-ministro, ex-senador, ex-deputado e ex-prefeito, reuniu o seu grupo de aliados mais próximos e informou em tom solene que não será candidato na eleição municipal deste ano.
 
Finalmente fazendo seu papel de oposição, ontem o senador tucano Aécio Neves afirmou que o PSDB irá contribuir com o DEM para pressionar o Congresso Nacional a derrubar os vetos da presidente Dilma ao projeto que regulamentou os gastos com saúde.

Crítica:
 
Mostrando porque não deve ser muito comemorado o fato de a economia brasileira ter se tornado a sexta maior do mundo, segundo um estudo publicado ontem pelo Banco Mundial o Brasil é o segundo país com maior desigualdade entre os membros do G20, superando apenas a África do Sul.

PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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