R.B.
"Porco que morre sangrando"
São Paulo, 16 de junho de 2011 (QUINTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve seguir em queda, ainda acompanhando o ''humor negativo'' das demais bolsas mundiais, porem deve-se ressaltar que, após acumular uma baixa de -11,1% no ano, a bolsa brasileira está em um bom patamar para investimentos de longo prazo e, em caso de uma noticia positiva, pode passar por um repique de curto prazo.
- O DÓLAR pode voltar a subir, ainda seguindo o ''humor'' negativo na Bovespa e pressionado pelos leilões de compra do BC, porem é bom ressaltar que a tendência da moeda norte-americana ainda é de queda, principalmente diante do ''crescente e constante'' fluxo positivo de recursos externos.
ONTEM
- BOVESPA -1,0%, já abriu em queda e, acompanhando o ''humor negativo'' das demais bolsas mundiais, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, para fechar o dia no menor patamar desde 5/JUL/10 (aos 61.603pts), também influenciada pelo recuo das commodities.
- DÓLAR 1,1% à R$ 1,69, já abriu em alta e, acompanhando a nova piora do ''humor'' na Bovespa, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, também pressionado pela forte elevação do risco-Brasil (8,0%).
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 0,3%, mais uma vez sustentada pela disparada nas ações da Tokyo Electric Power (32,0%), que é a operadora da usina nuclear de Fukushima, CHINA -0,9%, prejudicada por mais um aumento na taxa de reserva bancária e CORÉIA 0,5%, com destaques de alta para Hynix Semiconductor (1,1%) e LG Display (1,3%).
- Na EUROPA, prejudicadas pela falta de um acordo claro entre os principais membros da União Européia para "salvar" a Grécia, hoje um dos países mais "arriscados" do planeta, INGLATERRA -1,1%, FRANÇA -1,5% e ALEMANHA -1,2%, com destaques de queda para as ações das empresas do setor bancário, principalmente após a Moody's decidir colocar em revisão para potencial rebaixamento suas ''notas'' para o BNP Paribas, o Crédit Agricole e o Société Générale, sob a justificativa de que essas instituições possuem exposição à dívida soberana grega.
- Nos EUA, devolvendo, com ''juros'', os ganhos do pregão anterior, S&P -1,7%, DJ -1,6% e NASDAQ -1,8%, acompanhando a piora do ''humor'' na Europa e também prejudicadas por dados negativos da economia local.
Economia:
Hoje, podendo acalmar o ''mercado'' caso indique que as pressões inflacionarias diminuíram e que a taxa básica de juros deve parar de subir, será divulgada a ata do Copom, que na semana passada elevou a Selic de 12% para 12,25% ao ano.
Ressaltando que os dissídios de diversas categorias profissionais de peso no segundo semestre não serão um novo foco de pressão e que os preços no atacado tiveram uma "surpreendente queda" em MAI/11, principalmente diante principalmente da retração dos preços das commodities internacionais, Roberto Messenberg, economista que coordena o Grupo de Análises e Previsões do Ipea, ''avisou'' que a inflação brasileira terá uma "desaceleração forte" nos próximos meses.
Indicando que o Brasil segue muito atraente para os ''investimentos'' externos, até o final da semana passada o BC registrava um fluxo cambial positivo de US$ 39,45bi em 2011, cifra 62% acima do registrado em todo o ano de 2010.
Dando mais um ''sólido sinal'' da crescente importância e estabilidade da economia brasileira, ontem, pela primeira vez na história, o risco de emprestar ao Brasil ficou menor que os EUA, de acordo com a variação dos instrumentos financeiros CDS, que é uma espécie de seguro contra calotes.
Aproveitando para comprar na baixa e também podendo acalmar os mercados, hoje pela manhã a China ''avisou'' pretende seguir comprando títulos da dívida soberana européia, por confiar na zona do euro, apesar do risco de suspensão de pagamentos da Grécia, ressaltando que é uma investidora a longo prazo neste mercado.
''Apostando'' no Brasil, a empresa suíça de tecnologia ABB anunciou ontem a aquisição de uma fábrica em Sorocaba, onde investiu US$ 200 mi e espera criar cerca de mil postos de trabalho até 2014.
Para afastar o risco de uma nova capitalização, que aliás é um grande temor dos investidores da estatal, a Petrobrás apresentará amanhã a seu conselho de administração uma versão revisada do plano de negócios para o período de 2011 a 2015, que foi preparado justamente para mostrar o potencial da companhia de gerar caixa.
Alfredo Sequeira Filho