R.B. 17/SET/10 ''Sócio de carteirinha''

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R.B.

"Sócio de carteirinha"

São Paulo, 17 de setembro de 2010 (SEXTA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve subir, com ''boas chances'' de fechar a semana acima dos 68.000pts, acompanhando a melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e ''aliviada'' com a provável redução da pressão vendedora nas ações da Petrobrás.
- O DÓLAR deve seguir em queda, para fechar em baixa ela décima primeira vez em 12 pregões, diante das expectativas de crescimento do fluxo positivo de recursos externos para o país já que, além da Petrobras, várias empresas privadas seguem realizando captações.

ONTEM
- BOVESPA -0,6%, já abriu em queda e, mais uma vez pressionada pelo recuo das ações da Petrobrás (-0,3%), manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, também influenciada negativamente pela instabilidade das bolsas de NY.
- DÓLAR -0,6% à R$1,71, já abriu em queda e, mesmo com as intervenções regulares do BC e com as ''promessas'' de Mantega de comprar todos os dólares oriundos da capitalização da Petrobrás, manteve a trajetória negativa ao longo de ''quase'' todo pregão.
- Na ÁSIA, acompanhando as perdas dos demais mercados mundiais no dia anterior, JAPÃO -0,1%, já que de empresas exportadoras, como Toshiba (-0,6%) e TDK (-1,1%), devolveram grande parte de seus ganhos iniciais à medida que a moeda local (o iene) subiu levemente, CHINA -2,2%, no menor nível em mais de 3 semanas, pressionada por ações de bancos, diante de ''rumores'' de que Pequim poderia impor restrições de capital mais rígidas para as instituições de crédito e CORÉIA -0,7%, seguindo os fracos sinais dos mercados regionais.
- Na EUROPA, realizando lucros, INGLATERRA -0,3%, FRANÇA -0,5% e ALEMANHA -0,2%, com destaques de queda para ações de bancos e prejudicadas por dados econômicos decepcionantes nos EUA e no Reino Unido, que sugeriram que a recuperação nos dois países pode estar se desacelerando.
- Nos EUA, com baixa volatilidade, poucos negócios e sem uma direção comum, S&P -0,2%, DJ 0,2% e NASDAQ 0,1%, diante da divulgação de dados macroeconômicos sem uma direção comum e de uma perspectiva cautelosa dada pela FedEx, cujas ações recuaram -3,7%.
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Economia:

''Sócio de carteirinha'' do ''fã clube do Brasil'', Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia de 2008, afirmou ontem que é viável que o Brasil cresça na média de 5% nos próximos três ou quatro anos, ressaltando que o país um mercado interno grande, apresenta boas condições econômicas, com uma forte redução da desigualdade social nos últimos anos e que os ''3 demônios'' estão sob controle: a inflação, o câmbio e a questão fiscal.

Corroborando com o censo comum, ontem a agencia de classificação de risco Moody's ''avisou'' que o forte crescimento da economia chinesa nos últimos tempos beneficia os países da América Latina, cujas classificações de dívida poderiam elevar-se "no futuro" graças a isso.

Mostrando a força da economia brasileira, em AGO/10 foram geradas 299 mil novas vagas, elevando o acumulado do ano para 1,95 milhões novos postos, superando o mesmo período de 2008 e antigo recorde da série histórica, iniciada em 1991.

Dando mais um ''forte sinal'' de crescimento da economia interna, nos 8 primeiros meses de 2010 a arrecadação federal de impostos e contribuições atingiu R$ 510,1bi, o que representa um recorde histórico para o período e um aumento nominal de 18,1% ante o mesmo período de 2009.

Diante do aumento das ''apostas'' no crescimento da economia, em AGO/10 a procura de crédito pelas empresas brasileiras cresceu 5,5% na comparação com JUL/10 e 8,2% na comparação com AGO/09.

Considerado ''o investimento das incertezas'', o que aliás é o que ocorre atualmente na economia mundial, ontem o ouro voltou a bater seu recorde histórico, atingindo mais de US$ 1.277 por onça (28,34 gramas).

Com a Petrobrás se capitalizando para ''dar um salto'', em AGO/10 a produção de petróleo no Brasil atingiu 2,078 milhões de barris diários, batendo com isto mais um recorde histórico e ultrapassando ligeiramente o recorde de 2,077 milhões de barris registrado em ABR/10.

Desenvolvendo um setor que emprega, gera renda, segura o trabalhador no campo, os pequenos agricultores do Nordeste vêem nas cooperativas uma forma de superar os efeitos da escassez de chuvas e da forte concorrência de empresas agrícolas.
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Política:

Apesar de ter apanhando de todos no debate de ontem à noite, o peemedebista Sérgio Cabral, que tem o apoio de Lula, continua caminhando rumo à uma confortável vitória no primeiro turno da eleição para o governo do Rio, já que tem 58% dos votos contra 18% de Gabeira, do PV, que alias entrou neste ''jogo perdido'' e perdeu uma ótima chance de se eleger senador.

Mesmo com todo apoio que Lula e Dilma tem dado ao seu ''pupilo'', o tucano Alckmin caminha para ser eleito governador de SP no primeiro turno, já que tem 51% das intenções de voto, 2% a mais que no levantamento anterior, e Mercadante repetiu o desempenho da pesquisa passada e tem 23% da preferência do eleitor paulista.

Conforme já se esperava, em MG o tucano Anastasia, beneficiado pelo apoio que recebe de Aécio, subiu para 40% das intenções de voto e passou numericamente o peemedebista Hélio Costa, que caiu para 37%, mostrando que as eleições só serão definidas no segundo turno.

Dando a maior ''lavada'' destas eleições, em Pernambuco o governador Eduardo Campos, apoiado por Lula, tem 67% das intenções de voto, 47% mais que o peemedebista Jarbas Vasconcelos que, ''inimigo'' declarado de Lula, vai perder no primeiro turno com apenas 20% dos votos.

Enterrando definitivamente o ''clã'' do falecido ACM, na Bahia o petista Jaques Wagner subiu de 48% para 53% das intenções de voto e deve definir as eleições já no primeiro turno, posto que o democrata Paulo Souto, o segundo colocado, oscilou de 18% para 16%, e o peemedebista Geddel Vieira Lima variou de 14% para 11%.
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Crítica:

Na ''contra-mão'' do Brasil, que cresce distribuindo renda e reduzindo as desigualdades sociais, nos EUA a pobreza aumentou para 14,3% da população em 2009, fazendo a maior economia do mundo acumular 43,6 milhões de pessoas vivendo em condições precárias, o maior patamar desde o início da apuração desta estatística, há 51 anos.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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