R.B. 3/FEV/11 ''Como reage quando é acuada''

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R.B.

"Como reage quando é acuada"

São Paulo, 3 de fevereiro de 2011 (QUINTA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA pode subir, confirmando o ''suporte'' dos 66.000pts e novamente tentando uma recuperação, em um movimento de ''caça de barganhas'' diante da manutenção das perspectivas positivas para a economia brasileira.
- O DÓLAR deve cair, já que, mesmo com os leilões de compra do BC, o fluxo positivo de recursos externos continua ''crescente e constante'' principalmente diante da elevada taxa real de juros da economia brasileira (cerca de 5,5%).

ONTEM
- BOVESPA -1,7%, abriu em alta, para na máxima avançar 0,2%, porem logo inverteu a trajetória e passou a cair ainda na parte da manhã, diante da divulgação de indicadores econômicos abaixo do esperado nos EUA e das incertezas sobre como o governo brasileiro irá conter a crescente ameaça da inflação.
- DÓLAR 0,2% à R$ 1,67, abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,66, porem, mesmo com o recuo do risco-Brasil (-1,8%), passou a subir no final da manhã, pressionado pelos leilões de compra do BC e seguindo a piora do ''humor'' na Bovespa.
- Na ÁSIA, com baixos volumes de negócios, JAPÃO 1,8%, com destaques de alta para as montadoras, como Toyota (3,3%) e Nissan (3,1%), diante da melhora das perspectivas para a recuperação dos EUA, CHINA e CORÉIA permaneceram fechadas devido ao início do feriado do Ano Novo Lunar.
- Na EUROPA, sem uma tendência única, INGLATERRA 0,7%, FRANÇA -0,1% e ALEMANHA -0,6%, prejudicadas pela intensificação dos protestos no Egito, que aumentou a aversão ao risco e estimulou a realização de lucros, porem por outro lado com algumas empresas beneficiadas pela alta dos preços das commodities, como as mineradoras Lonmin (4,1%) e Eurasian Natural Resources (3,8%).
- Nos EUA, novamente pressionadas pela crise política no Egito, S&P -0,2%, DJ 0,1% e NASDAQ -0,1%, mesmo após o anuncio de que foram criadas 187 mil vagas no setor privado entre DEZ/10 e JAN/11, patamar acima do esperado pelo ''mercado'' (150 mil).
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Economia:

Reforçando a percepção de que o governo Dilma terá uma tarefa difícil para controlar a inflação, a produção industrial brasileira cresceu 10,5% em 2010, o que representa o melhor resultado anual dos últimos 25 anos.

''Mandando um recado'' para Tombini, presidente do BC, Mantega, ministro da Fazenda, afirmou que a redução dos gastos do governo abrirá espaço para a redução da taxa de juros, ressaltando também que atualmente o principal desafio para o governo é melhorar as contas externas brasileiras para manter o crescimento sustentável do país.

Dando novos sinais positivos da economia brasileira, (1) em 2010 o consumo de gás natural no Brasil subiu 35,5% na comparação com 2009, (2) o setor de panificação criou 50 mil postos de trabalho em 2010, porem por falta de mão de obra qualificada não conseguiu completar 25 mil vagas e (3) em JAN/11 o fluxo cambial brasileiro ficou positivo em US$ 12,3bi, o que representa praticamente metade do todo o fluxo cambial registrado em todo ano de 2010.

Ainda prometendo, porem sem adotar nenhuma medida concreta, Alessandro Teixeira, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ''avisou'' que o governo Dilma está preparando um pacote de medidas para fortalecer a balança comercial e a indústria nacional contra o cenário internacional adverso.

Se adequando à nova realidade da economia brasileira, ontem o Conselho Curador do FGTS decidiu elevar, de R$ 130 mil para R$ 170 mil, o preço máximo dos imóveis novos e usados financiados com recursos do fundo no programa Minha Casa, Minha Vida em SP, RJ e DF.
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Política:

Mostrando mais uma vez ''como reage quando é acuada'', Dilma, diante da retomada das articulações para nomeação dos cobiçados cargos do segundo escalão, ''avisou'' que não vai aceitar nenhuma indicação para Furnas do deputado peemedebista Eduardo Cunha, que recentemente deu declarações em tom de ameaças por causa das denúncias envolvendo a referida estatal.

Indicando que vai legislar para seus ''colegas'', e não para seus eleitores, o petista Marco Maia, novo presidente da Câmara, defendeu, logo na sua primeira coletiva propostas corporativistas como (1) a construção de novo anexo de gabinetes, (2) a aprovação de proposta que torna permanente a equiparação entre os subsídios parlamentares e os dos ministros do STF e (3) o pagamento efetivo das emendas parlamentares.

Confirmando que mais uma vez ''a raposa vai tomar conta do galinheiro'', as Comissões de Constituição e Justiça da Câmara e do Senado devem ser comandadas respectivamente pelo deputado petista João Paulo Cunha e pelo senador peemedebista Eunício Oliveira, ambos citados em escândalos recentes de corrupção.

Podendo se tornar a medida mais importante do primeiro ano de governo de Dilma, uma das propostas de desoneração da folha de pagamento avaliadas pelo governo prevê um alívio tributário de R$ 50bi aos empregadores ao longo dos próximos 3 a 4 anos.
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Crítica:

Finalmente prometendo tomar uma atitude, o Ministério da Defesa, o Conselho Nacional de Justiça e a Infraero assinam ontem um acordo de cooperação que tem como objetivo retirar as 119 aeronaves, a maioria delas já apodrecendo, que estão estacionadas nos principais aeroportos brasileiros e que pertenciam a empresas falidas ou a criminosos.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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