R.B.
"Coisas supérfluas"
São Paulo, 23 de novembro de 2011 (QUARTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve seguir em baixa, ainda ''refém'' dos problemas econômicos na Europa e nos EUA, o que obviamente reduz a atratividade do mercado de renda variável, porem deve-se ressaltar que o patamar é atraente para compras por parte de investidores de longo prazo, já que a tendência da taxa básica de juros da economia brasileira permanece sendo de queda.
- O DÓLAR pode subir, também seguindo o provável ''humor negativo'' das demais bolsas mundiais, porem a tendência permanece sendo de queda, diante da manutenção do fluxo positivo de recursos externos.
ONTEM
- BOVESPA -0,7%, abriu em alta, para na máxima avançar 0,4%, porem passou a cair ainda na parte da manhã, novamente seguindo o comportamento negativo das bolsas dos EUA e da Europa e desta vez com destaques de queda para as ações de empresas dos setores de siderurgia e mineração, como Usiminas (-3,0%) e MMX (-2,0%).
- DÓLAR -0,4% à R$ 1,80, já abriu em queda e, alheio ao cenário externo, fechou em território negativo pela primeira vez após 3 altas consecutivas, beneficiada pela criação de uma nova linha de crédito pelo FMI.
- Na ÁSIA, seguindo as perdas das bolsas de NY e da Europa no dia anterior, JAPÃO -0,4%, CORÉIA -0,2% e CHINA -0,1%, com destaques de queda para as exportadoras, já que a confiança do investidor está abalada por temores sobre a capacidade de políticos de ambos os lados do Atlântico em combater seus enormes montantes de dívida pública.
- Na EUROPA, em queda pelo quarto pregão consecutivo, INGLATERRA -0,3%, FRANÇA -0,8% e ALEMANHA -1,2%, pressionadas pelos rendimentos recordes em um leilão de bônus espanhóis, que por sua vez mostraram que investidores não estão convencidos de que a região esteja no caminho para resolver sua crise.
- Nos EUA, revertendo uma abertura positiva, para fecharem em queda pelo quinto pregão consecutivo, S&P -0,4%, DJ -0,5% e NASDAQ -0,1%, após o anuncio de que o PIB do país no terceiro trimestre subiu ''apenas'' 2%, ante avanço de 2,5% na leitura anterior,
Reduzindo as pressões inflacionárias e confirmando a necessidade de novos cortes na Selic, Nelson Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, ''avisou'' que o crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre deste ano pode ficar em torno de zero, porem ressaltou que o quarto trimestre deve mostrar recuperação e que o governo está agindo para acelerar a expansão econômica em 2012, que segundo ele deve ficar entre 4% e 5%.
Mesmo com a crise financeira mundial, em OUT/11 o fluxo de investimento estrangeiro direto no Brasil, que é destinado ao setor produtivo da economia, somou US$ 5,5bi, acumulando com isto um saldo positivo de US$ 56bi nos 10 primeiros meses do ano, patamar já bem acima dos US$ 48,4bi de todo o ano passado.
Como fruto do aumento da renda, da queda da taxa básica de juros e da manutenção dos baixos índices de desemprego, em NOV/11 o percentual de famílias endividadas no Brasil recuou e atingiu o menor nível no ano (59% dos entrevistados).
Podendo ajudar a reduzir os efeitos negativos do monopólio da BM&Fbovespa no mercado de capitais brasileiro, na segunda-feira passada a norte-americana Direct Edge anunciou que tem a intenção de abrir uma nova Bolsa de Valores no Brasil no final de 2012, com sede no RJ, o que certamente deve beneficiar quem investe em ações e também as corretoras.
Dando novos sinais positivos da economia brasileira, (1) hoje, por volta das 15hrs, o Brasil atingirá a marca de R$ 1,3tri de tributos federais, estaduais e municipais pagos só este ano, o que representa um patamar cerca de 20% maior que o atingido no mesmo período de 2010 e (2) em OUT/11 as vendas domésticas de materiais de construção cresceram 3,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado e o número de empregos na indústria de materiais aumentou 6,2% na mesma base de comparação.
Ajudando a desenvolver melhor a precária infraestrutura hoteleira no Brasil, ontem o BNDES anunciou que vai empresar BNDES R$ 10 milhões para a Vitrine Empreendimentos construir uma unidade do Hotel Ibis em Natal.
- O Santander caiu -6,1%, influenciado pela notícia de que seu controlador na Espanha irá vender uma participação na filial do Chile.
Política:
Alfredo Sequeira Filho