R.B. 22/SET/11 "Nova província petrolífera"


R.B.

"Nova província petrolífera"

 

São Paulo, 22 de setembro de 2011 (QUINTA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA deve seguir em queda, acompanhando a nova piora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais, desta vez causada pelo rebaixamento da ''nota'' de 10 bancos dos EUA e da Itália pelas agencias Moody's e Standard & Poor's.

-    O DÓLAR pode voltar a subir, ampliando a valorização de 16,6% já acumulada no mês, acompanhando a piora do cenário externo e também influenciado pelas expectativas de queda dos juros no Brasil.

 

ONTEM

-    BOVESPA 0,7%, abriu em alta, para na máxima avançar 2,2%, porem, com bom volume de negócios (R$ 6,8bi), mais uma vez passou a cair na parte da tarde, novamente inverteu a trajetória e passou a cair no final do pregão, em sintonia com as piora do ''humor'' nas Bolsas de NY.

-    DÓLAR 4,2% à R$ 1,86, já abriu em alta e, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana, manteve-se em território positivo ao longo de todo pregão, para fechar o dia no maior patamar dos últimos 15 meses, também influenciado pela declaração de Mantega, ministro da fazenda, de que a desvalorização do real não deve causar mais inflação e de que o BC descarta medidas para conter esta desvalorização.

-    Na ÁSIA, seguindo o bom desempenho das bolsas da Europa no dia anterior, JAPÃO 0,2%, sustentada pela caça às pechinchas em ações de exportadoras, como Olympus (4,3%) e Nikon (1,6%), CHINA 2,9%, com destaques de alta para as ações do setor bancário, como Bank of China (1,0%) e Shanghai Pudong Development Bank (2,6%) e CORÉIA 0,9%, impulsionada pela forte demanda de investidores estrangeiros.

-    Na EUROPA, devolvendo mais que 100% dos ganhos acumulados no pregão anterior, em um clima de expectativa antes do anúncio de política monetária do Fed (''BC'' dos EUA), que só ocorreu após o fechamento das bolsas do ''velho mundo'', INGLATERRA –1,4%, FRANÇA –1,6% e ALEMANHA –2,5%, pressionadas principalmente por companhias de petróleo, bancos e farmacêuticas.

-    Nos EUA, intensificando as perdas ao longo do dia, S&P –2,9%, DJ –2,5% e NASDAQ –2,0%, após o FED (''BC'' local) afirmar, mesmo tento lançado medidas de US$ 400bi para impulsionar o crescimento econômico, que a economia norte-americano enfrenta "riscos significativos de deterioração".


Economia:
 
Atribuindo a forte alta do dólar à corrida de investidores no mercado futuro para liquidar as apostas feitas anteriormente na queda da moeda, o que se inverteu diante da tendência de novos cortes da Selic, o Ministério da Fazenda ''avisou'' que não há necessidade de vender, neste momento, os dólares das reservas internacionais, como foi feito na crise de 2008.
 
Já corroborando com uma projeção do Ipea que diz que Brasil deve figurar entre os 5 principais destinos dos fluxos de investimento direto estrangeiro nos próximos 12 meses, até o dia 16/SET/11, mesmo com a recente disparada da moeda norte-americana, os dólares que entraram no Brasil superaram a quantidade que saiu, deixando o saldo dessa conta positivo em US$ 8,5bi no mês, principalmente diante dos dólares trazidos pelos exportadores, que fizeram a conta do comércio exterior acumular um superávit de US$ 5,9bi no período.
 
Indicando que, com o pré-sal e com o Álcool, o Brasil terá ''bala na agulha'' para ser uma das maiores potencias do mundo, segundo um estudo da FGV e da Ernst & Young Terco, a era do petróleo barato ficou para trás e a previsão é que o preço do óleo no mundo suba no mínimo 43% até 2020 e, para melhorar ainda mais, o etanol deve subir 125% no mesmo período.
 
Ajudando a impulsionar ainda mais a alta do dólar, o Ministério da Fazenda ''avisou'' que acredita que o BC tem espaço para continuar a redução da taxa de juros e, caso a situação econômica mundial se agrave, terá condições de agir com uma política monetária expansionista.
 
Dando mais um forte e importante sinal positivo da economia interna, em AGO/11 as vendas domésticas de material de construção saltaram 6,07% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
 
A Petrobrás anunciou ontem, ainda durante o pregão, que fez uma nova descoberta de petróleo e gás na bacia marinha de Sergipe-Alagoas, no nordeste do país, ressaltando que esta descoberta constitui uma "nova província petrolífera" para o Brasil.

Política:
 
Ontem, se tornando a primeira mulher na história a abrir uma Assembléia Geral da ONU, Dilma (1) defendeu a criação do Estado Palestino, ressaltando que isto ajudará a obter uma paz duradoura no Oriente Médio, (2) advertiu que a crise Global pode gerar um sério desequilíbrio entre as pessoas e as nações e (4) pleiteando uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, afirmou que o Brasil está pronto para assumir suas responsabilidades como membro permanente.
 
A Câmara aprovou ontem um projeto de lei aumentando o prazo de concessão do aviso prévio nas demissões sem justa causa, concedendo ao trabalhador o direito de receber até o máximo de 90 dias proporcionalmente ao tempo de serviço prestado na mesma empresa, já que além dos 30 dias proporcionais aos empregados que tenham um ano trabalhado, o projeto garante o acréscimo de 3 dias a mais por cada ano.
 
Após uma delicada negociação com as Forças Armadas e intenso debate no Congresso, ontem à noite a Câmara dos Deputados aprovou a criação da Comissão da Verdade, grupo que terá 2 anos para esclarecer graves violações aos direitos humanos cometidas na ditadura.
 
Com a participação ''entusiasmada'' de Lula, após mais de 2 horas de reunião na residência oficial de Temer, o presidente em exercício, representantes do PT, PMDB, PSB, PDT e PCdoB chegaram a um "quase consenso" sobre o financiamento público para campanha.
 
Rejeitando a volta da CPMF, ontem a Câmara concluiu a votação do projeto que regulamenta a emenda 29, definindo quais ações governamentais podem ser contabilizadas como gastos em saúde.

Crítica:
 
''Vitima'' de sua enorme e notória antipatia e também da retirada do armário da Igreja Católica dos casos de pedofilia, o papa Bento XVI, que aliás era responsável pela chave deste armário no papado anterior, já espera protestos calorosos contra sua visita à Alemanha, que começa hoje por Berlim.
PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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