R.B.
"A pé"
São Paulo, 11 de julho de 2011 (SEGUNDA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve seguir em queda, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais mesmo após recuar -2,9% na semana passada, ainda influenciada negativamente pelos ''temores'' com a inflação domestica e com as economias norte-americana e européia.
- O DÓLAR pode voltar a subir, seguindo o provável ''humor negativo'' na Bovespa, porem deve-se ressaltar que a trajetória da moeda norte-americana segue sendo de queda, principalmente diante do elevado patamar da taxa real de juros da economia brasileira (cerca de 6,8%).
SEXTA-FEIRA
- BOVESPA -1,1%, já abriu em queda e, influenciada negativamente pelos dados de emprego nos EUA e pelos ''temores'' com a inflação domestica, intensificou a trajetória negativa ao longo do pregão, para fechar em baixa pelo quarto dia seguido.
- DÓLAR 0,6% à R$ 1,57, abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,55, porem passou a subir na parte da tarde, seguindo a piora do ''humor'' na Bovespa e pressionado pelos leilões de compra do BC.
- Na ÁSIA, diante do otimismo, frustrado posteriormente, sobre a recuperação das condições de emprego nos EUA, JAPÃO 0,7%, no maior patamar em 4 meses e com destaques de alta para as exportadoras, como Toyota Motor (1,3%) e Canon (1,8%), CHINA 0,1%, diante da cautela que antecede a divulgação de dados econômicos de JUN/11 e do primeiro semestre e CORÉIA 0,1%, perdendo ''forças'' após 7 pregões consecutivos de alta e com destaque positivo para a Hynix (0,8%).
- Na EUROPA, revertendo uma abertura negativa, diante da decepção com os dados sobre o emprego nos EUA, INGLATERRA -1,1%, FRANÇA -1,7% e ALEMANHA -0,9%, novamente com destaques de queda para os papéis de empresas do setor financeiro, como Commerzbank (-2,1%), Deutsche Bank (-2,2%), BNP Paribas (-3,9%), Crédit Agricole (-4,0%), BBVA (-4,9%) e Santander (-3,8%), em um movimento de cautela antes da divulgação dos testes de estresse destas instituições.
- Nos EUA, apesar de acumularem alta na semana, S&P -0,7%, DJ -0,5% e NASDAQ -0,5%, depois que o decepcionante relatório de emprego do país esfriou o otimismo de que a economia estivesse recuperando ritmo e direcionando as ''ultimas esperanças'' para a temporada de balanços corporativos.
Segundo adverte um editorial do jornal britânico "Financial Times", a forte valorização do real e o aumento da disponibilidade de crédito como conseqüência do grande fluxo de capitais para o Brasil ameaçam interromper o ciclo de crescimento econômico do país.
Aumentando os ''temores'' de que a taxa de juros seguirá subindo, o ''mercado'' acredita que a inflação, que deu uma trégua nos 2 últimos meses puxada pela queda no preço dos alimentos, deve voltar a ser pressionada no segundo semestre pelos salários, já que diante da falta de mão de obra qualificada as empresas estão tendo de pagar salários cada vez maiores para contratar novos funcionários, principalmente para tirar pessoal de empresas concorrentes.
Para salvar seu programa de popularização e ainda se ''iludir'' de que poderá, mesmo com o atual patamar da taxa de juros, ter 5 milhões de investidores até o final de 2014, na sexta-feira a Bovespa anunciou que em AGO/11 divulgará uma nova política de tarifas, que provavelmente incluirá a isenção da taxa de custódia para "pequenos investidores".
Dando um importante sinal positivo da economia brasileira, em JUN/11 o fluxo de veículos nas estradas pedagiadas do Brasil cresceu 2,6% na comparação com MAI/11 e 10,2% na comparação com JUN/10.
Desdenhando do aumento da taxa de juros e engordando cada vez mais o lucro dos bancos, no primeiro semestre deste ano a demanda por crédito aumentou 13,7% na comparação com o primeiro semestre do ano passado.
Podendo melhorar o ''humor do mercado'' com a empresa, a Petrobrás divulgará em 22/JUL/11 seu novo Plano de Negócios e Investimentos, que devem mesmo ficar bem próximos dos US$ 224bi previstos no plano anterior.
- A Gol subiu 3,5%, após anunciar que comprou 100% da Webjet por R$ 96mi.
- A Brasil Foods caiu -1,7%, pois segundo ''rumores'' o CAD está negociando com a empresa a suspensão temporária da marca Perdigão nos segmentos em que existe maior concentração de mercado.
Alfredo Sequeira Filho