R.B. 10/DEZ/10 ''Longa e melancólica despedida''

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R.B.

"Longa e melancólica despedida"

São Paulo, 10 de dezembro de 2010 (SEXTA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA pode subir, tentando uma recuperação após 4 pregões consecutivos de queda, diante da gradativa melhora do ''humor'' externo e dos ótimos resultados apresentados pelas empresas brasileiras, principalmente aquelas baseadas na demanda interna.
- O DÓLAR deve cair, retornando à sua ''trajetória natural'' após a alta do pregão anterior, influenciado pela provável melhora do ''humor'' na Bovespa e pelas expectativas de crescimento do fluxo positivo de recursos externos.

ONTEM
- BOVESPA -0,4%, mais uma vez abriu em alta, para na máxima avançar 0,6%, porem, também mais uma vez, passou a cair ainda na parte da manhã, pressionada principalmente por ações de empresas do setor financeiro, diante dos esforços do governo brasileiro para conter o ritmo de concessão de crédito e do rebaixamento da ''nota'' de bancos médios do país pela agencia de classificação de risco Moody's.
- DÓLAR 0,9% à R$ 1,71, abriu em queda, para na mínima recuar -0,4%, porem também reverteu a tendência e passou a subir ainda na parte da manhã, já que os agentes financeiros responderam nervosamente ao rebaixamento da ''nota'' da Irlanda.
- Na ÁSIA, novamente sem uma tendência única, JAPÃO 0,5%, no maior patamar em 7 meses, diante da expectativa de que estímulo fiscal nos EUA ajude a economia norte-americana no curto prazo, CORÉIA 1,7%, diante das ''apostas'' de aumento das exportações e CHINA -1,3%, realizando lucros recentes.
- Na EUROPA, em alta pelo quarto pregão consecutivo, para se aproximarem dos maiores patamares em 26 meses, INGLATERRA 0,2%, FRANÇA 0,7% e ALEMANHA 0,1%, com destaques positivos para gigantes do setor financeiro, como Barclays (3,8%), Société Générale (4,0%) e AXA (4,6%).
- Nos EUA, se aproximando das máximas em 2 anos, S&P 0,4%, DJ 0,1% e NASDAQ 0,3%, também com destaques de alta para ações de bancos e ainda ''animadas'' pela queda nos pedidos de auxílio-desemprego e pela prorrogação da redução de impostos.
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Economia:

Exatamente na média das apostas do ''mercado'', ontem o IBGE divulgou que no terceiro trimestre deste ano o PIB brasileiro apresentou um crescimento de 0,5%, confirmando a desaceleração da economia, que cresceu 2,3% no primeiro trimestre e 1,8% no segundo.

Comentando o resultado do PIB brasileiro no terceiro trimestre deste ano (0,5%), Meirelles, futuro ex-presidente do BC, afirmou que ele confirma o diagnóstico do BC de que a economia brasileira começa a se ajustar a um ritmo de crescimento "mais condizente com o equilíbrio de longo prazo".

Como que justificando a manutenção da Selic em 10,75% pelo Copom, Mantega, ministro da Fazenda, afirmou que o país presencia um aumento inflacionário "natural" que se deve "a alimentos e alguns serviços", ressaltando que depois haverá um refluxo e que alguns produtos agrícolas já estão começando a cair.

Mostrando que ainda existe um longo caminho a ser percorrido para popularizar os investimentos na bolsa brasileira, o Brasil está entre as nações que menos destinam recursos a fundos dedicados exclusivamente à renda variável e, com apenas 11% dos recursos investidos em fundos de ações, neste tipo de investimento o país ocupa a posição 32 entre as 34 economias emergentes do mundo.

Apesar de registrar uma aceleração no terceiro trimestre, representando 19,4% o total movimentado pela economia no período, a taxa de investimento do Brasil ficou abaixo do registrado no terceiro trimestre de 2008, logo antes da crise, quando significou 20,6% do PIB.

Dando mais um sinal positivo da economia brasileira, segundo pesquisas divulgadas recentemente, o mercado publicitário brasileiro vai continuar crescendo nos próximos anos cerca de 9,8% ao ano, patamar acima da média global e do PIB brasileiro.

Ajudando a controlar a inflação e incentivando a modernização da industria nacional, as importações brasileiras, beneficiadas pelo dólar fraco, registraram no terceiro trimestre deste ano a maior alta da série histórica, iniciada em 1996, com um crescimento de 40,9% na comparação com o mesmo período em 2009.
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Política:

Com um discurso de que ''treino é treino e jogo e jogo'', ontem a cúpula do PMDB, que quer ainda mais cargos no governo Dilma, se reuniu na casa do vice-presidente eleito Temer para fazer um balanço das negociações.

Ontem Temer, vice-presidente eleito e presidente do PMDB, e José Eduardo Dutra, presidente do PT, formalizaram um acordo que garante aos petistas indicar para o próximo biênio o candidato a presidente da Câmara, com apoio do PMDB, que por sua vez deve comandar o Senado no mesmo período.

Em mais uma sessão de sua ''longa e melancólica despedida'', ontem, em um café da manhã com a bancada do PT no Congresso, Lula criticou a oposição e pediu que os petistas não deixem sem respostas os ataques dos adversários.

Cantora como Gilberto Gil, um dos ministros mais populares do governo Lula, mulher como desejaria Dilma e, ainda por cima, integrante do clã Buarque de Hollanda, Ana de Hollanda passou a ser cotada como favorita para ser a futura ministra da Cultura.
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Crítica:

Apesar de naturalmente procurarem um advogado quando tem algum problema jurídico, segundo uma pesquisa realizada pela Voltage 69% dos brasileiros, quando procuram informações sobre finanças pessoais, recorrem aos amigos e apenas 16% procuram consultores financeiros.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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