R.B. 29/JUN/10 ''Nenhum nome limpo''

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R.B.

"Nenhum nome limpo"

São Paulo, 29 de junho de 2010 (TERÇA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve seguir em queda, acompanhando as perdas das demais bolsas mundiais, porem deve ser mantida a recomendação de que este é um ótimo patamar para investimentos de longo prazo, principalmente devido ao bom desempenho da economia brasileira, que aliás deve ter em breve sua ''nota'' elevada pela agência de classificação de risco Fitch.
- O DÓLAR deve voltar a subir, acompanhando a tendência internacional da moeda norte-americana, porem este pode ser um ótimo patamar para vendas, inclusive de curto prazo, diante da expectativa de entrada de recursos externos para o pagamento da oferta publica do Banco do Brasil.

ONTEM
- BOVESPA -0,9%, abriu em alta, para na máxima avançar 0,4%, porem, como esperado com baixo volume de negócios (R$ 3,2bi), passou a cair ainda na parte da manhã, seguindo a piora do ''humor'' nas bolsas de NY.
- DÓLAR 0,2% à R$ 1,78, abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,77, porem, também com baixo volume de negócios, passou a subir no final da manhã, pressionado pelos leilões de compra do BC e seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana.
- Na ÁSIA, JAPÃO -0,5%, com as ações das empresas exportadoras, como Toyota (-1,1%) e Sony (-0,7%), pressionadas pela persistente valorização da moeda local (o iene) frente ao dólar, CHINA -0,7%, em queda pela quarta sessão seguida, desta vez diante das incertezas sobre o preço do gigantesco IPO do Agricultural Bank of China, que está na iminência de ser lançado e CORÉIA 0,1%, sustentada pelas ações da LG Display (2,1%), diante das expectativas de aumento de lucros no terceiro trimestre.
- Na EUROPA, ''satisfeitas'' com o resultado da reunião do G-20 e com as declarações por parte de estrategistas do Morgan Stanley de que um novo mergulho nas economias da Europa, dos EUA e do mundo é pouco provável, INGLATERRA 0,5%, FRANÇA 1,6% e ALEMANHA 1,4%, impulsionadas principalmente por ações de montadoras e de empresas do setor de commodities, em particular as mineradoras.
- Nos EUA, revertendo uma abertura positiva, S&P -0,2%, DJ -0,1% e NASDAQ -0,1%, já que os ganhos de ações ligadas a consumo, como Procter & Gamble (1,1%), foram ofuscados por perdas no setor de energia, como Exxon Mobil (-1,2%).
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Economia:

Cada vez mais otimista com a economia brasileira, a agência de classificação de risco Fitch ''avisou'' ontem que mudou sua perspectiva de revisão da ''nota'' do Brasil de "estável" para "positivo", elogiando a política econômica de Lula e o desempenho econômico do país frente à recessão global e ressaltando que, pela primeira vez na história, a proximidade do calendário eleitoral brasileiro não é considerado como um fator de risco.

Mostrando mais uma vez porque é tão atraente investir no Brasil, segundo o 80º relatório anual do BIS, que é uma espécie de BC dos BCs do mundo, as economias emergentes, entre elas as da América Latina, crescerão a um ritmo significativamente mais veloz do que as desenvolvidas nos próximos 10 anos, o que impulsionará a entrada de capital para estes mercados.

Como o Copom tem feito direitinho o que ele quer ao elevar a Selic, o ''mercado'' reduziu, de 5,61% para 5,55%, suas ''apostas'' para o IPCA de 2010 e elevou, de 7,06% para 7,13%, suas previsões para o crescimento do PIB brasileiro este ano.

Podendo reduzir os ''temores'' de inflação de demanda, segundo estimativas do Serasa Experian, diante das recentes elevações da Selic e principalmente da retirada dos estímulos fiscais, a economia brasileira já iniciou o segundo trimestre em processo de desaceleração, já que o crescimento econômico verificado em ABR/10 foi de 0,1% sobre MAR/10, com decréscimos no nível de atividade do setor industrial e serviços, pouco compensados pela expansão verificada no setor agropecuário neste mesmo período.

Em mais uma daquelas reuniões em que se gasta uma fortuna mais não se chega a nenhum acordo, os negociadores do Mercosul e da União Européia começam hoje, em Buenos Aires, mais uma rodada de negociações retomar as conversas sobre um acordo de livre comércio entre os 2 blocos.

- A Vale caiu -2,2%, após anunciar que, após 8 ano de Casa, seu diretor financeiro e de relações com o mercado Fábio Barbosa deixou a empresa "para buscar novos desafios profissionais".
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Política:

Apesar de ter ''prometido'' que, após seus 8 anos de poder em Brasília, voltaria para São Bernardo, aonde descansaria e cursaria uma faculdade, Lula ''avisou'' que, quando terminar seu mandato de presidente da República, buscará uma atuação internacional para a criação de um mundo multilateral e multipolar livre de fome e pobreza.

Mais uma vez ''aproveitando-se'' de um Congresso Nacional esvaziado pela Copa do Mundo da África, pela campanha presidencial e pelas férias, os ''nobres'' senadores tentam agora ressuscitar a aposentadoria integral para juízes, procuradores e defensores públicos, o que sepultaria uma das principais conquistas da reforma da Previdência aprovada em DEZ/03.

Mostrando como será difícil a missão de Serra, alem de Dilma estar à frente nas pesquisas, com 40% dos votos, a petista terá 40% do tempo no horário eleitoral gratuito da TV, que começa em 17/AGO/10, já o tucano, mesmo que confirme a aliança com o DEM, ficará com apenas 29,5% do tempo.

Apesar de toda celeuma que causou, como não tem ''nenhum nome limpo'' e com votos em suas fileiras para oferecer a Serra como vice, são maiores do que 90% as chances do DEM fechar amanhã a aliança formal com o PSDB para disputar as eleições presidenciais deste ano.
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Crítica:

Em um passo histórico em direção da PAZ, que obviamente só está acontecendo porque Obama não meteu seu bedelho, o máximo negociador de Taiwan com a China, Chiang Ping-kun, viajou para a cidade chinesa de Chongqing, para a assinatura de um acordo de livre-comércio, que assinala uma reviravolta nas relações entre dois rivais políticos e que tornará possível que a ilha concorra em igualdade de condições com os membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático no grande mercado chinês.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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