R.B.
"Passos curtos, porem sólidos"
São Paulo, 26 de abril de 2011 (TERÇA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA ainda tentando iniciar um movimento de recuperação das perdas acumuladas no mês (-2,3%), acompanhando a melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e impulsionada manutenção das expectativas de bons resultados corporativos por parte das empresas brasileiras.
- O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'', com o aumento do fluxo positivo de recursos externos diretamente influenciado pelas ''apostas'' de ao menos mais uma elevação da Selic.
ONTEM
- BOVESPA -0,1%, já abriu ''de lado'', para na máxima avançar 0,1% e na mínima recuar -0,5, em um movimento de cautela antes da divulgação dos juros norte-americanos e da ata do Copom brasileiro, manteve-se próxima da estabilidade ao longo de todo pregão, com baixo volume negócios (R$ 4,0bi), em um dia sem notícias de maior peso e marcado pela falta de dinheiro novo.
- DÓLAR 0,1% à R$ 1,57, abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,56, porem recuperou ''terreno'' na parte da tarde e fechou próximo da estabilidade, pressionado pelos leilões de compra do BC e pelas compras de importadores, em uma reação bastante modesta à decisão do BC de subir os juros básicos em apenas 0,25% na reunião da semana passada.
- Na ÁSIA, sem a referência dos EUA e da Europa, por conta do feriado de sexta-feira, JAPÃO -0,1%, em meio ao menor volume de negócios do ano e antes da divulgação dos balanços das principais companhias locais, CHINA -1,5%, diante do temor de que o BC local possa manter a política de aperto monetário por mais tempo do que o esperado, principalmente em virtude da alta no preço do petróleo e CORÉIA 0,8%, no nível recorde de 2.216pts, liderada pelas ações de montadoras e do setor químico, ante a expectativa positiva pelos balanços das companhias.
- Na EUROPA, INGLATERRA, FRANÇA e ALEMANHA permaneceram fechadas por causa do feriado prolongado de Páscoa.
- Nos EUA, bom baixos volumes de negócios (os menores do ano), realizando lucros recentes e em compasso de espera antes da decisão do Fed (''BC'' local) sobre a taxa de juros do país, S&P -0,2%, DJ -0,2% e NASDAQ -0,1%, prejudicadas por uma redução das projeções de lucros anuais da Kimberly-Clark, cujas ações recuaram 2,7%, que por sua vez intensificou os temores de que a alta nos preços das commodities reduzirá os lucros corporativos nos próximos trimestres.
Economia:
Como o Copom decidiu elevar a Selic em ''apenas'' 0,25% na reunião da semana passada, o ''mercado'' aumentou, desta vez de 6,29% para 6,34%, suas ''apostas'' para o IPCA deste ano, se aproximando cada dia mais do topo da meta do BC (6,5%).
Descartando a possibilidade de que o Brasil sofra com a falta de combustíveis por causa de uma oferta menor de álcool anidro no mercado, Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis, afirmou que 80% das usinas de álcool já estão produzindo e que a tendência agora é de aumento da oferta de álcool anidro, que é responsável por 25% da composição da gasolina vendida nos postos.
Apresentando novos sinais positivos da economia interna, (1) as vendas do comércio na semana da Páscoa cresceram 9,1% em relação ao mesmo período do ano passado e (2) as empresas brasileiras de comércio eletrônico projetam faturar 20% no Dia das Mães de 2011 em relação ao mesmo período de 2010.
Pressionada principalmente pelos recentes aumentos da Selic, segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional, a dívida pública federal cresceu 1,39% em MAR/11 e alcançou R$ 1,69tri e no mesmo período a dívida interna subiu 1,6% e agora soma R$ 1,61tri.
Também como ''fruto amargo'' dos recentes aumentos da Selic, que obviamente retiram a atratividade dos investimentos no setor produtivo da economia, a Fiesp projeta para este ano investimentos -4,7% menores em máquinas, equipamentos, instalação, inovação, gestão além de pesquisa e desenvolvimento na comparação com o total investido em 2010.
''Apostando'' no bom desempenho da economia brasileira, a produtora japonesa de vidros AGC anunciou que investirá US$ 470mi em um complexo produtivo no Estado de SP, que será o seu primeiro na América do Sul, para produção de vidros automotivos e para construção.
Dando ''passos curtos, porem sólidos'', para desenvolver o ''Imperialismo tupiniquim'', após comprar o norte-americano Eurobank, o Banco do Brasil ''avisou'' que investirá US$ 25mi nos EUA nos próximos 3 anos para expandir suas operações no país.
Política:
Alfredo Sequeira Filho