R.B.
"A filosofia do rato"
São Paulo, 19 de abril de 2011 (TERÇA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, acompanhando a melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e em um movimento de ''caça de barganhas'' após fechar o pregão anterior no menor patamar desde 10/FEV/11.
- O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'' após a valorização do pregão anterior, seguindo a tendência internacional da moeda norte-americana e também influenciado pelas ''apostas'' de elevação de ao menos 0,5% na Selic esta semana.
ONTEM
- BOVESPA -1,9%, já abriu em queda e, pressionada por noticias corporativas negativas e também pelo rebaixamento da ''nota'' dos EUA, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, com bom volume de negócios (R$ 9,9bi), para fechar o dia com a maior baixa percentual em mais de 2 meses.
- DÓLAR 0,7% à R$ 1,59, já abriu em alta e, seguindo o ''humor negativo'' na Bovespa e a trajetória internacional da moenda norte-americana, manteve-se em território positivo ao longo de todo pregão.
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO -0,4%, com baixo volume de negócios e destaques de queda para as exportadoras, diante da valorização da moeda local (o iene) frente ao dólar, CHINA 0,2%, no maior patamar em 5 meses, à medida que a decisão do BC local de elevar o compulsório em 0,5% já havia sido precificada pelos investidores e CORÉIA 0,0%, estável pelo segundo dia consecutivo, desta vez com os ganhos no setor automotivo contrabalançados pelas perdas no setor financeiro.
- Na EUROPA, seguindo o ''humor negativo'' nas bolsas de NY, INGLATERRA -2,1%, FRANÇA -2,3% e ALEMANHA 2,1%, com destaques de queda para as ações de bancos, como Credit Agricole (-4,8%), Société Générale (-3,9%), Commerzbank (-5,1%), Deutsche (-2,6%) e Barclays (-3,6%), pressionados por rumores de que a Grécia teria pedido ao FMI e à União Européia para que fossem iniciadas negociações de reestruturação da dívida do país.
- Nos EUA, com as maiores baixas percentuais dos últimos 30 dias, S&P -1,1%, DJ -1,1% e NASDAQ -1,1%, prejudicadas principalmente pela decisão da Standard & Poor's de colocar sua ''nota'' para o país em perspectiva negativa devido a uma previsão fraca de Orçamento.
Economia:
Se aproximando perigosamente do topo da meta (6,5%), o ''mercado'', que já espera que o Copom eleve a Selic em menos 0,5% na reunião desta semana, aumentou,desta vez de 6,26% para 6,29%, suas ''apostas'' para o IPCA de 2011.
Alem da elevada taxa de juros, segundo levantamento da consultoria Grant Thornton, a burocracia e a falta de mão de obra qualificada são os fatores que mais limitam a capacidade das empresas brasileiras de crescer e expandir os negócios.
Como ''fruto direto'' da elevação da Selic, no primeiro bimestre deste ano foram vendidos 2.699 imóveis novos na cidade de SP, o que representa um recuo de -38,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Até agora pouco afetado pela elevação da Selic, no primeiro trimestre deste ano, diante da manutenção do aumento da renda e da queda do desemprego, o percentual de cheques devolvidos no Brasil por falta de fundos (1,89%) foi o menor registrado para o período desde o primeiro trimestre de 2005 (1,74%).
Mesmo com a ''choradeira'' dos exportadores, que reclamam da valorização do real frente ao dólar, até o final da semana passada a balança comercial brasileira balança acumulava um superávit de US$ 4,3bi no ano, resultado que é 166,5% maior que o verificado no mesmo período do ano passado.
Acima da média das ''apostas do mercado'' (0,55%) e do patamar auferido na prévia anterior (0,47%), o IPC apresentou variação de 0,61% na segunda quadrissemana de ABR/11, pressionado principalmente pelos grupos transporte e habitação.
- A OGX caiu -17,2%, com um volume robusto de negócios, seguindo o recuo do petróleo e pressionada principalmente pelo rebaixamento da recomendação para investimentos na empresa por 3 corretoras norte-americanas que citaram as grandes incertezas do mercado em relação ao montante de reservas da petrolífera.
- A Brasil Foods subiu 0,5%, já que a Moody's elevou sua ''nota'' para a empresa ressaltando que ela será beneficiada pelas condições favoráveis da economia brasileira e conseguirá manter a melhora na margem operacional, apesar dos maiores custos de grãos.
- A Petrobrás caiu -3,9%, porem, após o fechamento do pregão, Mantega, ministro da Fazenda, disse que o governo está disposto a rebaixar a Cide caso a empresa tenha que aumentar o preço dos combustíveis.
Política:
Alfredo Sequeira Filho