R.B. 21/JUN/10 ''Torre dinheiro público''

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R.B.

"Torre dinheiro público"

São Paulo, 21 de junho de 2010 (SEGUNDA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve subir, para ampliar a valorização acumulada no mês (3,1%) e facilmente romper a resistência dos 65.000pts, acompanhando a forte melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais.
- O DÓLAR pode voltar a cair, rumo aos R$ 1,75, para ampliar a desvalorização acumulada no mês (-2,6%), também influenciada pela forte melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais diante da decisão da China de tornar a moeda local (o yuan) mais flexível.

SEXTA-FEIRA
- BOVESPA -0,2%, abriu ''de lado'', para na máxima avançar 0,6%, porem, em um dia instável, mas de oscilações apenas modestas, passou a cair na parte da tarde, diante da ausência de indicadores mais fortes.
- DÓLAR -1,1% à R$ 1,77, já abriu em queda e, apesar da instabilidade na Bovespa, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, influenciado pela crescente perspectiva de entrada de recursos externos e pelos sinais dados pela ata do Copom de que os juros básicos do país devem continuar subindo nos próximos meses.
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO -0,1% (3,0% na semana e -5,2% no ano), já que a nova queda do dólar frente a moeda local (o iene) deflagrou vendas entre as blue chips exportadoras, como Toyota (-1,7%) e Honda (-1,8%), CHINA -1,8%, com os investidores preocupados com os planos de aumento de capital dos bancos e CORÉIA 0,2%, sustentada pelos investidores estrangeiros e com destaque positivo para ações de bancos.
- Na EUROPA, também sem um tendência única, INGLATERRA -0,1%, FRANÇA 0,1% e ALEMANHA -0,1%, divididas entre o declínio dos papéis do setor farmacêutico e o avanço das ações de bancos, que reagiram positivamente à notícia de que os líderes da União Européia divulgarão os resultados dos testes de estresse realizados com os 25 maiores instituições financeiras européias.
- Nos EUA, garantindo uma leve alta, mesmo com baixo volume de negócios, S&P 0,1%, DJ 0,2% e NASDAQ 0,1%, com destaques de alta para ações de empresas do setor de energia, apesar de dados sobre os mercados imobiliário e de trabalho terem gerado preocupação sobre a fragilidade da recuperação econômica.
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Economia:

Apesar de mostrar-se cauteloso, Meirelles, presidente do BC, elogiou o anúncio da China de que irá retomar a reforma de sua taxa de câmbio para tornar o yuan mais flexível, ressaltando que isto demonstra a disposição do governo chinês de contribuir para um maior equilíbrio econômico global.

Dando novos sinais positivos da economia interna, (1) nos 4 primeiros meses de 2010 as vendas nos shoppings centers cresceram 15,4% na comparação com o mesmo período de 2009, o que representa o maior aumento para o período desde 2003 e (2) em ABR/10 as vendas de imóveis novos residenciais na capital paulista foram 65,7% maiores que em ABR/09, atingindo com isto o maior patamar para o mês desde a modificação da metodologia da pesquisa, em 2004.

já que a crise é muito maior no ''primeiro mundo'' e cada dia mais falta mão-de-obra qualificada no Brasil, nos 3 primeiros meses de 2010 o número de autorizações de trabalho para estrangeiros cresceu 15,8% na comparação com o mesmo período de 2009.

Como abre perspectivas de aumento da geração de emprego qualificado no Estado, a retomada da construção da usina Nuclear Angra 3 ''forçará'' o RJ a formar profissionais para atender a área de energia nuclear.

- O Banco do Brasil caiu -0,1%, no pregão anterior ao início do período de reservas para a oferta publica de suas ações que pode superar os R$ 10bi.
- A Vale caiu -1,3% e, após o fechamento do pregão, Agnelli, presidente da empresa, ''avisou'' que a demanda por minério de ferro deve permanecer firme por pelo menos 3 anos, ressaltando que a China lidera esta demanda junto com outros asiáticos.
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Política:

Em um discurso no qual defendeu a ampliação de aeroportos e a recuperação das rodovias brasileiras por meio de concessões, Serra chamou de ''uma farsa'' a postura do governo Lula em relação às privatizações e ''prometeu'' que em seu governo haverá restrições ao uso de recursos do BNDES para a fusão de empresas.

Está cada dia mais confusa a candidatura de Gabeira ao governo do RJ que, em troca do apoio que receberá dos tucanos, terá que participar dos eventos de Serra no estado, o que obviamente não está agradando Marina Silva.

Depois do giro por países europeus, durante o qual ''convenientemente'' se afastou das denuncias de que teria participado da elaboração de um dossiê contra Serra, Dilma, a candidata do PT à Presidência da República, mergulha esta semana numa agenda popular em estados do Nordeste, onde aparece à frente do principal adversário.
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Crítica:

Como a educação da cidade de SP é péssima, a saúde é precária, o trânsito é um caos, a poluição não para de piorar e os roubos e a violência estão aumentando, não é aceitável que se ''torre dinheiro público'' para a construção de mais um estádio de um evento passageiro como a Copa do Mundo.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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