R.B. 27/SET/11 ''A vingança tarda mas não falha''


R.B.

"A vingança tarda mas não falha"

 

São Paulo, 27 de setembro de 2011 (TERÇA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA deve seguir em alta, beneficiada (1) pela melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais, (2) pela valorização das commodities e (3) pelo aumento das ''apostas'' de corte de -1% na Selic na próxima reunião do Copom.

-    O DÓLAR pode voltar a cair, inclusive com ''boas chances'' de fechar a semana abaixo dos R$ 1,80, influenciado pela provável melhora do ''humor'' na Bovespa e pela manutenção do ''crescente e constante'' fluxo positivo de recursos externos.

 

ONTEM

-    BOVESPA 1,0%, abriu em alta, porem, em mais um pregão marcado pela forte volatilidade, logo passou a cair, para na mínima recuar -1,5%, e novamente voltou a subir na parte da tarde, para fechar em território positivo pela primeira vez após 5 sessões consecutivas de perdas, seguindo a melhora do ''humor'' nas bolsas dos EUA e da Europa, diante das ''apostas'' de que as autoridades mundiais evitarão um ''calote descontrolado'' da Grécia.

-    DÓLAR -0,4% à R$ 1,82, já abriu em queda e, mesmo com a ausência do BC na ponta vendedora, manteve a trajetória descendente ao longo de ''quase'' todo pregão, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e a melhora do ''humor'' na Bovespa.

-    Na ÁSIA, seguindo as perdas das demais bolsas mundiais na ultima sexta-feira, JAPÃO -2,2%, no menor nível dos últimos 29 meses, com destaques de queda para as exportadoras, golpeadas pelo temor de uma desaceleração econômica global e pelo enfraquecimento do euro, CHINA -1,6%, no pior patamar em 14 meses, diante de preocupações sobre a liquidez do mercado, em meio às notícias de que o grupo hidrelétrico Synohydro irá reduzir o tamanho de sua IPO e CORÉIA -2,6%, no menor patamar em mais de 15 meses, pressionada por vendas de investidores estrangeiros e varejistas.

-    Na EUROPA, revertendo uma abertura negativa, INGLATERRA 0,4%, FRANÇA 1,7% e ALEMANHA 2,9%, com destaques de alta para as ações de bancos, como Deutsche Bank (8,7%),  BNP Paribas (4,0%), Crédit Agricole (3,7%) e UBS (5,1%), estimulados pela esperança de se expandir a capacidade de crédito da linha de financiamento da zona do euro e por um possível corte na taxa de juros pelo BC Europeu.

-    Nos EUA, também revertendo uma abertura negativa, S&P 2,3%, DJ 2,5% e NASDAQ 1,3%, influenciadas por expectativas de que as autoridades européias façam novos esforços por solucionar a crise da dívida e com investidores aproveitando as baixas da semana passada para ir à ''caça por barganhas''.


Economia:
 
Pela primeira vez no ano acima do teto da meta do BC (6,5%), o ''mercado'' elevou, desta vez de 6,46% para 6,52%, suas ''apostas'' para o IPCA de 2011 e manteve em 11% sua estimativa para a taxa Selic (hoje em 12%) também no final deste ano.
 
Obviamente sem esquecer e reclamar do dólar e da carga tributária, Paulo Skaf, presidente da Fiesp, afirmou que aumentar a competitividade do país, principalmente nos setores da economia que precisam de mais inovação, como tecnologia, formação profissional, infraestrutura e energia, será o principal desafio do seu novo mandato a frente da instituição.
 
Provavelmente impulsionando a alta da bolsa e ajudando na alta do dólar, diante de um quadro externo cada vez mais complexo, as ''apostas'' do mercado de juros é de que o Copom pode acelerar o ritmo de corte da taxa básica de juros, inclusive reduzindo a Selic em -1,0% na próxima reunião do Copom.
 
Dando novos sinais positivos da economia interna, (1) em AGO/11 a base de assinantes de TV paga no Brasil cresceu 2,96% na comparação com JUL/11, (2) em SET/11 o  índice de Intenção de Consumo das Famílias atingiu um patamar de 140,1pts, ante 139pts em AGO/11 e 136pts em SET/1) e (3) em AGO/11 o número de ações por problemas no pagamento de aluguel ajuizadas no Fórum da cidade de SP registrou queda de -11,2% ante o mesmo mês de 2010.
 
Mostrando que não dá para agradar à ''gregos e troianos'', a alta do dólar, apesar de ajudar os exportadores, desafia o planejamento de turistas, cuja recomendação é ir comprando a moeda norte-americana aos poucos, e de empresas, que devem sempre fazer proteção cambial para não passarem pelo que passou Sadia e Aracruz, que quase quebraram em 2008.
 
-    A Vale caiu -1,2% e, após o fechamento do pregão, anunciou que seus acionistas devem receber US$ 3 bilhões a título de remuneração do capital.

Política:
 
Agora o governo federal quer mais recursos para a saúde, inclusive aventando a possibilidade de criar um novo imposto, porem é bom ressaltar que a pasta perdeu espaço no Orçamento da União ao longo dos últimos 10 anos, já que o governo federal preferiu priorizar, na área social, a expansão dos programas de transferência direta de renda para as famílias.
 
Logo após conseguir colocar sua mãe como ministra do Tribunal de Contas da União, que é órgão que fiscaliza o uso de verba pública, Eduardo Campos, o governador de Pernambuco, foi acusado de pagar cerca de R$ 300 mil em verbas públicas a uma locadora de automóveis, supostamente de fachada, de uma filiada ao seu partido, o PSB.
 
Diante da obstrução da oposição, o governo Dilma fracassou ontem e não conseguiu, pelo segundo dia consecutivo, abrir a sessão plenária da Câmara e contar prazo para tramitação da emenda constitucional que prorroga a Desvinculação de Receitas da União até 31/DEZ/15.
 
Mesmo sabendo que ''é arriscado colocar a mão neste vespeiro'',  o governo Dilma parece que está decidido a impedir o reajuste dos vencimentos do Judiciário, já que avalia que esta é uma providência simpática para a opinião pública, pois emite sinal de austeridade.

Crítica:
 
Na pior hora possível, já que atualmente os principais bancos do mundo ou estão quebrando ou estão demitindo aos milhares, ontem os bancários brasileiros decidiram entrar em greve nacional por tempo indeterminado com o objetivo é pressionar a Federação Nacional dos Bancos a retomar as negociações e apresentar uma nova proposta salarial superior aos 8% já propostos pela referida entidade.
 
Como ''a vingança tarda mas não falha'',  a agencia de classificação de risco Standard & Poor's, que em AGO/11 ''ousou'' em rebaixar a ''nota'' dos EUA, está sendo investigada pela Comissão de Valores do referido país.

PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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