R.B. 3/NOV/10 ''Palocci será a principal estrela''

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R.B.

"Palocci será a principal estrela"

São Paulo, 3 de novembro de 2010 (QUARTA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve seguir em alta, rumo aos 80.000pts, ajustando-se a valorização das demais bolsas mundiais durante o feriado de finados no Brasil e ''animada'' com os sinais positivos do futuro governo de Dilma e com a elevação da previsão de crescimento econômico da China.
- O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'', com o ''mercado'' esperando Dilma mostrar suas ''armas'' para a ''guerra cambial'', enquanto segue a tendência do mercado internacional e o crescente fluxo positivo de recursos externos.

SEGUNDA-FEIRA
- BOVESPA 1,2%, já abriu em alta e, acompanhando o ''humor positivo'' das bolsas de NY e a valorização das commodities, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, também ''animada'' com o discurso ''conciliador'' de Dilma e a presença de Antonio Palocci, possivelmente na Casa Civil, como sinal de busca pela austeridade fiscal no próximo governo.
- DÓLAR 0,3% à R$ 1,70, abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,69, porem, também com baixo volume de negócios, passou a subir ainda na parte da manhã, pressionado pelos leilões de compra do BC.

ONTEM
- Na ÁSIA, revertendo uma abertura negativa, JAPÃO 0,1%, CORÉIA 0,2% e CHINA 0,3%, com destaques de alta para as exportadoras, influenciadas positivamente pela leve valorização do dólar sobre as moedas locais.
- Na EUROPA, seguindo o ''humor positivo'' das bolsas de NY, para fecharem nos maiores patamares dos últimos 6 meses, INGLATERRA 1,1%, FRANÇA 0,6% e ALEMANHA 0,7%, com destaques de alta para as empresas de energia BP e BG Group, após divulgarem lucros que superaram as estimativas.
- Nos EUA, esperando uma provável derrota dos democratas nas eleições parlamentares, S&P 0,8%, DJ 0,6% e NASDAQ 1,1%, também diante da expectativa de que o FED (''BC'' local) divulgue novas medidas de incentivo econômico.
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Economia:

Colocando o ''dedo na ferida'', Dilma afirmou, durante entrevista o JN da TV Globo, que irá acompanhar com rigor a guerra cambial, principalmente de países que mantêm suas moedas desvalorizadas artificialmente, ressaltando que trabalhará por instituições internacionais fortes.

Tiradas do receituário do médico Palocci, as diretrizes da política econômica que Dilma traçou em seus primeiros pronunciamentos como presidente eleita, nos quais prometeu continuidade, prudência fiscal, controle da inflação e câmbio flutuante, receberam o primeiro aval do ''mercado'' e das agências internacionais de classificação de risco, que aliás já falam em elevação da ''nota'' do Brasil.

Tentando fazer melhor do que Lula, Dilma também ''prometeu'' a redução (1) dos gastos publico, que nos últimos meses puseram em risco a meta do superávit fiscal primário de 3,3% do PIB, e (2) sustentável e gradativa da grande a distância entre o juro básico da economia (a Selic) e a taxa cobrada pelos bancos ao tomador final, ressaltando que a inadimplência no Brasil é pequena inclusive para padrões internacionais.

Já se preparando para deixar a presidência, Lula ''aconselhou'' Dilma a manter Mantega no Ministério da Fazenda e Meirelles no comando do BC, ressaltando que esta "dobradinha" deu muito certo, já que o primeiro é tido como mais desenvolvimentista e o segundo é mais conservador e a manutenção dos dois sinalizaria uma continuidade que acalmaria o mercado financeiro numa hora de preocupante valorização do real em relação ao dólar e de possibilidade de guerra cambial entre os países.

Mostrando otimismo com a economia interna, o ''mercado'' elevou, de 7,55% para 7,60%, suas ''apostas'' para o desempenho do PIB brasileiro este ano, o que será o maior crescimento dos últimos 20 anos, porem também elevou, de 5,27% para 5,29%, suas projeções para o IPCA de 2010.

Diante do aumento da renda e da facilitação do crédito, as vendas de veículos novos no país apresentaram expansão de 8,0% no acumulado dos 10 primeiros meses deste ano, no confronto com o mesmo intervalo em 2009, batendo o recorde para o período com o emplacamento de 2,805 milhões de unidades,
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Política:

Diferentemente do que Serra e sua campanha alertavam e alardeavam, Dirceu deve passar longe do governo de Dilma, porem, ao que tudo indica, ''Palocci será a principal estrela'' do governo da petista, o que certamente trará muita tranqüilidade e otimismo ao mercado financeiro.

Com o calendário apertado, já que faltam apenas mais 11 sessões para acabar o ano, e a prioridade de votar o Orçamento da União para 2011, o deputado petista Cândido Vaccarezza, líder do governo na Câmara, reconheceu que será difícil realizar a votação de projetos do pré-sal neste ano.

Já pressionada pelo PMDB, Dilma colocou Temer, seu vice e designado como coordenador político, na equipe de transição que também terá os petistas Palocci, José Eduardo Dutra e José Eduardo Martins Cardoso.

Mais uma vez colocando em dúvida as pesquisas de opinião publica, Sergio Guerra, presidente do PSDB, afirmou que os 44% que votaram na oposição não votaram só contra a Dilma, votaram contra o presidente Lula, o que segundo o tucano mostra que a aprovação de 83% do presidente operário não é real.

Conhecida por ser uma gerente eficaz e durona, que fixa metas e cobra resultados, Graça Foster, atualmente diretora de Gás e Energia da Petrobras, pode ser a nova ministra da Casa Civil, que passaria a ter um perfil mais técnico do que político.
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Crítica:

Principalmente devido a forte pressão e aos boicotes da industria de petróleo, os carros elétricos, que são as estrelas no Salão do Automóvel de SP, ainda têm no alto custo de suas baterias, que chegam a atingir até 70% do preço total do veículo, o maior obstáculo para tornar comercialmente viável sua produção.

Com ''péssimo humor'', o que é típico de quem não agüenta mais perder e ser superado por um adversário ''sem cultura'', FHC afirmou que não está mais disposto a dar endosso a um PSDB que não defenda a sua história, ressaltando também que da próxima vez ''seu partido'' deve anunciar 2 anos antes das eleições presidenciais seu candidato e que Lula desrespeitou a lei abundantemente na campanha.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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